F1: Pirelli segue na categoria até 2027. Mas o futuro é duvidoso
F1 e Pirelli confirmaram que seguem juntos até 2027. Mas ainda existem muitas questões para o futuro, especialmente no fim do acordo
O que era dado como certo, foi confirmado nesta terça (10): Pirelli e F1 seguem juntas por um período de 3 temporadas (2025 a 2027), atendendo também às categorias de base F2 e F3. Desta vez, a Bridgestone apareceu como concorrente, mas se optou por seguir a parceria.
Desde 2011, a Pirelli assumiu a responsabilidade de fornecedor único e sempre teve os holofotes sob sua atuação. Do começo do relacionamento até aqui a qualidade dos seus produtos foi questionada, com o desgaste sempre foi um ponto indicado por pilotos e equipes e nos últimos tempos, a incapacidade de fazer um pneu efetivamente funcional para chuva forte.
Em sua defesa, a Pirelli sempre dizia que seguia a especificação solicitada pelos clientes e que estava disposta sempre a melhorar seu produto. Este ponto é claro até no próprio comunicado feito pela marca quando da renovação, dizendo que “sempre teve a oportunidade de fornecedor produtos confiáveis para todo tipo de superfície e tempo, apoiando os times, a FIA e a F1 de maneira pontual e flexível”.
Mesmo com todos os problemas, a Pirelli se mostra satisfeita com o retorno dado. Estima-se que a gigante aporta cerca de US$ 40 milhões anuais em patrocínio para a F1, fora o valor gasto em desenvolvimento (aqui os 30 dias de testes por ano com as equipes na fase europeia do campeonato) e fabricação.
Só que há uma questão que a FIA e a F1 terão que lidar para um futuro próximo. O mais novo contrato vai abranger a mudança de regulamento técnico previsto para 2026. Um dos pontos discutidos para a redução de peso é uma possível alteração no tamanho dos pneus (dos atuais 18” para 16”).
Com a confirmação da renovação, a Pirelli pode participar do processo. Porém, vai ter que contar com o apoio dos times e aí poderemos voltar à novela de 2021, quando protótipos tiveram de ser adaptados para o desenvolvimento dos jogos atuais e as equipes pediram recursos à Pirelli para ajudar no processo.
Outro aspecto é a aparente mudança no planejamento estratégico da Pirelli: a marca anunciou que ao fim do contrato atual com o WRC, que vai até o final de 2024, não deve renovar. O acordo renovado com a F1 vai até 2027 e prevê uma extensão até 2028. Se diz muito nos bastidores que está será a última renovação de contrato.
Caso mantido o ciclo de um novo regulamento técnico a cada 4 temporadas, teremos uma troca de fornecedor no meio de um ciclo de desenvolvimento. Um dos pontos que acabaram indo contra a Bridgestone neste processo atual de escolha foi justamente a janela para o desenvolvimento de novos pneus: caso escolhida, ela teria que desenvolver os pneus para o regulamento atual e pensar no próximo.
Qualquer novo fornecedor vai esbarrar nisso. Em outros tempos, os fornecedores tinham acesso a carros e podiam testar. A Bridgestone teve praticamente um ano rodando no Japão em 96 com Arrows e Ligier; A própria Pirelli em 2010 usou o modelo que a Toyota usaria naquele ano para pode desenvolver seus pneus. Nas atuais regras, um esquema deste não seria possível.
Até lá, FIA e F1 ganham folego e pensam o que farão. Enquanto isso, a Pirelli segue buscando como melhorar seus produtos dentro das restrições atuais...Ela tem culpa de certas situações sim, mas não é a única. No caso do Catar, por exemplo, tem vários pontos que fogem do seu controle.