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F1: A terceira (e cruel) morte da Renault

Embora ainda não confirmada, o fim do uso dos motores Renault na F1 a partir de 2026 é a mais cruel das três comandadas pelos franceses

5 ago 2024 - 08h30
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Renault Sport: é grande a chance de não se ver mais esta marca na F1
Renault Sport: é grande a chance de não se ver mais esta marca na F1
Foto: Alpine / Renault Sport

Uma das características que se tem do francês é o orgulho de seus feitos. Não é meramente uma questão de patriotismo, mas ao longo dos tempos este traço de comportamento ficou muito forte vindo dos gauleses. Nos últimos tempos, algumas notícias vindas da F1 acabam por jogar um pouco de sujeita neste brilho...

As notícias de que a Renault está decidida parar de usar os motores próprios na Alpine e adotar as usinas da Mercedes a partir de 2026 acabam por abalar a confiança interna. Não se fala abertamente, porém o que chega das oficinas de Viry-Chatillon, base da área esportiva da montadora, é que o clima de enterro é dominante.

Esta decisão seria a terceira morte da Renault na F1 e em princípio, a que teria a menor base para ser justificada. A primeira veio em 1986, quando a montadora vinha de uma grande crise por ações mal planejadas e precisava tomar ações firmes para reduzir custos. A segunda veio no final de 1997, quando a privatização da Renault estava em curso.

Oficina de motores da Renault no final da década de 70
Oficina de motores da Renault no final da década de 70
Foto: Alpine / Renault Sport

Nas oportunidades anteriores, a Renault saiu, mas nunca desmobilizou totalmente a sua parte esportiva. Isso permitiu que, quando decidiram voltar, estar em condições altamente competitivas. Não parece ser este o caso: De acordo com informações vindas da França, a Renault está negociando com os sindicatos locais para reduzir as atividades de Viry-Chatillon.

Segundo a Renault, não seria uma “redução”, mas uma “reorientação”. Só que a parte de F1 seria reduzida à manutenção das atuais unidades, o acordo de desenvolvimento do trem de força para a Nissan na Fórmula-E seria ainda cumprido e o programa do FIA WEC seria transferido inteiramente para a Mecachrome. Viry-Chatillon seria usada para o desenvolvimento de novos programas para a Renault e poderia entrar no âmbito da joint-venture montada com a chinesa Geely e a árabe Aramco para o desenvolvimento de motores a combustão.

É muito pouco para uma área que trouxe de volta o Turbo para a F1 em 1977, desenvolveu o comando pneumático de acionamento de válvulas em 1986 (hoje usado em boa parte de motores de competição) e ainda os V10 que ganharam os campeonatos de 1992 a 1997, sem contar os V8 2.4, vencedores de 6 de 9 campeonatos entre 2006 e 2014.

Matéria trazida pelo jornal francês L’Equipe dá conta que os técnicos da Renault conseguiram encontrar cerca de 15cv a mais para as atuais unidades com pequenas mudanças no turbo (o que colocaria as unidades francesas ao nível da concorrência) e que os números iniciais das unidades de 2026 eram bem animadores.

Porém a visão dos planilheiros de Boulogne-Billancourt (Sede da Renault) prevaleceu: O desenvolvimento das novas unidades levaria quase meio bilhão de dólares até 2025 para ser utilizado somente pela equipe de fábrica. Além da economia nos investimentos, a utilização dos motores Mercedes seria mais barata e reduziria os custos com o time, tendo a mesma exposição da marca Alpine. A inspiração no modelo Alfa Romeo aqui é clara: máxima exposição ao menor custo possível.

Luca Di Meo, CEO da Renault, diz que não está nos planos se desfazer da equipe e que já recusou diversas propostas para vendê-la. Talvez o italiano não tenha se percebido ainda, mas a Alpine terá somente o corpo em suas mãos. A alma já se perdeu e pode não retornar mais....

Parabólica
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