F1: Batida de Albon mostra limitações da Williams e do teto de gastos
Escolha de quem vai participar do Gp da Austrália por falta de chassi reserva mostra problemas da Williams e as questões do teto de gastos
Que a Williams é um time em remontagem, isso é fato. Não que antes um trabalho não havia sido feito e bastante coisa foi mudada desde quanto a Dorilton assumiu o controle do time. Mas com a entrada de James Vowles no comando na temporada passada, um novo impulso foi dado.
Várias coisas chamaram a atenção de Vowles e de Pat Fry, que chegou em novembro do ano passado para assumir o comando técnico do time: uma delas, e que vem sendo quase motivo de chacota no meio, é que o controle de peças de fabricação dos carros da Williams eram controlados em uma planilha de Excel: cerca de 20 mil itens sendo geridos em um arquivo.
Este tipo de situação acaba sendo um fator de atraso para o desenvolvimento e fabricação. Outros times usam sistemas de gestão mais desenvolvidos. Porém, um investimento deste vai demandar tempo e dinheiro. E acaba entrando no teto de gastos, por mais incrivel que pareça.
Mesmo com a recente liberação de mais dinheiro para investimentos, especialmente para os times que marcaram menos pontos, ainda é pouco para que mudanças substanciais aconteçam na correlação de forças atual. A Williams vem tentando trabalhar, mas certas coisas levam tempo para acontecer e mostrar resuultados.
Por este quadro, se explica a escolha de Sofia que a Williams teve que fazer neste primeiro dia de treinos do GP da Austrália. Durante o TL1, Alex Albon teve um acidente bem grave e acabou destruindo seu carro. Até aí, tudo bem, faz parte do jogo. Só que mostra os pontos crueis...
A Williams optou por estender por mais tempo o desenvolvimento do FW46. Junte a isso aos processos "alongados" de fabricação do time, só foram produzidos 2 chassis. O terceiro está em construção e estava originalmente previsto para ser disponibilizado para o GP da Austrália. Entretanto, só deve ser usado no Japão.
Desta forma, Albon não tinha como ter um novo carro para uso e os danos foram tão extensos que não haveria condições para reformar o chassi batido. Resultado: a Williams só teria um unico carro disponível para o restante do final de semana.
Logan Sargeant, que tem apanhado do publico da F1 como um boi ladrão, desta vez foi rifado injustamentr. Desta vez, o piloto foi punido sem ter feito um erro. Embora seja injusto, a equipe pensou de modo pragmático: Albon é mais experiente e tem trazido a equipe nas costas. Já tivemos este tipo de situação anteriormente e inclusive decidiu título na década de 50 (Fangio só ganhou seu título em 56 pois seu companheiro Peter Collins lhe transferiu o carro).
"It's one of the hardest decisions I've made."
James reflects on Friday at the #AusGP. pic.twitter.com/nubSpIhiIn
— Williams Racing (@WilliamsRacing) March 22, 2024
Embora controversa, não se pode dizer que a decisão da Williams não tem lógica. Porém expoe os problemas que anos de inércia fizeram e que a Dorilton vem tentando reverter, bem como as limitações que o teto de gastos impoem às equipes e quem, neste caso, acabam atrapalhando aqueles que, em tese, deveriam ser ajudados pelos limites impostos para andar mais próximos dos ponteiros. No caso aqui, o uso do carro reserva também foi proibido para..diminuir custos.
O mundo é injusto. Segue o baile.