F1: porque Susie Wolff é a resposta que a Williams precisa
Susie Wolff é um dos nomes mais cotados para ocupar a Chefia da Williams. Sua escolha se enquadraria em diversos pontos que a F1 adoraria
O mundo da F1 foi surpreendido com o anúncio da saída de Jost Capito do comando da Williams alguns dias atrás. Não foi somente do time na pista (o que passou a acontecer quando Dave Robson saiu em 2021), mas também do posto de CEO. Capito foi um dos primeiros nomes que chegou quando a Dorilton Capital assumiu o comando do time em 2020.
O alemão deixou o que seria uma aposentadoria para encarar a reestruturação de um time histórico da F1, que cada vez mais se mostrava no final do grid. 2022 não tenha sido tão representativo em resultados (até falamos nisso aqui na nossa retrospectiva). Porém, a equipe pareceu mais confiante em suas ações ao longo do tempo.
Capito sempre deixou claro que, ao seu ver, o processo de transformação da Williams era de longo prazo. E a Dorilton decidiu por encerrar o trabalho, bem como também do Diretor Técnico François Xavier (FX) Demaison, que havia trabalhado com o alemão na divisão esportiva da Volkswagen.
O fundo de investimento desde o início diz que entende o tamanho da Williams e que quer devolver ao lugar que o time merece. Juntando o valor gasto para comprar a equipe mais o que foi gasto em investimento e refinanciamento de dívidas, se estima um investimento de mais de US$ 500 milhões até aqui.
Talvez por esta cifra, a Dorilton sabe que, diante do modelo atual de que 10 equipes é bastante e novos entrantes serão tratados com muito zelo, a Williams se torna um ativo muito valorizado. E um dos objetivos autodeclarados dos americanos é “ajudar a criar valor de longo prazo pelo reconhecimento e desenvolvimento de potencial”.
Não à toa que se fala que seria uma belíssima forma de entrada na F1, que tem multiplicado de forma quase exponencial o seu valor. Por isso mesmo que não é de hoje que se atrela a Williams a diversos interessados. Já se falou em Volkswagen, Audi e a última é a Porsche. A Honda também seria uma interessada.
Embora tenha mostrado este comprometimento com a Williams até aqui, não podemos esquecer que a Dorilton é um fundo de investimento. E se voltarmos um pouco no tempo, não temos experiencias muito boas neste aspecto: o Shannon Group com a Forti Corse em 1996; a Genii Capital, que assumiu as operações da Renault de 2011 a 2015 e deixou uma série de dívidas (curiosidade: eles tinham ainda ações do time até ano passado); e a Thesan Capital, que assumiu a HRT em 2012 e só quis vender a equipe a qualquer custo (e sem sucesso).
Só que esta mudança chama a atenção e faz muita gente se perguntar: a Dorilton quer acelerar o passo para valorizar o ativo para frente? Que perfil estaria procurando para comandar o time?
São poucos os que estão habilitados a comandar um time de F1. Um dos nomes que surgem é o de Susie Wolff. Muitos somente a reduzem como a “mulher de Toto Wolff”. Entretanto, tem desempenhado papeis interessantes nos últimos anos como ser acionista e comandar a equipe Venturi na Fórmula E.
Wolff também tem uma ligação com a Williams (foi pilota de testes e andou pelo time em treinos livres em 2014 e 2015) e seria um nome que representaria maiores holofotes para a equipe. Além de marcar seu nome como a 4ª chefe de equipe da história da F1 (a primeira foi Carmen Ziegler pela Sauber em 1993, depois vieram Monisha Kaltenborn também pela Sauber de 2012 até 2017 e Claire Williams na própria Williams, de 2013 a 2020).
Embora ela tenha dito em uma entrevista algum tempo atrás “que já basta um Wolff na F1”, seria um desafio que ela aparenta estar pronta. Embora soluções internas surjam (a efetivação do Diretor Esportivo Sven Sveets ou do Consultor Jenson Button), aqui há uma torcida para que os americanos ousem e deixem Susie trabalhar. É uma amante de velocidade e sabe muito bem como um time trabalha.
Além disso, seria um achado para uma F1 que tenta soar inclusiva. Ter uma chefe de equipe quando se monta uma categoria de acesso para pilotas, seria a cereja do bolo para a Liberty Media. Nao sejamos ingenuos que este aspecto deve estar na mesa dos americanos.