F1: Acabou a punição da Red Bull. Vai mudar alguma coisa?
A punição pelo estouro do teto orçamentário de 2021 acabou para a Red Bull e agora o time tem o tempo completo de desenvolvimento. E agora?
A notícia principal desta quarta (26) foi o término da punição à Red Bull em relação aos tempos de desenvolvimento em túnel de vento e uso de computadores. Foram cortados 10% em relação ao que a equipe tinha direito a partir da data do acordo fechado entre a FIA e a Red Bull pelo descumprimento do teto orçamentário em 2021.
Mesmo no ano passado, este espaço questionava se este corte iria impactar no desempenho da Red Bull em 2023. Afinal de contas, pelo fato de ter sido campeã de Construtores, o time já seria quem teria menos tempo de desenvolvimento e a punição pegaria em cheio o projeto de 2023 e 2024.
No caso específico da Red Bull, a punição pegou a parte final do desenvolvimento inicial do carro de 2023 (embora boa parte tenha sido definida antes), além de impactar no trabalho de melhorar o RB19 e do RB20.
Só que quantidade não quer dizer qualidade. O time de técnicos comandados por Adrian Newey e Pierre Waché faz um trabalho muito bom em administrar estas restrições. O RB19 veio com uma série de modificações em relação ao seu antecessor, especialmente com menos peso e a aerodinâmica lateral revisada.
O trabalho do time foi facilitado pelo fato de que o RB19, especialmente com Max Verstappen, ficou à frente da concorrência. Desta forma, a equipe trabalhou bastante nas adaptações para cada tipo de pista. Mas não quer dizer que ficou totalmente parado ao longo do ano: o RB19 recebeu modificações maiores na lateral e no assoalho. Sobre este item, a Red Bull trouxe um assoalho novo em Singapura e mais 2 tipos para testes no Mexico, pensando em 2024.
Mesmo assim, tanto Newey e Waché reconheceram que tiveram que racionalizar as ideias para poder aproveitar o tempo. Desta forma, o domínio deste ano e o fato da base do projeto ser muito boa tirou um pouco da pressão e focar no trabalho do RB20, o carro de 2024.
A retirada dos limites dá um pouco mais de liberdade para o time. Mas nem tanto assim. Para ter uma ideia, a Red Bull terá cerca de 28 horas a mais do que tem hoje para usar no túnel de vento no último período oficial do ano, que vai de 30/10 a 31/12 (ainda há uma parada este ano entre Natal e Ano Novo prevista em regulamento).
O trabalho principal para 2024 já está pronto a esta altura e o carro começa a entrar em produção para os primeiros testes de resistência obrigatórios pela FIA. O ganho gerado pelo fim das restrições vai ser benéfico no curto prazo para testar detalhes como superfícies e asas e já pensar nas melhorias para serem feitas ao longo do ano.
Para 2024, aquelas 28 horas a mais estarão disponíveis por cada período oficial do ano, o chamado ATP (Aerodynamic Testing Period). A Red Bull estaria com o tempo total que teria direito pelo regulamento, o que significaria cerca de 11% a mais do que um ano antes. O quadro está abaixo:
Como muita gente falou, imagina agora o que a Red Bull pode fazer com mais tempo de desenvolvimento. 2024 será complicado...