F1: por que o GP de Las Vegas não deu certo nos anos 1980?
Conhecido como Grande Prêmio Caesars Palace, foi uma das tentativas da F1 nos Estados Unidos
A F1 volta a Las Vegas prometendo um GP revolucionário: o primeiro noturno nos Estados Unidos e tinha que ser na cidade que nunca dorme. A categoria está apostando todas as fichas em uma corrida que, se der certo, promete se tornar um dos grandes eventos do calendário.
Não é a primeira vez que a F1 tentou fazer sucesso em Las Vegas: o plano inicial era uma corrida final na temporada de 1980, mas não deu certo. Em 1981, Watkins Glen foi retirada do calendário por conta de dívidas de US$800 mil com as equipes. Por isso, houve um grande esforço, inclusive de Bernie Ecclestone, chefão da FOCA na época, para viabilizar a etapa para o final da temporada.
A ideia inicial era que o público dos cassinos pudesse jogar alucinadamente e ter a F1 como um grande show, tal como os diversos artistas que se apresentavam nas casas de jogo encravadas no deserto de Nevada. Um acordo com o Caesars Park foi fechado e foram em frente. O projeto inicial previa o uso da Sunset Strip, como a F1 fará este ano.
Como o Município não aprovou e a solução encontrada foi adaptar uma pista no estacionamento do Caesars Palace. Para ajudar na empreitada, foi trazido Chris Pook, o homem que havia criado o circuito de rua de Long Beach. O traçado era simples: apenas 3650 metros, contava com 14 curvas em sentido anti-horário (lembrava bastante a letra E), sendo boa parte cercada por areia.
A primeira prova aconteceu em 17 de Outubro de 1981, vencida por Alan Jones, mas marcada pelo título de Nelson Piquet em cima de Carlos Reutemann ao chegar em 5º lugar. Os pilotos reclamaram muito do traçado por ser muito exaustivo: a sequência de curvas e o calor provocavam dores e desidratação.
Em 1982, a prova aconteceu nos dia 25 de Setembro, novamente como a última etapa do campeonato. Foi vencida por Michele Alboreto, com Keke Rosberg conquistando o campeonato. Mas as perspectivas para a F1 continuar eram baixas. Além das reclamações dos pilotos, o baixo público também incomodava: o próprio Caesars Palace teve prejuízo.
Diante do quadro insatisfatório para as duas partes, o divórcio entre Las Vegas e F1 aconteceu. Porém, não foi o fim do circuito: a CART (IndyCar) foi a solução para 1983 e 1984, mas com um traçado diferente. O pedaço existente entre as curvas 1 e 11 deu lugar a uma reta, como se fosse correr no anel externo. Mas depois acabou morrendo de vez, até por questão de reformas. A F1 demorou 41 anos para voltar à cidade, mas com uma pista bem diferente, com 6201 m, nas longas avenidas da cidade, colocando novamente as fichas na cidade.