F1: Mais dominância, menos envolvimento? Nas redes sociais, sim
Estudo divulgado por consultoria mostra que o engajamento do público na F1 diminui e a percepção negativa aumenta com a atual dominância.
Dominâncias na F1 já existiram anteriormente. Porém, nos termos em que vemos atualmente com Verstappen e Red Bull, é algo que é preciso debruçar. Talvez sim a época recente de Hamilton e Mercedes, além de Schumacher e Ferrari poderiam se assemelhar.
Verstappen chegou a declarar recentemente que quem não reconhecesse o que ele estava fazendo não seria um verdadeiro fã de F1. Foi um tanto sincero, mas não deixa de ter certa razão. Só que o esporte a motor conta com a disputa como um de seus maiores atrativos.
O que se questiona muito hoje é: o problema não é ter a dominância, mas como ela se desenvolve. Verstappen e Red Bull hoje montam um conjunto que é difícil de ser batido, tanto por sua qualidade como pela incompetência da concorrência em conseguir igualar.
Do jeito que as coisas vão fluindo, o interesse na F1 vem caindo. A percepção é de que a categoria já teve mais atenção e os dados de audiência televisiva em vários mercados acendem alguns fatores de alerta. Agora, algumas informações mais estruturadas começam a comprovar o sentimento.
Nesta quinta (28), a britânica Autosport trouxe um estudo feito pela Buzz Radar, especializada em análise de dados. A empresa publicou hoje em seu perfil no Linkedin a primeira parte de um estudo chamado “A F1 chegou ao seu topo?”, com foco nas redes sociais.
Hoje, ter o controle das redes sociais é crucial. E o estudo busca jogar luz sobre o comportamento nos últimos anos da categoria neste campo. Aqui, a F1 tem crescido explosivamente nos últimos anos. Quando a Liberty Media assumiu a gestão da categoria, foi um dos focos de atenção e o sucesso tem sido impressionante. De acordo com a própria empresa, o número de usuários praticamente multiplicou em 6 vezes no período 2017/2022 (dado ressaltado pelo estudo).
O recorte feito nesta primeira parte traz os dados completos até 2022 e a quantidade de interações de janeiro a maio deste ano. Aqui, mostra o que já se sabe: 2021 foi o topo de atenção da categoria por conta da final Verstappen x Hamilton.
2022 houve uma certa estabilidade até por conta dos impactos ainda do ano anterior e o novo regulamento. Porém, este ano, a descida tem sido ampla e a percepção do público tem sido menos receptiva. No recorte feito de janeiro a maio, o engajamento e o ritmo de crescimento de novos usuários caíram.
Com base nisso e em uma correlação feita de como foram os campeonatos dos últimos anos, chegaram à (óbvia) conclusão de que as disputas mais renhidas foram aquelas que geraram mais movimentação nas redes, tendo o auge na decisão de Abu Dhabi 2021.
Dentro do quadro, pode se dizer que 2022 seria o auge de interesse da F1 nas redes. Porém, a pintura que se faz é que seria algo do tipo “o começo do fim”, que a F1 começa a entrar em um processo de perda de importância e que alguma coisa tem que ser feita. A Liberty Media sabe disso e seus acionistas também.
Desta forma, basta simplesmente dar um basta para ter mais interesse? É preciso ter sangue frio...
Como esta parte do estudo aponta, o publico se tornou mais interessado na categoria e tem tido uma visão otimista do esporte. Houve uma ampliação desta percepção, refletindo um pouco aqui este aumento de engajamento. Porém, as menções negativas também aumentaram, como pode ser visto a seguir.
Esta é a confirmação da tendência da F1 buscar o envolvimento com as mídias sociais e se ajustar cada vez mais a elas. Em março, já tivemos um pouco desta demonstração com base nos dados divulgados pela Liberty Media (e falamos disso aqui). E a própria Buzz Radar promete trazer dados mais detalhados sobre o público da F1 e como ele vem mudando sua abordagem em como acompanha a categoria.
Ainda não é hora de decretar falências, mas sim ajudar a identificar percepções. A Buzz Radar promete liberar mais informações até o final do ano. Mas para ver esta parte, está aqui.
A F1 já teve sua morte decretada algumas vezes. Mas passa muito bem, obrigado.