Brawn diz que sidepod da Mercedes é legítimo: "Nenhum carro tem design irregular"
Diretor-esportivo da Fórmula 1, Ross Brawn prevê reclamações das equipes, mas afirmou que interpretações do regulamento faz parte do jogo na F1
COMO O NÚMERO #1 PASSOU A SER USADO PELOS CAMPEÕES DA FÓRMULA 1?
Os sidepods menores e muitos mais finos do atualizado W13, da Mercedes, foram a principal atração aerodinâmica apresentada na manhã do primeiro dia de testes de pré-temporada no Bahrein. O design mais ousado e agressivo da equipe alemã já gerou diversas opiniões sobre a legalidade. Um dos responsáveis pela criação do novo regulamento da Fórmula 1, o diretor-esportivo, Ross Brawn, afirmou que a interpretação inicial do corpo técnico é que a mudança não é ilegal.
Às vésperas do início da sessão de preparação final para a temporada 2022, a atualização nos carros da equipe alemã já havia sido antecipada pelos especialistas. Entretanto, segundo Brawn, o corpo técnico esportivo responsável pelo novo regulamento da categoria não antecipou a mudança.
"Acho que não há dúvida que não antecipamos o conceito da Mercedes", começou o inglês, que exaltou o olhar diferenciado que os engenheiros da Mercedes tiveram sobre o regulamento. "Acho que é uma interpretação muito extrema do regulamento e que inevitavelmente haverá muito debate sobre sua interpretação", afirmou.
Versão do W13 para o Bahrein (Foto: Reprodução/Albert Fàbrega/Twitter)
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As primeiras declarações dos adversários da equipe alemã não demoraram muito para surgir. Rival direto na luta pelo Campeonato Mundial, Christian Horner já contestou o novo sidepod do W13 e avaliou que as alterações da Mercedes são "um passo muito à frente. Isso não corresponde com o espírito do regulamento. Para nós, esse sidepod é ilegal", disse o chefe da Red Bull, em entrevista à Auto Motor und Sport.
Entretanto, momentos depois, Horner recuou e disse que não sugeriu que o design do novo sidepod da Mercedes esteja fora do regulamento. "Estou um pouco surpreso ao ler comentários que eu deveria estar fazendo", declarou em entrevista à TV inglesa Sky Sports. "Para ser honesto com você, eu não prestei muita atenção a isso. Obviamente, era um conceito bastante diferente, mas isso é para os aerodinamicistas e os designers olharem", concluiu.
Mas apesar de prever mais discussões no paddock, Brawn minimizou a polêmica e ressaltou que interpretações do regulamento fazem parte do jogo. "É o que acontece com novos regulamentos. Por mais que você tente fechar todas as opções - e acredite, fechamos centenas delas - a inovação na Fórmula 1 é sempre extrema.", que prosseguiu.
"Do nosso ponto de vista, trata-se principalmente de afetar os objetivos dos regulamentos. Do ponto de vista das equipes, eles querem ter certeza de que ninguém está fazendo uma interpretação que eles não achem correta. Então eu acho que vai haver muito debate nos próximos dias", acrescentou.
Detalhes do carro da Mercedes quase sem sidepods (Foto: Reprodução/Ted Kravitz/Twitter)
O diretor-esportivo também deixou claro que a equipe técnica da F1 vai continuar investigando as mudanças, com o intuito de manter os carros dentro da legalidade determinada pelo novo regulamento esportivo. Mas, até o momento, nenhum carro apresentado pelas equipes tem uma configuração irregular.
"Vamos voltar a investigar essas soluções e garantir que elas mantenham os objetivos das novas regras. Nossas impressões iniciais são de que não há nada aqui com o qual nos preocupamos demais em termos de regulamento".
Brawn viveu experiência semelhante quando soube interpretar o novo regulamento para a temporada 2009, quando era chefe de equipe da Brawn GP. A expertise fez a estreante equipe conquistar o Campeonato Mundial de Construtores e garantir o título de campeão do mundo de pilotos para Jenson Button.
"Acho impossível prever o escopo criativo das equipes. Assim que elas obtêm os regulamentos, você tem 1.000 engenheiros trabalhando em todos os regulamentos e como eles podem usá-los", destacou Brawn. "Então, algumas dessas soluções honestamente nunca foram previstas".
Depois dos primeiros dias de testes em Barcelona, a Fórmula 1 retoma as atividades para a temporada 2022. O palco agora é o Bahrein, que sedia também a primeira corrida do campeonato, em 20 de março. Serão mais três dias de trabalhos no circuito de Sakhir, entre 4h e 13h (de Brasília). A maior categoria do esporte a motor vive uma revolução técnica neste ano. Na tentativa de melhorar o espetáculo e equilibrar as forças do grid, a F1 aposta no conceito do efeito-solo - configuração aerodinâmica usada já no fim dos anos 1980. Mas que vem desenhada.
Além de toda a expectativa envolvendo o novo regulamento, o Mundial também espera uma revanche entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. Os dois pilotos travaram uma dura batalha pelo título em 2021 e a tendência é que a briga siga mais uma vez, mas agora com outros elementos.
O GRANDE PRÊMIO acompanha a cobertura da pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein AO VIVO e em TEMPO REAL. A análise acontece no Briefing assim que as atividades em pista acabarem.
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