F1, it's James! Williams anuncia James Vowles como comandante
A Williams anuncia o estrategista da Mercedes James Vowles como Chefe de Equipe. A equipe faz uma aposta e estreita os laços com os alemães
Após vários dias de suspense, a Williams anunciou nesta sexta (13), o nome de seu novo comandante: James Vowles, que até pouco tempo atrás era o responsável pela parte de estratégia da Mercedes. Sim, é aquele da famosa fala “Valtteri, it’s James”.
Este é o maior passo até aqui deste britânico de 43 anos, que fez toda a sua carreira na F1 no campo da Mercedes, ainda quando era BAR, passando por Honda e da Brawn. Basicamente, Vowles é um daqueles patrimônios de Brackley.
Não deixa de ser uma aposta por parte da Williams. O nome de Vowles não estava na lista de potenciais candidatos listados por quem acompanha a F1. Embora conheça bem a estrutura de um time vencedor, seria a sua primeira experiência no comando de toda a operação.
É inevitável traçar o paralelo deste anúncio com a chegada de Paddy Lowe. Foi o mesmo movimento: um nome que vinha da campeã Mercedes para ajudar a Williams a dar uma virada. Só que o tiro se mostrou totalmente equivocado e ajudou a enterrar mais o time. Esta passagem é bem explicada na segunda temporada do Drive To Survive.
Agora, a Williams desmonta os laços com uma montadora alemã (Capito e Demaison vinham da antiga área de competições da Volkswagen) e reforça mais ainda com a Mercedes. Não deixa de ser curiosa a mudança sem o famoso tempo de quarentena. Vowles assume o posto oficialmente no dia 20 de fevereiro, 3 dias antes do início da pré-temporada no Bahrein.
A ver os próximos passos. Agora que definiu um posto crítico, resta escolher um Diretor Técnico, que vai efetivamente por a mão na massa no carro de 2024. E fica também a pergunta: estaria a Williams pensando em reprisar o modelo da Haas?
Não seria algo tão desbaratado. Se formos ver, a ida de James Vowles para a Williams diminui em tese a pressão sobre salários. E a Mercedes já tem a sua área de “Engenharia Especial”, que presta serviços para a equipe de ciclismo da INEOS e o barco Britânnia na America’s Cup. Seria mais uma forma de otimizar receitas e custos.
Além da Mercedes fornecer a Unidade de Potência e caixa de câmbio para a Williams, não podemos esquecer que, em breve, a Mercedes vai perder a Aston Martin como cliente no túnel de vento em Brackley e as equipes tem uma restrição de investimentos em infraestrutura por conta do teto orçamentário...
E temos duas possibilidades aqui: uma, a liberação de Vowles poderia seria ser um processo de preparação para uma futura substituição de Toto Wolff na Mercedes. Outra, seria a expansão da influência de Wolff na F1. Poderia ser uma reedição mais light de Flavio Briatore que, em certa altura da década de 90, comandava uma equipe (Benetton) e tinha tentáculos em mais duas (Ligier e Minardi), além de ser empresário de vários pilotos.
O fato é que a Mercedes até dedicou um espaço em seu site falando da saída de Vowles da equipe, com uma fala bem elogiosa de Toto Wolff sobre ele.
Em um momento em que a F1 começa a se movimentar para a discussão de um novo Acordo Comercial e regulamentos técnicos, a Mercedes ficaria bem-posicionada com mais um time alinhando ao seu lado. E a Dorilton tem mais uma chance de deixar o seu projeto mais atrativo para um possível interessado. Afinal de contas, a F1 vê com melhores olhos alguém que entra comprando alguém do que vindo do zero, não é Andretti?
A ver o que acontece. O fato é que a Williams precisa retomar o caminho de crescimento. A esperança é que o FW45 venha mais bem nascido e o time trabalhe a contento. Que Vowles seja a centelha para que as coisas caminhem bem.