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F1: Hamilton e Leclerc podem ser desclassificados. Entenda

Após o final do GP dos EUA, a verificação constatou que os carros de Hamilton e Leclerc estavam fora do regulamento. O que pode acontecer?

22 out 2023 - 21h09
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Hamilton e Leclerc em Austin: após a corrida, constatado desgaste excessivo no fundo...
Hamilton e Leclerc em Austin: após a corrida, constatado desgaste excessivo no fundo...
Foto: Mercedes AMG F1

Uma corrida de carros não acaba somente com a bandeirada final e o recebimento de troféus. Existem uma série de situações a serem cumpridas após os carros chegarem. Um deles é a verificação técnica por parte dos Comissários da FIA.

O Delegado Técnico da FIA, Jo Bauer, comanda um grupo de comissários que verificam diversos pontos do carro para garantir a sua aderência ao Regulamento Técnico. Não somente os três primeiros, mas vários outros também são observados. Para se ter ideia, aqui um exemplo dos carros que foram verificados após o GP do Catar, listados no documento 88, que é acessível no site da FIA.

Extrato do Documento 88, onde o Delegado Técnico lista vários carros verificados após o GP do Catar
Extrato do Documento 88, onde o Delegado Técnico lista vários carros verificados após o GP do Catar
Foto: FIA

Um dos itens observados é a prancha colocada no fundo do carro. Introduzida ao regulamento técnico da F1 em 1994, dentro das medidas de segurança após Imola, ela é a maneiraencontrada pela FIA de garantir que a altura mínima dos carros é observada.

Composta de uma resina chamada Jabroc, bem semelhante à madeira, esta prancha deve ter 10 mm (ou 1 cm) de espessura. O regulamento ainda considera que há uma tolerância de 1mm por conta das oscilações do carro contra o piso. Desta forma, um F1 deve ter a prancha com 9 mm no mínimo, podendo ser dividia em 3 setores. Tudo isso está no item 3.5.9 do Regulamento Técnico

Item do Regulamento Técnico da F1 que fala da espessura da prancha - letra e
Item do Regulamento Técnico da F1 que fala da espessura da prancha - letra e
Foto: FIA / Regulamento Técnico F1

Para conferência, é especificado que a prancha tenha pelo menos 4 furos que permitam aos Comissários constatarem se a espessura está dentro do permitido pelo regulamento. E foi o que aconteceu com Hamilton e Leclerc.

Fundo da Mercedes de Hamilton em Monaco: em vermelho, os furos para verificação da espessura
Fundo da Mercedes de Hamilton em Monaco: em vermelho, os furos para verificação da espessura
Foto: Scuderia Milani / X

Através de comunicado, o Delegado Técnico comunicou aos Comissários que os carros 16 e 44 não estavam em conformidade com o item e) 3.5.9 do Regulamento, sem entrar em detalhes do que foi localizado. Desta forma, os responsáveis chamam as equipes para prestarem explicações do constatado e fica nas mãos dos Comissários aceitá-las ou não.

Documento do Delegado Técnico sobre a questão da espessura da prancha nos carros de Leclerc e Hamilton
Documento do Delegado Técnico sobre a questão da espessura da prancha nos carros de Leclerc e Hamilton
Foto: FIA

Caso julguem as explicações insuficientes, os Comissários podem desclassificar os carros da corrida. Ainda há espaço para que haja constatação. Porém, a primeira ação é a desclassificação sumária.

Vimos isso acontecer em 1994, ano da introdução. O primeiro carro a ser constatado que a espessura estava fora do estabelecido foi o Footwork de Gianni Morbidelli, no GP da Alemanha. Naquele momento, os Comissários aceitaram as explicações do time e o italiano manteve seu 4º lugar. Porém, algumas provas depois, no GP da Bélgica, Michael Schumacher foi desclassificado pelo mesmo motivo.

Aguardemos o que pode acontecer. No momento em que este artigo está sendo escrito, os times deram suas explicações.

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