F1: Spa fica até 2031 mas a novidade é o rodízio de provas
No melhor estilo de uma notícia boa e outra ruim, F1 anuncia Spa até 2031, mas sem corridas entre 2028 e 2030. Vem aí o rodízio de provas
Tal como uma boneca russa, a F1 traz uma notíca boa e outra que tem potencial para ser ruim: após muita indefinição e uma série de especulações, a F1 anunciou nesta quarta (8) a renovação do acordo com Spa-Francorchamps. Em extensas negociações, ficou acertado que a categoria deve bater ponto por mais 4 temporadas. Mas o modo desta permanência é que deixou todo mundo intrigado e inicia um método que a Liberty Media já havia colocado na mesa.
A renovação do GP belga foi fechada até 2031. Porém, da seguinte forma: dois anos seguidos (2026 e 2027) com dois anos alternados (2028 e 2030). Não era algo que os organizadores queiram, dados os investimentos feitos nos últimos anos (haverá ainda mais uma arquibancada de 10 mil lugares a ser construída) e todo o retorno de divulgação que a corrida trás, mesmo com os sucessivos aumentos de valores a cada contrato.
Só que aí entra a figura da rotação de provas. Não era de hoje que, no caso de Spa, se falava em um possível revezamento com Zandvoort, dados os altos valores envolvidos. Não é de hoje que a Liberty Media falava em concentração de provas por conta de deslocamentos (aqui a questão de emissão de carbono entra também) e de abrir espaço para novos locais.
A dúvida que fica aqui é quem poderia fazer esta rotação com Spa e/ que outras provas poderiam entrar neste rodízio. Alternância não é coisa nova na F1, pois Brands Hatch e Silverstone fizeram o papel de sediar o GP da Grã-Bretanha em anos variados. Mas fica o receio de como será feito.
Em tese, há um aparente consenso de que 24 provas é o limite para a F1. E ao contrário de tempos trás, hoje há uma fila para receber a categoria. Desta forma, um rodízio de locais abriria espaço para que provas “históricas” ficassem e outras por questão econômicas ou mercadológicas, recebessem alternadamente.
Os últimos anúncios de renovação de acordos dão a entender que este será o norte da Liberty, que foi até defendido tempos atrás por Zak Brown. A dúvida agora que fica é: alternar com quem?
Inicialmente, se pensa em Zandvoort, que tem o acordo encerrado em 2026 e havia dito que não o renovaria. A prova neerlandesa era dada como certa neste rodízio com a Bélgica, mas a porta foi fechada. Agora, a possibilidade volta a surgir. Outros nomes que surgem são os de Imola (cujo acordo encerra este ano e tem apoio do Governo italiano), Barcelona (que tem contrato até 2026 e confronta o projeto de Madri, que prevê iniciar neste mesmo ano, mas aparentemente vai fazendo água) e uma possível volta da Alemanha com Hockenheim ou Nurburgring.
Há que se considerar se, com este rodízio, a prova seria mantida na Europa. Nos últimos anos, o GP belga fica justamente no período de férias da F1. Por uma questão de logística, seria mais prática a permanência. Mas com novos interessados, incluindo dois africanos (África do Sul e Ruanda), pode ser o gatilho para mudanças maiores...
Temos que lembrar que a renovação de Monaco levou a mudança do formato do final de semana (adeus treinos na quinta e sexta de folga) e uma mudança da data, bem como o GP do Canadá. Alguns passarinhos dizem que esta perna seria adaptada para acomodar Miami e que poderia até mesmo envolver mudanças de outras provas do continente americano para o período (e não estou falando de Estados Unidos).
Como a F1 busca atender as querências de quem paga a conta, os compromissos serão levados em conta. Mas podemos assistir a uma alteração considerável no calendário da F1 nos próximos tempos. O fato é que o rodízio de pistas chegou. E deve ficar. O caixa da Dona Liberty agradece enquanto os fãs temem.