Brasileiro Felipe Drugovich é campeão da Fórmula 2
Conquista histórica faz de Felipe o primeiro brasileiro campeão da F2 desde quando a principal categoria de acesso à F1 recebeu esse nome
Monza, Itália, dia de 10 de setembro de 1972. Pela primeira vez na história, um brasileiro se torna campeão de Fórmula 1.
Monza, Itália, dia de 10 de setembro de 2022. Pela primeira vez na história, um brasileiro se torna campeão de Fórmula 2.
Exatamente 50 anos após a inesquecível conquista de Emerson Fittipaldi, que abriu caminho para uma era de sucesso brasileiro na Fórmula 1, Felipe Drugovich se sagra campeão da Fórmula 2 e coloca de vez o autódromo de Monza e o dia 10 de setembro como um dos mais emblemáticos do automobilismo brasileiro.
Drugovich chegou à Itália como o líder confortável do campeonato. Mesmo largando em 12º na corrida sprint, bastava chegar à frente de Theo Pourchaire, 2º na tabela. A corrida ganhou contornos dramáticos ainda na primeira volta, quando Felipe, após boa largada, foi tocado por Amaury Cordeel e precisou abandonar a prova.
Restava torcer para Pourchaire não chegar além do 7º lugar. O francês, vindo da 14ª posição, começou a escalar o pelotão, mas parou em Liam Lawson, o 10º, que o segurou por várias voltas. Cansado de esperar, Pourchaire tentou o bote na primeira chicane, mas foi espremido por Lawson e acabou perdendo várias posições. Para piorar, o francês ainda foi punido em 5 segundos.
A prova transcorreu com vitória tranquila de Juri Vips, com Frederik Vesti em 2º. Atrás deles, uma disputa pelo último degrau do pódio terminou com Jehan Daruvala em 3º. Mas nada disso importava. Com Pourchaire em um distante 17º lugar, Drugovich não pode mais ser alcançado na tabela de pontos e confirma matematicamente o título da temporada de 2022 da Fórmula 2.
Com a conquista, Drugovich encerra um jejum de 22 anos de títulos brasileiros na principal categoria de acesso à F1. Os anteriores haviam sido Roberto Pupo Moreno, em 1988, Christian Fittipaldi, em 1991, Ricardo Zonta, em 1997, e Bruno Junqueira, em 2000. Todos na extinta Fórmula 3000. Desde então, a categoria foi encerrada e substituída pela GP2, que foi rebatizada para F2 em 2017.
E agora?
Pelas regras da F2, que tem como objetivo maior preparar pilotos para a F1, um campeão não pode continuar na categoria no ano seguinte para defender seu título. Portanto, Drugovich não seguirá na F2 em 2023. O objetivo, obviamente, é uma vaga na categoria máxima.
Ainda não há uma definição sobre o futuro do piloto brasileiro, mas os boatos do paddock indicam dois caminhos para Felipe: um seria como piloto reserva da Aston Martin; o outro, na mesma função na AlphaTauri. No entanto, a dança da cadeiras da F1 segue em movimento, e a chance de uma vaga como titular não está descartada. O título consumado nesse sábado pode ser um trunfo interessante para negociações.