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F1: O problema de desempenho da Ferrari é mais embaixo

Após duas provas, Ferrari se questiona onde estariam problemas do SF-25. A resposta parece vir da parte de baixo do carro.

25 mar 2025 - 16h09
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Hamilton e Leclerc na China: até agora, muitas perguntas para entender o SF-25
Hamilton e Leclerc na China: até agora, muitas perguntas para entender o SF-25
Foto: Scuderia Ferrari

Se tem uma coisa que faz parte do cenário da F1 é o carrossel de emoções em torno da Ferrari. Do extremo otimismo vindo antes da temporada começar, com direito este ano a estreia de Lewis Hamilton, e um SF25 extremamente prometedor, ao vale das sombras e dor com os resultados na Austrália e China, esta última com uma desclassificação dupla.

Talvez aqui os ferraristas adaptam a frase que os botafoguenses usam muito: Tem coisa que só acontece à Ferrari.

Temos que lembrar que a Ferrari tenha sido, do grupo da frente, aquela quem trouxe mais novidades para 2025. Além da chegada de Lewis Hamilton, o time italiano trouxe um muito revisado SF-25. Mesmo com o bom desempenho mostrado com o SF-24, o time de técnicos comandado por Enrico Cardile (e depois por Loic Serra, vindo da Mercedes) decidiu ir além, mudando muito o conceito. A principal mudança é a nova disposição da suspensão dianteira, adotando o sistema pull rod, que Red Bull e McLaren usam desde o início deste regulamento e a Mercedes partiu ano passado.

Comparativo suspensões dianteiras SF-24 e SF-25. A mudança para o conceito de McLaren e Red Bull traz duvidas...
Comparativo suspensões dianteiras SF-24 e SF-25. A mudança para o conceito de McLaren e Red Bull traz duvidas...
Foto: Scuderia Ferrari

O objetivo desta mudança é aumentar a eficiência aerodinâmica, já que o desenho ajudaria a direcionar mais ar para baixo do carro, ajudando a gerar mais pressão aerodinâmica. Até aí, tudo bem. Mas isso implica em mexer no restante do carro.

Em tese, o SF-25 seria um carro que seria mais veloz e estável do que seu antecessor. Pelo menos, estes foram os dados obtidos em Maranello. Mas ao ir para a pista...

Nos testes do Bahrein, deu para notar que o carro tinha potencial. Lewis Hamilton disse que se sentiu mais à vontade do que na Mercedes, que permitia fazer as curvas melhor, lhe dava mais confiança. Mas já ali alguns pontos chamaram a atenção: um ligeiro nervosismo do carro e o desgaste de pneus.

Sobre este ponto, este era um dos pontos fortes do SF-24. O objetivo agora era deixar o carro aquecer mais rápido os pneus para entrar na janela de funcionamento antes e permitir aos pilotos que pudessem ter uma melhor gerencia. Este também foi um dos motivos que levaram a decidir pela mudança de conceito na dianteira.

Na Australia e na China, Leclerc e Hamilton mostraram alguns momentos de bom desempenho. Tanto que Hamilton venceu a Sprint Race da China e Leclerc teve um bom desempenho mesmo com o spoiler dianteiro quebrado. Mas era muito abaixo do esperado.

O que se viu nestes dois GPs foi uma Ferrari que começava bem os trabalhos de pista, mas que ia perdendo desempenho ao longo do final de semana. Na Australia, a desculpa foi que, por já esperar a chuva, o carro foi levantado e perdeu desempenho. Já na China, o problema não teria sido a altura, mas sim outros ajustes na suspensão após a Sprint que não fizeram o efeito esperado.

O fato é que o nervosismo chegou à Ferrari. Como já falou Frederic Vasseur, nestes momentos não cabe perder a cabeça nem por raiva ou por alegria. Só que muitas perguntas ficam no ar até aqui, mesmo com somente duas etapas disputadas.

Vasseur tenta manter a calma. Mas os olhares começam a entortar...
Vasseur tenta manter a calma. Mas os olhares começam a entortar...
Foto: Scuderia Ferrari

A principal alegação é que as mudanças feitas para este ano fizeram o SF-25 ter uma janela de funcionamento muito reduzida. Neste regulamento, para que o carro gere o máximo de pressão nos tuneis do assoalho e no difusor, é preciso que o carro esteja o mais próximo do piso e a suspensão oscile o menos possível.

Diante do quadro exposto, há o risco sim dos carros rasparem muito no chão e terem a prancha inferior desgastada. Foi isso que levou à desclassificação de Hamilton no GP da China.

Para evitar isso, o que fazer? Levantar a altura do carro. Não raspa mais tanto o assoalho, mas perde rendimento...

Ao que parece, a Ferrari conseguiu um carro que consegue ótimos dados no túnel de vento, mas que, quando chega na pista, não rende como esperado. Isso não lembra um tal Mercedes W13 de 2022?

Mas o que se vê é que o problema não acontece somente na Ferrari. A Haas este ano está usando o trem traseiro inteiro da Ferrari e teve alguns problemas também na Austrália. Embora o time italiano não tenha mexido na configuração básica desta parte, alterou os braços da suspensão e o desenho da caixa de câmbio para tentar obter ganhos aerodinâmicos. Aqui também pode residir parte do problema.

Até agora, não houve qualquer fala por parte da Ferrari em relação a isso. O fato é que o gabinete técnico está trabalhando febrilmente com os dados obtidos até aqui para achar um caminho. Antes da temporada começar, Loic Serra falou que os dados de pista e de túnel de vento estavam convergindo, o que ajudaria no desenvolvimento de novas soluções Na Itália, circulou nesta terça a informação de que um novo assoalho, inicialmente previsto para o Bahrein, seria antecipado para o Japão (falamos disso aqui).

Por enquanto, a equipe confia que o SF-25 ainda pode entregar. A esperança é que ano passado as coisas pareciam ir errado após uma atualização feita após Barcelona, especialmente no difusor traseiro, e conseguiram recuperar o rumo.

Ter um carro malnascido é uma notícia ruim em qualquer momento. Mas quando você tem um heptacampeão chegando e um novo pacote técnico sendo desenvolvido para 2026, qualquer desvio no planejamento pode ser fatal. Aparentemente, o SF-25 tem potencial, mas a Ferrari terá que ter paciência para poder destravá-lo...

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