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Ex-empresário de Schumacher critica esposa de ex-piloto

Willi Weber deu detalhes em uma entrevista à Gazzetta sobre seu livro a respeito da relação com Schumacher

18 jul 2022 - 13h19
(atualizado em 19/7/2022 às 17h21)
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Ex-empresário de Michael Schumacher, Willi Weber lançou o livro 'Benzina nel Sangue - Michael Schumacher, il Cavallo Vincente (Gasolina no Sangue - Michael Schumacher, o Cavalo Vencedor, em tradução literal), onde deu mais detalhes sobre a relação com o heptacampeão do mundo, o rompimento e a blindagem da família após o acidente de esqui sofrido pelo alemão, em 2013.

Por conta do lançamento, Weber deu uma entrevista publicada nesta segunda-feira (18) pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport. O antigo manager relembrou a proteção feita por Corinna Schumacher, esposa de Michael, e por Jean Todt, amigo e ex-chefe de equipe da Ferrari desde o acidente que deixou o heptacampeão em estado de saúde misterioso até os dias atuais.

"Naquele dia, eu estava em um evento, estava no saguão de um hotel e meu celular tocou. Um amigo me disse que Michael teve um acidente de esqui, mas não parecia sério. Depois me dizem que estavam o levando para o hospital de Grénoble. Ligo para a esposa dele e ela não atende. Ligo para Jean Todt para perguntar se ele deve ir ao hospital. Ele me diz para esperar, é muito cedo, ele repete. Ligo no dia seguinte e ninguém atende, deixo passar alguns dias para não incomodar, mas começo a entender que queriam me deixar fora daquilo", comentou.

Willi Weber foi figura chave na carreira de Michael Schumacher
Willi Weber foi figura chave na carreira de Michael Schumacher
Foto: Scuderia Ferrari / Grande Prêmio

"Foi uma dor enorme para mim. Tentei centenas de vezes entrar em contato com Corinna. Posso entender a situação inicial, mas depois só ouvimos mentiras deles. Por Michael, eu fiz tudo e sempre protegi sua vida privada. Eu não esperava tal comportamento dela", disse.

Weber tornou a questionar. "Já se passaram tantos anos daquele incidente, por que a família não conta a verdade?"

Weber também citou que a relação com Michael era "como um filho", e que Corinna e Todt deixaram isso de lado, além de darem poucas informações sobre o estado de saúde do heptacampeão quase nove anos depois do acidente.

"O que diria a ele? Que sempre estarei lá por ele, para consertar tudo. E eu diria a ele: sinto sua falta. Mas três anos após o acidente, eu disse a mim mesmo que apenas procurando uma família, não posso mudar as coisas. Para mim, ele era como um filho, ainda hoje me dói falar sobre isso", citou.

Na sequência, veio a comparação: "Ele (Todt) é como Corinna".

No livro, Willi diz que tinha aconselhado Schumacher a não voltar à Fórmula 1 em 2010. Michael deu de ombros e assinou com a Mercedes, ficando lá três temporadas. "Posso ser meu próprio empresário", alegou o alemão, segundo a publicação. Weber, então, ficou furioso e respondeu. "Acho que ele não percebe quanto esforço e energia são necessários para ser seu empresário. Como são os outros que sempre cuidam de tudo, você nunca conheceu o trabalho, mas apenas o sucesso…".

A relação azedou de vez quando Weber soube que Sabine Kehm seria a empresária de Schumacher. "Como minha ex-funcionária ousa ficar bonita com penas de pavão?", escreveu. Michael ficou na Mercedes até o fim de 2012, quando anunciou a aposentadoria em definitivo.

Ainda na obra, Weber repete várias vezes que Schumacher era "mesquinho" e diz que ele era "ele é como uma pessoa daltônica que não entende a cor de um tomate" no capítulo em que fala de seu rompimento com o heptacampeão.

Como foi o acidente de Michael Schumacher:

Em 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher sofreu um acidente de esqui que transformou a vida em um mistério sem fim no horizonte.

O pesadelo começou em Méribel, cidade montanhosa na França. O local é conhecido pela prática de esqui, uma das modalidades favoritas de Schumacher. O momento de descontração corria bem até um acidente feio, com a cabeça do alemão acertando uma pedra. O heptacampeão entrou em coma induzido no fim de 2013, sofrendo com lesões cerebrais que nunca ficaram devidamente claras para o público.

Esclarecer ao público, aliás, nunca foi o forte da assessoria de Schumacher. Sabine Kehm, braço direito do alemão, blindou a família e limitou ao máximo as informações vazadas ao público. Informações, só quando eram positivas: em abril, sinais de consciência foram percebidos mais claramente; em junho, o fim do período de coma induzido. Esse passo permitiu que Michael deixasse o hospital de Grenoble, na França, para seguir reabilitação em Lausanne, na Suíça.

2015 chegou com um novo panorama: os rumores se tornaram muito mais frequentes e passaram a ser combatidos pela família. As informações de que Schumacher estava paralisado e não conseguia falar nunca foram confirmadas, com a assessora Kehm sempre destacando um progresso constante, mesmo que lento.

As informações seguiam rareando, com a proteção ao redor de Schumacher ficando ainda mais notória tão logo a transferência do hospital para a casa na Suíça foi possível. Raras pessoas tinham autorização para visitar Michael, sendo sempre pessoas de confiança que nunca vazariam informações. Jean Todt, chefe da Ferrari nos anos dourados do começo do século, é uma das raras pessoas que veem Michael. O francês nunca trouxe informações novas, apenas afirmando que os dois acompanham corridas de Fórmula 1 pela TV ocasionalmente.

"É algo muito privado. Michael está muito bem amparado, vive com sua família, na sua casa, entre Genebra e Lausanne. Continua lutando. É a única coisa que posso dizer hoje", disse Todt em 2019.

Curiosamente, uma das raras novidades sobre Schumacher em 2020 veio de Flavio Briatore. Melhor dizendo, da ex de Briatore. Em um reality show na Itália. Questionada por outro participante sobre o estado de saúde do alemão, a modelo Elisabetta Gregoraci afirmou que a comunicação só é possível através dos olhos. Isso reafirma a informação de que Michael ainda não recuperou a fala.

Para lamento dos curiosos, é difícil acreditar em qualquer informação oficial da família Schumacher no futuro próximo. A esposa Corinna providenciou até mesmo uma mudança para a ilha espanhola de Mallorca, buscando privacidade completa. Mesmo com todo o esforço, isso ainda é difícil: em janeiro, uma pessoa afirmou ter fotos do ex-piloto deitado em sua cama, disposto a vender por valores milionários. O material nunca viu a luz do dia.

As raras notícias não significam que Michael Schumacher deixou de ser alguém relevante em 2020. Pelo contrário: foi um ano em que seria ainda mais especial tê-lo nos autódromos. Schumi teria a chance de dar os parabéns a Lewis Hamilton, que empatou o recorde de sete títulos mundiais. E mais importante ainda: teria a chance de acompanhar a jornada do filho Mick rumo ao título da F2, carimbando passaporte para a F1 em 2021 como piloto da Haas. Uma enorme pena. Que Michael, mesmo recluso em sua casa, ainda tenha alguma qualidade de vida.

E, então, Mick estreou e viveu o primeiro ano. A mãe esteve junto em boa parte da temporada, Mick foi superior ao companheiro - o possível numa equipe que apresentou de longe o pior carro do grid. As grandes notícias, porém, foram mesmo aquelas do documentário. Primeiro, o filme em si, uma carta de amor a Michael, e as declarações da família. Foram as maiores dos últimos anos e, provavelmente, as últimas relevantes em muito tempo.

Grande Prêmio
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