Drugovich pode aparecer na F1 ainda este ano? Sim. Mas...
A caminho do título da F2, Felipe Drugovich pode ter a chance de fazer um Treino Livre ainda este ano. Mas ele tem as condições para isso?
O público brasileiro que acompanha a F1 está em cólicas com a proximidade da decisão da F2 e aumenta a expectativa sobre o futuro de Felipe Drugovich. Um tempo atrás, nós falamos sobre o que poderia acontecer com ele diante da boa campanha que o brasileiro vem fazendo na categoria de acesso à F1.
Muitos torcem para que Drugovich consiga uma vaga como titular para a temporada de 2023. Como até colocado um tempo atrás, a aposentadoria de Vettel poderia ser o elemento que abriria uma possibilidade maior de efetivação. A questão Piastri/McLaren também sacudiu um pouco mais e o cenário AlphaTauri entrou em cena.
Independente de qualquer coisa, surgiu a questão de Drugovich vir a fazer um TL1 ainda esta temporada, independentemente da equipe com que venha a fechar acordo, seja como titular ou reserva (opção que se desenha mais fortemente).
Por força das regras, a partir deste ano, as equipes têm que colocar pelo menos 1(um) jovem piloto por cada carro inscrito no campeonato no campeonato para fazer um Treino Livre de sexta-feira de manhã ao longo da temporada. E o que caracteriza um “jovem piloto” pelo regulamento?
As letras c) e f) do item 32.4 do Regulamento Esportivo da F1 define: o piloto não pode ter mais do que 2 GPs disputados na F1 e deve ter uma Superlicença ou uma Licença Especial para Treinos Livres (o Regulamento está disponível aqui).
A Superlicença é dada ao piloto que obtém 40 pontos em 3 temporadas, desde que solicitada por uma equipe de F1. A Licença Especial para Treinos Livres tem requisitos um pouco diferentes: o piloto tem que ter pelo menos 6 GPs na F2 ou ter pelo menos 25 pontos acumulados para a Superlicença em 3 anos. Além disso, o piloto teria que ter pelo menos os 300km de teste em um F1 (até abrindo a possibilidade para os chamados carros históricos, que tem mais de 3 anos em relação ao regulamento técnico atual, porém a equipe tem que dar uma declaração atestando que o piloto está familiarizado com os sistemas de um F1 atual).
Olhando na letra fria da lei, para andar ainda este ano em algum Treino Livre, Felipe Drugovich teria que orbigatoriamente fazer os 300 km em um F1 para poder se habilitar para esta Licença Especial. Pela pontuação de Superlicença, ele não encaixaria (tem 20 pontos) e poderia entrar pela quantidade de provas na F2.
Só que há um precedente a ser observado. No GP do Japão de 2019, Naoki Yamamoto, protegido da Honda, fez o TL1 pela Toro Rosso. O piloto japonês não tinha ainda a pontuação necessária para se enquadrar para emissão da Licença Especial. Porém, foi dada uma autorização especial para que ele participasse. Motivo? Ele era líder da Super Fórmula japonesa, a final era dali a 2 semanas e teria a pontuação necessária para se enquadrar nos requisitos.
O mesmo poderia ser alegado por Drugovich. Mesmo que não seja campeão na Itália, o pior resultado possível para ele no campeonato seria a 2ª colocação, o que lhe daria os 40 pontos necessários para a obtenção da Superlicença. A final seria somente em Abu Dhabi, em novembro. Com o precedente de Yamamoto em 2019 na mesa, restaria a realização do teste de 300km com o F1, o que poderia ser arranjado com a equipe que lhe der oportunidade...(Aston Martin? AlphaTauri?)
Aguardemos os próximos capítulos, que deverão em breve e serão com final feliz. É o que esperamos. Que tal Felipe Drugovich andando em Interlagos?
