F1: uma sexta disputada e nada definida em Barcelona
Em uma pista muito conhecida por pilotos e equipes, Barcelona traz uma disputa muito próxima na F1 e deixa muitas dúvidas
Normalmente, os treinos de sexta-feira nos iludem, mas ao mesmo tempo, dão alguns indicativos do que pode ser o final de semana. A chegada a Barcelona ganha mais significado, pois a pista é uma das preferidas dos times para validar se o projeto é realmente bom, graças à variedade de curvas e a longa reta de chegada/largada.
Os times optaram por trabalhar bastante nos acertos e validar as informações obtidas nos simuladores. Barcelona talvez seja a pista onde mais se tenha dados para avaliação de desempenho graças aos vários anos de testes de pré-temporada. Os pilotos também têm um ótimo conhecimento do traçado. Por isso, acaba se chegando ao limite mais rapidamente.
Nesta sexta, vimos um grupo muito próximo e não deixando alguém muito destacado. No TL1, 9 carros estavam dentro do mesmo segundo. Já no TL2, simplesmente 16 carros. Este é um ponto em prol daqueles que defendem uma estabilidade de regulamento e permite que os carros possam se aproximar em termos de desempenho.
Assim, tivemos dois líderes distintos: Lando Norris na TL1 e Lewis Hamilton no TL2. Ambos com carros que estão se consolidando, especialmente a Mercedes. O W15 veio com o pacote trazido para o Canadá, especialmente a asa dianteira modificada e um novo fundo (que veio ligeiramente alterado para esta prova). Aparentemente, a Mercedes encontrou o modo certo de botar o carro na janela certa de funcionamento.
Coisa que a McLaren encontrou a algumas provas e agora vem para Barcelona buscando entender melhor o funcionamento do MCL38. O carro se mostra consistente e pode sim pensar em mais sucessos nesta temporada. A Ferrari trouxe mais novidades, incluindo uma nova asa traseira e uma lateral ligeiramente mais escavada, para aumentar a quantidade de ar direcionado para a parte traseira.
Já a Red Bull trouxe algumas novidades, prometendo um grande pacote de atualizações para Silverstone. Enquanto isso, o objetivo era otimizar o RB20. Não há dúvidas que o carro é extremamente eficiente aerodinamicamente, porém é preciso acertar a suspensão. Tanto que Verstappen esteve fazendo testes com o RB18 em Imola na última quarta para tentar entender este problema da “alergia” a ondulações do atual carro.
Embora não tenha sido mais rápido nas duas sessões. Verstappen mostrou que não pode ser descartado. Normalmente, a Red Bull usa motores mais antigos e modos de potência mais fracos. Porém, Verstappen mostrou força no primeiro setor da pista, que exige tanto velocidade como eficiência aerodinâmica por conta da curva 3, de longo raio.
Mas, pelo menos nesta sexta, Verstappen não teve um bom desempenho no Setor 2, com esta situação piorando na segunda sessão. Justamente este setor é onde a pista exige um maior desempenho do chassi. Aqui a McLaren e até mesmo a Mercedes se sobressaíram. O segredo da Ferrari foi ser constante nos 3 setores.
Em relação às simulações de corrida do TL2, o grupo da frente trabalhou bastante com os jogos médios (C2) e macios (C3). O desafio foi fazer os pneus funcionarem bem, já que a temperatura da pista estava alta (cerca de 45ºC) e a Pirelli passou uma pressão mais alta. Isso fez que a aderência não fosse das melhores, os carros saíssem mais de traseira e, assim, a temperatura dos compostos aumentasse.
Aqui vai a vantagem de Verstappen. Uma das coisas que aprendeu a ser nos últimos anos é ser constante. Se virmos a planilha, a variação de tempos de volta é muito baixa. Em termos de desenvolvimento, a McLaren e a Mercedes mostraram um melhor desempenho do que a Ferrari.
Por isso tudo, nao podemos cravar nada para domingo. A largada será importante, mas vai depender muito dos pneus...Barcelona pode ser mais animada do que o esperado.