F1 Academy: uma tentativa de levar mulheres para o topo
Com a crescente presença de mulheres nas arquibancadas da F1, o cerco fecha cada vez mais para a categoria investir na presença nas pistas
Os desafios são muitos e os obstáculos, enormes. Completando 73 anos da maior categoria do automobilismo, a F1 começou a se mexer em busca de aumentar a presença feminina no automobilismo e garantir de alguma forma a chegada de uma pilota em breve.
Como até foi escrito aqui mesmo no Parabólica, um esforço conjunto vem sendo feito, mas a F1 estava atrás desta corrida inclusiva. Um começo foi a inclusão da W Series no final de semana da categoria no ano passado. Mas o passo definitivo veio com o anúncio da F1 Academy, voltada exclusivamente para mulheres.
Algumas semanas atrás, foram anunciados os nomes das 15 pilotas que estarão no grid da nova categoria. Elas vão se dividir em 5 equipes com o mesmo pacote técnico da Fórmula 4 (chassis Tatuus, motor Autotécnica e pneus Pirelli). Além disso, o anúncio de que Susie Wolff, ex-CEO da Venturi na F-E e consultora da W Series, assumiu o cargo de Diretora Administrativa da categoria reacendeu as esperanças de que o projeto engrene.
O calendário inicial prevê sete eventos ao longo de 2023, com três provas em cada um. Para este ano, um deles será em uma final de semana da F1 com a intenção de aproxima as atletas da categoria principal (Austin, em outubro). Dias atrás, Stefano Domenicali, o CEO da F1, confirmou que, a partir de 2024, a F1 Academy fará parte da programação oficial da categoria.
Não foram divulgadas datas de testes até o momento, mas o campeonato tem previsão de iniciar no final deste mês, dias 27 e 28, em Spielberg, palco do GP da Áustria.
Uma das preocupações surgidas desde o início foi a justaposição com a W Series, categoria criada com a mesma intenção de abrir portas a mulheres na F1. Porém falhou em conseguir direcionar suas atletas, até mesmo a britânica Jamie Chadwick que ganhou todas as temporadas da competição. A W Series infelizmente foi abandonada sem nunca receber, realmente, um investimento por parte da maior categoria do automobilismo.
A esperança agora está por parte da F1 Academy que visa construir uma relação com pilotas mais jovens e com tempo de achar um espaço nas próximas categorias de base como a F2 e F3. Esse caminho não é simples. Afinal, essas meninas enfrentam barreiras como machismo dentro das arquibancadas e na hora de conseguir patrocínios e dinheiro. O automobilismo é um esporte cada vez mais caro e não tem quem sobreviva sem investimento e dinheiro.
Contudo, o projeto é um passo à frente para um esporte que sempre esteve tão atrasado e entre tentativas e falhas, alguns acertos devem acontecer e resultados no futuro poderão surgir.