Chefe da Red Bull revela que manteve contato com Masi após Abu Dhabi: "Foi injustiçado"
Ao podcast Beyond the Grid, Christian Horner revelou que procurou Michael Masi algumas vezes após o GP de Abu Dhabi por conta dos constantes insultos e até ameaças de morte que o ex-diretor de provas da F1 recebeu. "Ninguém merece passar por isso"
O desfecho polêmico da temporada 2021 da Fórmula 1, que acabou a favor de Max Verstappen, foi determinante para a remoção de Michael Masi do cargo de diretor de prova da categoria, mas o que se seguiu após a corrida em Abu Dhabi foi, na visão de Christian Horner, algo pelo qual "ninguém merece passar". E o chefe de equipe da Red Bull revelou ao podcast Beyond de Grid que ter visto Masi receber até ameaças de morte o fez manter contato com o australiano por algum tempo.
Na famigerada corrida em Yas Marina, Lewis Hamilton e Verstappen chegaram rigorosamente empatados. Tudo caminhava para o octacampeonato do piloto da Mercedes quando o safety-car foi acionado na 54ª volta de 58 por conta de Nicholas Latifi. Masi, então, autorizou apenas que os carros entre os postulantes ao título — Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel — ultrapassassem o líder e realinhassem nas posições corretas, e não todos os retardatários, como dizia o regulamento.
Esse, porém, não foi o único erro da direção de prova, uma vez que as regras determinavam que o safety-car deveria permanecer na pista por mais uma volta após o realinhamento do grid — ou seja, pelo número de voltas restantes, o GP de Abu Dhabi deveria ter terminado sob bandeira amarela.
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Horner chegou a admitir esse ano que o erro de Masi diminuiu o título de Verstappen, mas voltou a defender a postura do ex-diretor de prova. "Senti que foi injusta a forma como ele foi tratado, porque acho que ele fez o melhor possível, seguindo os princípios [de terminar a corrida sob bandeira verde]", disse Horner, revelando que esteve em contato com o australiano "em algumas ocasiões", após Abu Dhabi e justificou:
"A reação após a corrida, houve uma quantidade enorme de insultos enviados a ele; houve ameaças de morte à sua família. Nenhum indivíduo merece passar por isso", frisou Horner. "A única coisa na qual ele falhou foi não ter permitido que os dois últimos carros do fundo do pelotão realinhassem. Como vimos recentemente, em Monza, ninguém quer ver uma corrida terminando atrás do safety-car. Ele fez tudo para a corrida continuar, teria sido um final horrível para a temporada, vê-la apenas diluída e terminando atrás do safety-car", avaliou.
Com a saída de Masi, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) optou por um revezamento entre Niels Wittich e Eduardo Freitas no cargo de diretor de provas. Em março, o órgão regulador concluiu relatório investigatório sobre os acontecimentos da última prova da F1 2021, admitindo o "erro humano" do australiano — mas mantendo os resultados da corrida.
Sobre a dupla, Horner disse que "eles são novos e muito competentes, possuem experiência". "É um novo capítulo dentro da FIA. Acho que Michael, sob circunstâncias difíceis, fez o melhor que pôde ao longo do ano. Temos de lembrar que ele teve muito pouco apoio quando estava na torre de controle, era deixado sozinho lá em cima", finalizou o líder da Red Bull.
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