Equipes F1 2022: Williams, a ressurreição adiada mais uma vez
A Williams era quem colocava mais esperanças no novo regulamento. Porém, o FW44 não foi bem nascido e a recuperação fica para 2023...
Carro: Williams FW44
Posição no Campeonato de Construtores: 10º lugar – 8 pontos
Posição no Campeonato de Pilotos: Alex Albon (19º lugar – 4 pontos), Nicholas Latifi (20º lugar – 2 pontos), Nyck De Vries (21º lugar – 2 pontos).
De todas as equipes, talvez a Williams tenha sido aquela que mais tentou se preparar para o novo regulamento. Desde quando foi anunciado, o time se moldou para isso, ainda sob o comando de Claire Williams. Isso até prejudicou o desempenho, pois o conceito básico do FW42 de 2019 acabou sendo usado e somente atualizado.
Muita gente questionou como o time responderia com a ausência de George Russell, que foi o esteio do time nas últimas temporadas. Embora dinheiro não fosse necessariamente um problema, as finanças estiveram apertadas e Nicholas Latifi seguiu por mais uma temporada, trazendo o apoio canadense. Para comandar o time, embora muito tenha se falado em Nyck De Vries por influência da Mercedes, foi escolhido Alex Albon, após um ano trabalhando como reserva da Red Bull.
Quando apresentado, o FW44 chamou a atenção não só pela pintura em diversos tons de azul, mas pelas laterais curtas, quase antecipando o conceito zeropod da Mercedes (o que não seria uma surpresa, já que o pacote mecânico é o mesmo). A visão era a mesma: aproveitar a área de impacto regulamentar para direcionar o ar nas laterais.
Nos treinos de pré-temporada, a equipe se posicionou na parte de baixo da tabela e mostrou mais uma vez um problema crônico: a falta de pressão aerodinâmica. Além disso, também era um dos carros mais pesados do grid. Isso motivou o FW44 ir trocando sua cor azul pelo preto da fibra de carbono que ficou cada vez mais aparente...
Diante do problema de um carro pesado e com pouca pressão, a solução era aproveitar a alta velocidade final (a Williams foi geralmente um dos carros com mais velocidade final ao longo do ano) e buscando estratégias alternativas. Isso deu certo na Austrália, quando Alex Albon fez somente uma parada e fez a praticamente a corrida toda com um único jogo de pneus.
Aliás, Albon foi o nome da equipe, embora oficialmente a Williams esperasse uma colaboração maior de Latifi. O tailandês conseguiu tirar o melhor do carro e chegou até a ir para o Q2 algumas vezes e até para o Q3. Especialmente após Silverstone, quando a equipe estreou um novo pacote aerodinâmico, abandonando o conceito de laterais curtas e adotando algo na linha da Red Bull.
Latifi acabou sendo superado até com certa facilidade por Albon. E a situação ficou mais difícil para ele após Nyck De Vries ter que assumir o lugar de Albon às pressas em Monza e este ter conseguido pontuar (9º lugar). Não â toa que este resultado aumentou novamente as chances do neerlandês assumir um posto de titular em seu lugar.
Em todo caso, o boa praça canadense, que ficou marcado pelo acidente em Abu Dhabi em 2021, conseguiu marcar 2 pontos no Japão e sai da F1 pelo menos com esta história para contar. Para seu lugar, após namorar muito mais uma vez com De Vries e ter Piastri muito perto, a Williams apostou na juventude norte-americana de Logan Sargeant, 3º lugar na F2 este ano.
A esperança da Williams é que 2023 seja o ano em que realmente a equipe dê um salto para frente. Jost Capito acumulou os papéis de chefe de equipe e CEO e conseguiu manter o time coeso e motivado. Albon se mostrou à vontade no papel de líder, embora recentemente o Diretor Técnico FX Demaison tenha dito que ele precisasse ser “mais duro”.
A Dorilton Capital segue comprometida com o projeto e vem trabalhando na recuperação da Williams, que voltou a ser uma equipe bem-vista como porta de entrada. Foi cortejada pela Audi e agora se fala novamente em conversas com a Porsche para 2026. Jost Capito e Cia. espera que 2023 seja o ano em que a Williams possa realmente mostrar que o trabalho feito na reconstrução fora da pista se traduza em pontos.