DRS: um dos motivos do sucesso do Red Bull RB19 na F1 2023
Na F1, não basta ser rápido, porém é preciso prestar atenção nos detalhes. E a Red Bull trabalhou muito no RB19 para andar bem logo de cara
Desde os testes, chamou a atenção como o RB19 era extremamente rápido em reta. Desde o ano passado, o motor feito pela Honda e manutenido pela Red Bull Power Trains já havia mostrado o seu valor. Mas o time coordenado por Adrian Newey e Pierre Wache foi mais além...
O aspecto aerodinâmico foi mais trabalhado além do emagrecimento do carro. Ano passado, dizia-se que a Red Bull tinha um dos carros mais pesados do grid. Um grande trabalho de emagrecimento foi feito ao longo do ano e para 2023, muitas das lições foram aplicadas (e falamos aqui).
Mas uma das coisas que chamaram a atenção foi a facilidade em que as Red Bull passaram seus concorrentes usando o DRS. Na Arábia, Lewis Hamilton chegou a dizer que ficou impressionado com a velocidade que Verstappen desenvolvia e que por isso nem tentou defender a posição.
Alguns chegaram a dizer que a Red Bull estaria fazendo trapaças no uso do DRS (Drag Reduction System ou Sistema de Redução de Arrasto). O fato é que numa pista tão veloz como da Arábia Saudita, a eficiência aerodinâmica acaba sendo importante.
Tudo bem que se um carro não gera tanta pressão aerodinâmica, em tese será um foguete em reta. Porém, existem casos que são críticos, como é o da McLaren, que levou quase 20km/h na classificação em relação à Red Bull.
Cabe relembrar que o aerofólio não pode flexionar com a pressão criada aerodinâmica para reduzir a resistência ao ar (existe uma certa tolerância, que já foi tão discutida em 2021). Mas somente a asa superior é o único elemento que pode se movimentar para poder reduzir o arrasto e aumentar a velocidade do carro para facilitar a ultrapassagem. Porém, a abertura não pode ser maior do que 8,5cm.
O ótimo Craig Scarborough, que tem um ótimo perfil no Twitter e volta a meia aparece na F1 TV explicando situações técnicas, explicou muito bem a o funcionamento e este escriba fez uma tradução de pé-quebrado (pode ser acessada aqui).
Mas o amigo Mirko Bartolozzi, responsável pelo perfil F1 Data Analysis (siga no Twitter pois vale muito a pena! E aqui está onde você pode achá-lo), fez um levantamento sobre a performance média de cada equipe no GP da Arábia Saudita com o uso do DRS. E qual foi a equipe que mais teve ganho de velocidade? Só ver na tabela abaixo.
Neste caso aqui, o vácuo já está sendo considerado e há também a questão da própria configuração da asa traseira: se alguém usa uma asa mais inclinada, gerando mais pressão e resistência ao ar, a tendência é que o DRS seja mais efetivo.
Como se fala aqui, para um carro de F1 ser vencedor, é preciso ver uma série de detalhes. E o Red Bull RB19 mostra que o trabalho quando é bem-feito, dá um ótimo resultado.