F1: Leclerc começa na frente de Hamilton na Austrália
Embora seja um carro novo para ambos, Leclerc aproveita de sua experiência na Ferrari para fica na frente. Mas Hamilton está bem próximo
Uma das grandes histórias da F1 2025 será a disputa interna na Ferrari entre Charles Leclerc e Lewis Hamilton. Está será uma tarefa que deverá levar embora os cabelos que ainda restam da cabeça de Frederic Vasser. Mas o publico que ver é o circo pegar fogo. E o primeiro capítulo desta história começou a ser escrita em Melbourne.
Na sexta feira em que os trabalhos começaram, Leclerc sai como vencedor neste embate, sendo o mais rápido nas duas sessões de treino. No TL1, o monegasco fez o 2º melhor tempo enquanto Hamilton ficou em um longínquo 11º lugar. No TL2, a coisa melhorou, com o britânico subindo para o 5º posto, enquanto Leclerc ficou na liderança.
Isso já foi o necessário para dar uma discussão nas redes sobre como a dinâmica ferrarista já está posta. Isso faz parte do cenário. Porém, é preciso analisar de uma forma racional.
Hamilton tenta acelerar ao máximo sua aclimatização à Ferrari, indo do tratamento da fábrica a como entender o funcionamento do carro. Temos que lembrar que o britânico teve três dias com o SF-25. Sem contar que Leclerc já é um piloto extremamente assentado no time e, por isso, o processo flui com mais tranquilidade.
Porém é interessante debruçar sobre o desempenho dos dois, especialmente durante o TL2. No TL1, os pilotos ficaram com programas diferentes e Hamilton teve problemas de direção no final do treino. Para isso, trago algumas informações levantadas pelos amigos italianos do Funoanalisitecnica (o link para a materia original está no fim deste artigo).
Um pouco antes da temporada começar, Loic Serra, Diretor Técnica da Ferrari, declarou que os dados obtidos no Bahrein estavam em linha com aqueles da fábrica em Maranello. Isso dá confiança para que o time trabalhe no desenvolvimento. E a percepção geral é que SF-25 é um carro mais estável do que seus antecessores e dá confiança para seus pilotos.
Numa abordagem inicial, a Ferri optou por deixar o carro com a suspensão dianteira mais macia para poder tratar melhor a primeira parte do traçado. Também é a prova de confiança na carga aerodinâmica gerada. Na comparação com Oscar Piastri, mostrou que os italianos podem pensar sim em brigar pela vitória
Internamente, uma análise preliminar e superficial com base na volta mais rápida de ambos mostra que o modo de pilotagem é bem semelhante. Hamilton admitiu que estava estudando muito a telemetria de Leclerc para adaptar o seu estilo e ficar mais à vontade no carro.
O quadro com a telemetria mostra que Hamilton também usa a mesma técnica de Leclerc de manter o acelerador acionado junto com o freio nas curvas para tentar equilibrar o carro nas curvas. Entretanto, se nota que na Curva 6, o britânico briga para controlar o carro, perdendo até 9 km/h para o companheiro de equipe no centro da curva. Já nas curvas 9 e 10, a falha vem de Leclerc.
Neste primeiro dia, a Ferrari optou por usar uma carga maior na asa dianteira, o que permitiu aos pilotos trabalharem controlando mais a parte de trás do carro. Aí, Hamilton acabou por se sobressair no trecho final, embora Leclerc tenha conseguido um melhor trajeto da última curva.
Já na simulação de corrida, a diferença foi menor ainda: com ambos usando o composto C4 (médio desta etapa), Leclerc fez uma média de 1:22,184, enquanto Hamilton fez 1:22,228. Isso também dá material para aqueles que o britânico tem dificuldade de ser rápido em uma volta com esta geração de carros, se garantido mais no ritmo de corrida. Mas ainda é cedo para falar alguma coisa neste sentido para esta temporada.
Claro que este é um ligeiro recorte e muitos outros pontos devem ser considerados. Mas é muito bom poder acompanhar e entender um pouco mais desta disputa que está apenas no seu início.