F1 2022 e a audiência na Band: menos é mais
No segundo ano, a Band teve uma pequena queda nos números de audiência. Porém, não é algo para se lamentar e tem motivos para comemorar
A Band foi para o segundo ano da responsabilidade pela transmissão em TV aberta com a expectativa de, pelo menos manter os números de 2021, quando tivemos uma das temporadas mais disputadas da história.
Como até escrevemos aqui, a Bandeirantes teve motivos para comemorar. Além de pegar um dos principais produtos esportivos mundiais, ajudou a recuperar audiência e - mais importante – qualificá-la (segundo a própria emissora, 28,8% do público que assiste a F1 está nas classes A e B).
Embora os números gerais tenham caído em relação a anos anteriores, a Liberty Media ficou satisfeita com o espaço dado pela emissora, que transmite na TV aberta os treinos de classificação e sprint races além das próprias corridas. Além de usar o seu canal Band Sports para transmitir todos os treinos, bem como F2 e F3.
Para este ano, a expectativa era das melhores. Pelos resultados obtidos em 2021, mais patrocinadores foram agregados ao grupo. O trabalho com a retransmissão na Radio Bandeirantes foi prosseguido, bem como a transmissão comandada por Odinei Edson na rádio BandNews FM.
Compilando dados de audiência recolhidos em diversos sites e perfis dedicados à TV, em uma primeira análise, 2022 não foi tão bem assim para a F1 na Band. Constata-se que a audiência média em SP, maior mercado do Brasil, caiu 7,3% em relação ao ano anterior. Vendo os números de audiência máxima, o chamado “pico, a queda é maior: mais de 15%.
São coisas complicadas em princípio. Porém, temos várias situações que devem ser consideradas:
- Este ano, voltaram as corridas de madrugada. Austrália e Japão permitiram à Band até chegar à liderança do horário em alguns momentos das corridas. Mas acabam jogando a média para baixo.
- O GP do México, que é uma prova com bons números por conta do horário, embora batendo com o futebol tradicionalmente, este ano foi no mesmo dia da eleição nacional de segundo turno. Isso fez com que a corrida fosse transferida para a Band Sports.
- A dinâmica da temporada acabou por prejudicar um pouco. Se notarmos, a primeira parte da temporada teve um comportamento bem semelhante ao do ano passado, inclusive até superando em algumas vezes, especialmente na fase europeia. Mas o distanciamento de Verstappen no campeonato acabou afastando ligeiramente o público.
Levando em conta estes pontos, não se pode olhar como um passo para trás. Por várias vezes, a Band lutou efetivamente pela vice-liderança nos domingos e conseguiu o posto ao longo do ano. A audiência aparenta estar consolidada e deu a base para que o contrato com a F1 fosse renovado por mais 3 temporadas. O faturamento aumentou e a imagem da emissora cresceu junto ao mercado publicitário.
Agora, a Band torce para que as próximas temporadas possam ser mais parecidas a 2021 para que aumente a audiência e traga mais anunciantes (se fala em pelo menos mais 2 nomes novos para se juntar aos atuais). Afinal de contas, o novo acordo exige um maior esforço financeiro por parte da emissora paulista.
A Band se consolida cada vez mais como a casa da velocidade (além da F1 e suas categorias de base, ainda transmite a Stock Car, NASCAR e a F4 nacional) a F1 tem papel importante nisso. O público segue aprovando o trabalho (em níveis menores do que no ano passado, porém ainda bem satisfatórios) e espera que o trabalho siga agradando, embora tenham acontecidos alguns ruídos nas redes sociais por conta de algumas falas da equipe ao longo do ano.
O mais importante é que a transmissão no Brasil segue em TV aberta, algo cada vez mais raro, já que a Liberty seguiu a tendência de ir para os canais por assinatura e namora cada vez mais com o streaming através da sua plataforma, a F1TV, e outras, onde já fez algumas experiências no Twitch e no Youtube.