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F1: Um reforço de peso para a Red Bull andar bem em 2023

Mirando mais um título de Construtores e Pilotos, a Red Bull mira no emagrecimento do RB19 para manter a liderança na F1 2023

24 fev 2023 - 18h39
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Max Verstappen e o Red Bull RB19 nos testes de pré-temporada do Bahrein. Até aqui, o carro a ser batido
Max Verstappen e o Red Bull RB19 nos testes de pré-temporada do Bahrein. Até aqui, o carro a ser batido
Foto: Red Bull Content Pool / Divulgação

Já se passaram 2 dias dos (curtos) testes de pré-temporada da F1 2023 e uma das coisas que mais chama a atenção é como a Red Bull aparenta estar em um nível tão à frente dos seus concorrentes. Até agora, embora não tenha o melhor tempo até aqui (Guanyu Zhou tem o título até aqui, mas com pneus macios), o RB19 tem se mostrado rápido e consistente.

Ponto aqui para a dupla Adrian Newey e Pierre Wache. O francês é o homem que toca o dia a dia, enquanto Newey tem mais um papel de supervisão, uma quase mentoria. Ano passado, o RB18 se mostrou o carro a ser batido, sendo a referência para o resto do grid. Tanto que ainda em 2022 várias equipes buscaram “inspiração” nos taurinos...

Em um ano em que o regulamento teve ligeiras alterações e com um carro campeão, a Red Bull partiu para o caminho lógico de melhorar o que já era bom. Com as restrições de túnel de vento e computadores já entrando em ação na parte final de 2022 por conta do estouro do teto orçamentário, o trabalho do RB19 foi impactado justamente na parte final do processo.

Quando o RB19 pode ser visto no detalhe no primeiro dia de trabalhos no Bahrein chamou a atenção a questão dos detalhes. O conceito campeão mantinha, mas a Red Bull optou por ir além e escavar as laterais quase como um fundo duplo. Exatamente o que a Ferrari fez com o F92A em 1992 e depois a Toro Rosso trouxe em 2011 e passou a ser algo quase que mandatório.

A lateral do RB19 cada vez mais esculpida, relembrando o conceito da Ferrari de 1992
A lateral do RB19 cada vez mais esculpida, relembrando o conceito da Ferrari de 1992
Foto: Albert Fabrega / Twitter

Claro que isso foi feito em conjunto com a Honda e a Red Bull Power Trains, que tomam conta do engenho atual. O aumento de 15mm no piso obrigou a compensar a perda de carga de outras formas. Daí veio a revisão para tentar gerar mais pressão aerodinâmica por cima do carro e reduzir o arrasto.

Outro campo de evolução da Red Bull foi no peso. No ano passado, era corrente no paddock que a Red Bull tinha um dos carros mais pesados do grid. Um trabalho de emagrecimento foi feito, perdendo cerca de 8 kg ao longo de 2022. Isso auxiliou e muito no ganho de desempenho.

Mas a curva de aprendizado das novas regras também é aplicada aqui. A Red Bull também lançou mão de deixar mais fibra aparente, mas os processos de fabricação e aplicação de materiais foi ficando melhor. Uma daquelas regras não escritas na F1 dão conta que menos 10kg equivaleriam a menos 3 décimos de tempo.

Em uma entrevista no fim do ano ao portal Racing News 365, o Diretor Técnico Pierre Wache detalhou que o RB18 sofria com o peso excessivo (se fala que o RB18 inicial estava entre 815-820kg) e que não conseguiu lidar melhor com o assunto até por conta das restrições orçamentárias. Porém, o RB19 está próximo do peso mínimo atual, 796kg. Isso ajuda não só na velocidade, porém também com a distribuição de peso (definida por regulamento).

Pierre Wache: um dos nomes responsaveis pelo sucesso da Red Bull nas pranchetas
Pierre Wache: um dos nomes responsaveis pelo sucesso da Red Bull nas pranchetas
Foto: Red Bull Content Pool / Divulgação

E faz parte de um conjunto: com menos peso, o esforço das suspensões é menor, então pode-se pensar em um esquema mais agressivo para usar os pneus, trabalhar a aerodinâmica...um carro de F1 não é somente motor. Todas estas valências juntas fazem a diferença.

E ainda tem uma peça muito importante nesta equação que é o piloto. Embora um carro bom possa ajudar um piloto mediano, se você tem um fora de série em uma ótima máquina, fica tudo mais fácil. E o que temos visto nestes dois dias é um Max Verstappen totalmente a vontade no carro, que responde bem aos comandos e acertos e aparenta ser o que trata melhor as curvas do Bahrein.

Embora se considere que o Bahrein não é uma pista que teste todas as qualidades de um F1, funciona como um direcionador. Se a Red Bull já fazia maravilhas com um carro pesado, o que pode fazer agora? Vamos conferir dia 05.

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