F1 2023: por necessidade, o preto é a nova cor da temporada
Diante da necessidade de chegar ao peso mínimo e garantir desempenho, as equipes de F1 vão deixando cada vez mais os carros pretos para 2023
As apresentações dos carros para a temporada 2023 da F1 vão acontecendo e uma coisa que chama a atenção do respeitável público é a enorme quantidade de preto nos carros. Esta tendência começou no ano passado e antes mesmo desta começar, as equipes já mostraram seus carros com muita cor preta...
Economizar peso é uma preocupação do automobilismo mesmo antes da F1 existir. Afinal de contas, o pensamento básico é “quando mais leve, mais rápido”. Então, o objetivo é chegar mais próximo dos limites regulamentares.
Dentro deste pensamento, as equipes não têm vergonha nenhuma de partir de soluções para economizar peso. Antigamente, um dos que sofriam eram os pilotos, já que faziam parte da equação a ser pesada. Porém, isso foi revisto em 2019. Mas mesmo antes, muitas estratégias foram usadas, até para poder permitir o uso de lastro para poder ajudar no desempenho...
Voltando aos dias de hoje. Desde a decisão da introdução das novas regras para 2022, os times vinham pedindo o aumento do peso mínimo. Para se ter uma ideia, o texto inicial previa 775 kg. E acabou iniciando a temporada com 798kg, após muita discussão. Falamos nisso aqui.
Isso forçou muito trabalho para as equipes para o “emagrecimento” dos carros e um dos pontos abordados foi a pintura. O exemplo mais chamativo deste esforço foi a Williams, que começou com um carro em muitas partes de azul e foi “empretecendo” ao longo do ano, ficando cada vez mais com a fibra de carbono exposta. A foto a seguir mostra a comparação do FW44 no Bahrein e em Abu Dhabi
Para este ano, originalmente estava prevista a perda de 2kg, indo para 796kg. Porém, graças à Pirelli, coincidentemente informando que os novos jogos terão mais 2kg do que 2022. Então...
Mesmo assim, as equipes partiram para o “emagrecimento”. E desde já, vimos um festival de fibra de carbono à mostra, O ponto alto até aqui foi a Mercedes W14, que tem somente parte da carroceria pintada. A foto que ilustra esta coluna, postada pelo perfil F1 Data Analsys, dá a real dimensão do que foi feito.
E claro que foi citada a história da Mercedes na década de 30, quando o Diretor Esportivo Alfred Neubauer mandou raspar a pintura branca dos W125 para atingir o peso mínimo para uma corrida e ficou no alumínio original, o que daria origem às “Flechas de Prata”. Toto Wolff a lembrou na apresentação do W14.
E a história se repete. A volta do preto ao carro não é só por conta de recordação dos bons momentos de 2020 e 2021 e do engajamento da equipe. Claro que isso tem um grande impacto diante da torcida e dos parceiros comerciais. Mas principalmente pela questão de desempenho e fazer que a fibra de carbono e pintura se confundam.
Nesta hora é citada a fala de Beat Zehnder, diretor esportivo da Alfa Romeo, que dá conta que um F1 atual tem cerca de 6kg de pintura, o que poderia equivaler a 0,18s por volta (pouco menos de 2 décimos). Como todo ganho deve ser considerado... Não podemos esquecer da Red Bull decidir usar anos atrás uma pintura mais fosca justamente para reduzir este impacto da pintura
A pintura é algo da personalidade do carro, mas não é mandatória. O que o regulamento fala sobre pintura é que os dois carros devem ter a mesma apresentação básica, somente com diferenciação da identificação do piloto. Desta forma, nada impediria que uma equipe corresse com um carro inteiramente sem pintura, com a fibra de carbono à mostra.
Esta é a prova de que os técnicos vão em busca de qualquer coisa que possa garantir desempenho. Se alguma equipe comprovar que colocar no carro um elefante rosa com bolinhas verdades vai deixa-lo mais rápido, no mínimo este conceito vai para a pista. E se der certo, todo mundo vai querer um elefante para chamar de seu.