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F1: Porque a volta dos motores V10 na F1 não é tão simples

Falas da F1 e da FIA dão esperanças aos fãs, mas a volta dos V10 não é tão simples assim. Muitas questões precisam ser resolvidas

4 mar 2025 - 20h30
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Antes mesmo da implementação da nova configuração dos motores da F1 em 2026, a categoria já começa a vislumbrar o que pode ser o futuro da arquitetura para o próximo ciclo técnico.

A decisão sobre o futuro dos motores não depende apenas das vontades da F1 e da FIA, mas também dos rumos escolhidos pela indústria automobilística. Afinal, é desse setor que vem grande parte dos investimentos que mantêm as competições. Não apenas do ponto de vista técnico, mas também da divulgação de marca.

Renault V10
Renault V10
Foto: Reprodução

Dentro dessa lógica, há um grande esforço para que todas as partes envolvidas falem a mesma língua. Hoje, o automobilismo é um grande campo de desenvolvimento de soluções nesse sentido. Dos seis campeonatos da FIA, temos os elétricos (Fórmula E e RallyCross) e os híbridos (F1, WEC e WRC). O WEC, que inicialmente planejava adotar motores movidos a hidrogênio em 2026, adiou essa mudança para 2030. Já o WRC utiliza combustíveis sintéticos desde 2023.

Nesse cenário, a F1 adotou o sistema híbrido em 2014 e, por algum tempo, ficou estagnada em relação ao avanço dos elétricos. Para tentar recuperar uma posição de liderança na corrida tecnológica – tanto dentro da indústria automobilística quanto na petroleira, que sempre apoiou as competições –, a categoria decidiu aprofundar a eletrificação e o uso de combustíveis sintéticos e/ou renováveis de segunda geração.

Esse é o caminho escolhido para 2026: um motor híbrido (mas sem a recuperação de energia do turbo), no qual a parte elétrica representará quase metade da potência, aliado ao uso de combustível sustentável.

Muitos apontam esse movimento como um passo em direção à eletrificação completa no futuro, seguindo a tendência de vários mercados e levando em conta o fim da exclusividade da Fórmula E como categoria totalmente elétrica em 2039, conforme acordo com a FIA. No entanto, os cenários mudam...

Diante das dificuldades na ampliação do mercado de veículos elétricos, especialmente na Europa, e do fato de que os combustíveis sintéticos e renováveis prolongam a vida útil dos motores a combustão, uma nova ideia voltou a ser discutida pela Liberty e pela FIA: por que não trazer de volta os motores aspirados?

Desde a adoção dos sistemas híbridos na F1, em 2014, um dos principais alvos de críticas dos fãs foi o som dos motores. O problema nem era o uso dos V6 Turbo, que já haviam sido utilizados no passado e eram extremamente potentes. Mas a introdução do sistema de recuperação de energia do turbo (MGU-H) e do escapamento único reduziu drasticamente o volume do som gerado. O barulho ficou tão apagado que houve esforços para tentar aumentá-lo. Embora tenha havido alguma melhora, as reclamações persistem até hoje.

Renault V10
Renault V10
Foto: Reprodução

Com a remoção do MGU-H a partir de 2026, há a expectativa de que o som dos motores volte a ser mais marcante, mesmo com uma unidade a combustão teoricamente menos potente. Além disso, isso ajudaria a cumprir a promessa de Stefano Domenicali de que a F1 não perderia sua experiência sensorial, incluindo o som dos motores.

Porém, há um grande obstáculo para essa mudança: a indústria automotiva.

Atualmente, as montadoras enfrentam um momento de grande tensão devido a desafios econômicos, tecnológicos e estratégicos. Falar em uma mudança radical de conceito após apenas quatro anos da adoção dos novos motores é algo extremamente complexo. Embora a construção de um motor aspirado tenha um custo menor – por se tratar de uma tecnologia amplamente conhecida –, as fabricantes já investiram mais de US$ 300 milhões desde 2023, dentro do teto orçamentário estabelecido pela FIA. Considerando o investimento total, esse valor ultrapassa os US$ 500 milhões. Não por acaso, a Renault decidiu abandonar o desenvolvimento de sua Unidade de Potência.

A F1 terá em 2026 uma verdadeira joia da engenharia: um motor híbrido, com uma parte a combustão movida a combustível sintético ou renovável e uma parte elétrica alimentada pela recuperação de energia das freadas.

Mesmo o atual sistema híbrido, que completará 12 temporadas, demandou muito tempo e dinheiro para ser refinado. Além disso, as soluções encontradas tiveram pouca aplicação nos carros de rua, tornando difícil justificar os altos custos envolvidos.

Sabemos que a F1 tem uma lógica própria. A volta dos motores V10 seria interessante não apenas pelo som, mas também pela possibilidade de eliminação da bateria e do sistema híbrido, o que reduziria o peso e o tamanho dos carros. Para se ter uma ideia, na era dos V10, o motor mais pesado tinha cerca de 130 kg. Atualmente, a Unidade de Potência tem um peso mínimo de 150 kg. Com a tecnologia atual, seria possível projetar um motor com menos de 100 kg.

Entretanto, há muitas demandas a serem atendidas. Mesmo com a F1 gerando receitas expressivas e podendo direcionar seu próprio futuro, as montadoras precisam estar de acordo com uma mudança desse porte. E para que isso aconteça em um intervalo tão curto de tempo... será necessário muito diálogo.

Parabólica
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