F1 2023: trabalhos começam no Bahrein e os sinais aparecem
Finalmente os testes de pista começam e a F1 2023 toma forma. Red Bull foi a mais rápida e Alonso um 2º lugar. Mas é cedo para falar algo
O momento que os fãs da F1 queriam, teve início: nesta quinta (23) teve início o período de testes de pré-temporada da F1 2023, no Bahrein. Finalmente as 10 equipes levaram seus carros para a pista e começar a entende-los para a maratona de 23 provas.
O mais interessante de hoje foi ver a versão definitiva do RB19. Após a apresentação da pintura em Nova Iorque e uma série de imagens desfocadas do shakedown em Silverstone, todos puderam ver o trabalho feito pela equipe capitaneada por Adrian Newey e Pierre Waché.
A dupla pegou o bom RB18 e, mesmo já pagando a penalização de limitação de tempo de túnel de vento e computadores, fez um trabalho de valorização do conceito. E até mesmo o levando a uma posição mais radical: as laterais são muito mais esculpidas do que antes, fazendo praticamente um fundo duplo, relembrando o que a Ferrari fez 30 anos atrás com o F92A.
E neste primeiro dia, a Red Bull RB19 foi o carro a ser seguido. Verstappen foi o escolhido para fazer às vezes do desenvolvimento e andou na frente por boa parte do tempo. O carro se mostrou rápido e constante desde o início, permitindo marcar um total de 127 voltas e ser o mais veloz do dia.
A seguir, a grande surpresa: Alonso com a Aston Martin. Após uma manhã com poucas voltas por conta de ligeiros problemas eletrônicos com Felipe Drugovich e ter que aguardar a troca de um assoalho, o espanhol procurou fazer o máximo de voltas possível e marcou o segundo tempo.
Entretanto, é preciso muita calma com este resultado. Analisando a sequência de voltas feitas por Alonso, a volta que lhe deu o segundo lugar foi extremamente circunstancial. Claro que o efeito moral faz parte. Mas é bom ver, embora o AMR23 aparente ser um passo a frente da Aston Martin.
Falando em Drugovich, o brasileiro teve um início de trabalho tenso, ao ter que parar logo na saída dos boxes por um problema eletrônico. Já não bastasse ter que ser escalado de ultima hora para os testes diante da impossibilidade da participação de Lance Stroll por conta de um acidente de bicicleta. Até agora, não está claro o que realmente aconteceu com o canadense.
Mas o restante da manhã foi produtivo e o trabalho desenvolvido por Drugovich foi bem elogiado pelo time. A expectativa agora é ver se participará nos próximos dias e se garante para a estreia do campeonato.
A Ferrari andou conforme o plano com seus dois pilotos. O que chamou mais atenção foi a deflexão do bico dianteiro durante a sessão da manhã. Mas até aqui, os italianos foram tranquilos. Já a Mercedes mostrou que o W14 é nervoso, mas que o time considera um passo à frente e que o porpoising está sob controle.
Aliás, o porpoising segue batendo ponto. Só que desta vez, as equipes têm como trata-lo. Até mesmo a Red Bull e a Ferrari mostraram um carro quicando, mas que não perdeu velocidade. Falando em velocidade, os carros se mostraram bem velozes. Aqui mostra a rápida curva de aprendizado das equipes e o resultado das mudanças dos pneus feitos pela Pirelli, deixando os carros saindo menos de frente. Isso significa mais velocidade em curva...
O ganho de velocidade fica claro até mesmo em relação aos números obtidos na qualificação do Bahrein no ano passado. Seguem dados trazidos pelos amigos do F1 Data Analisys, mostrando que maioria dos times ganham velocidade, mesmo considerado que é um inicio de trabalho. E o maior ganho foi da Aston Martin...
Quem chamou a atenção negativamente foram McLaren e Alpine. Mais uma vez os carros da equipe de Zak Brown apresentaram problemas nos freios, o que levou Norris a perder tempo de pista. Piastri teve um desempenho discreto, até mesmo do seu processo de aclimatação. Já a Alpine procurou andar com pneus mais duros e testar soluções mecânicas.
Falando em pneus, os melhores tempos foram obtidos na maioria com o composto C3, que será o jogo mais macio do GP do Bahrein. A Alpine usou o C2, que com certeza será usado na prova. Já a Williams, que mostrou um ritmo razoável, foi a única que fez seu melhor tempo com pneu macio, o C4.
No geral, foi um dia de aprendizados e tentar pegar o máximo de dados para confirmar o que foi feito nas fábricas e poder iniciar o processo de desenvolvimento. Entretanto, a Red Bull já mostrou suas credenciais. A ver como será o segundo dia, onde as equipes deverão trabalhar bem os acertos visando a corrida da próxima semana.