PUBLICIDADE

F1: Andretti tem o OK da FIA. Agora é com a Liberty e os times

FIA anuncia que a Andretti foi a única aprovada no processo de escolha de novos times da F1. Agora, a negociação é com a Liberty e os times

2 out 2023 - 17h43
(atualizado em 4/10/2023 às 08h57)
Compartilhar
Exibir comentários
Projeção da Andretti/Cadillac: não é só esportivo, mas é financeiro o problema
Projeção da Andretti/Cadillac: não é só esportivo, mas é financeiro o problema
Foto: Sean Bull Design / Twitter

Em mais um capítulo da tragicomédia de novas equipes da F1, uma trama começa a se encaminhar. Tempos atrás, a FIA haveria prometido que daria uma posição oficial sobre o processo de escolha até o final de setembro. Embora não se saiba oficialmente quem tenha participado do certame, um dos nomes certos era o da Andretti.

Nas últimas semanas, as notícias de que o time americano seria aprovado pela FIA foram se avolumando, até chegar na declaração da Rodin Cars, que anunciou que não tinha sido aprovada pela FIA e que a Andretti tinha sido a única que passou pelo crivo.

Nesta segunda, dia 02/10, a FIA anunciou que a Andretti havia sido a única aprovada pela entidade em seu processo de escolha para a F1. Todo caso, foi claro que a aprovação depende da negociação com a FOM (entra-se Liberty Media) sob o aspecto comercial.

O fato é que agora começa uma tremenda briga de bastidores: o processo da FIA previa a entrada de novos times em 2025 ou 2026. 2026 é uma janela interessante pois é quando está prevista a entrada em vigor de um novo regulamento técnico de carros e motores. Até aí, tudo bem, mas há questões interessantes.

Este é o grande ponto e que já discutimos anteriormente neste espaço. Até onde se saiba, a Andretti não conta com a simpatia dos times atuais (se diz que teria o OK de McLaren e Alpine), que alegam que “novos times são bem-vindos desde que agreguem valor”. Nós já entramos no detalhe desta situação dos motivos de discordância da Liberty e dos times em duas colunas: uma que fala do aspecto da grana e outra com todo o modelo que a F1 está implantando.

Em algumas declarações, a Andretti já deixou claro que gostaria de entrar já em 2025, embora esteja fazendo uma série de ações para se estruturar: está construindo uma nova sede nos EUA para agrupar suas atividades, deve ampliar sua base em Bambury (Inglaterra) onde está hoje o time de Fórmula-E e tem um time de técnicos trabalhando em um carro novo, sob a batuta de Nick Chester (ex-Renault, Lotus e Mercedes Fórmula E)

Além disso, conta com o apoio da Cadillac, marca da General Motors, que vem ajudando em questões técnicas e seria potencial fornecedora de motores. A questão é que, para 2026, isso não seria mais possível, a não ser que a FIA aprove uma entrada fora de época (o que é permitido pelo regulamento). Mesmo para 2027, dentro dos prazos legais, teria como limite este mês.

(Sobre este ponto, a GM vem trabalhando em sua unidade de motores de competição em Michigan...e teria contatado a Ilmor para uma colaboração, que já acontece na Indy)

O que se dizia é que a Andretti buscaria inicialmente um acordo com a Alpine (Renault) nos moldes do que a Haas tem com a Ferrari, usando o máximo que o regulamento atual permite. Entretanto, de acordo com o jornalista britânico Joe Saward, este acordo não estaria mais em vigor e poderia haver uma pressão dos outros times para que a Alpine não cedesse assistência aos americanos em troca de ter liberação para mexer em seu motor para 2024...

Mas o detalhe de QUANDO entrar faz toda a diferença; até onde se saiba, o acordo comercial da F1 é válido até 2025 e nele é prevista a taxa de US$ 200 milhões para novos times de modo a compensar os atuais, já que, ao contrário de antes, os novatos têm direito a receber premiação logo no primeiro ano.

A entrada da Andretti pode acelerar a revisão da nova versão do acordo comercial. Daí, começam a aparecer valores que oscilam entre US$ 600 milhões a até 1 bilhão. O fato é que haverá um reajuste considerável da taxa atual.

Agora, a bola está com a Liberty Media e os times. Um acordo não parece improvável, mas a FIA coloca um elefante na sala e sabe que pode haver reclamações jurídicas por questões por formação de cartel e uso de práticas monopolistas, principalmente junto à União Europeia, que esteve olhando para a F1 várias vezes (a última ação neste sentido foi ajuizada por Force India e Sauber, sendo resolvia com um belo cala boca de Bernie Ecclestone e a realização de alguns ajustes).

Preparem a pipoca. A novela segue.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade