F1: Williams comanda o resgate da Superlicença de Sargeant
Após não ter conseguido completar as voltas necessárias no México, a Williams coloca Logan Sargeant para andar em Interlagos
A Williams parte em uma corrida contra o tempo para garantir a Superlicença para Logan Sargeant. Em Austin, a equipe britânica anunciou que o jovem americano seria seu piloto titular para 2023 desde que conseguisse a autorização dada pela FIA.
Para a obtenção da Superlicença, um piloto precisa obter 40 pontos em 3 anos. Atualmente, Logan Sargeant tem 28 pontos, conforme o quadro abaixo:
O plano da Williams era perfeito: Sargeant faria dois treinos livres em Austin e Abu Dhabi. Isso daria mais 2 pontos pelo menos e deixaria o americano com 29 pontos. Para não ter erro, decidiu-se posteriormente fazer mais um treino livre no México. Bastava fazer 100 km (o que dá entre 20 a 25 voltas, dependendo do circuito) sem levar nenhuma advertência e fecharia os 30 pontos. Assim, para conseguir a Superlicença, Sargeant precisaria de um singelo 6º lugar no campeonato da F2 em Abu Dhabi para fechar os 40 pontos e se habilita para ser o 233º piloto estadunidense na F1.
Tudo lindo, mas é preciso combinar com os fatos. E o plano começou a fazer água...
A primeira parte, correu tudo bem. Sargeant fez um TL1 sem problemas em Austin e conseguiu o seu respectivo ponto. Mas no México, talvez os deuses astecas resolveram aprontar: vários times optaram por usar esta prova para cumprir o regulamento e dar chance aos “jovens pilotos”. Um deles acabou por prejudicar os planos da Williams: Liam Lawson, então na Alpha Tauri, teve um problema de freios e o treino acabou sendo atravancado. Com isso, Sargeant completou 22 voltas.
Aí o plano fez água: como o Circuito Hermanos Rodriguez é o mais curto da temporada (4.304m), Sargeant completou exatamente 94,668m. Pouco mais de 5km o separaram dos 100km. Não houve possibilidade de concessão e o americano não ganhou o ponto.
Desta forma, sobrariam duas possibilidades para a Williams: manter o plano de ir para o treino livre de Abu Dhabi e contar com o uso de 2 pontos de bonificação previstos nas regras por não levar nenhuma punição durante a temporada ou fazer um treino livre em Interlagos. A equipe optou pela segunda.
Mesmo com um final de semana com Sprint Race, o regulamento permite que os “jovens pilotos” ou pilotos com Superlicença possam participar dos Treinos Livres 1 ou 2. A Williams consultou a FIA e vai usar o TL2 de sábado para dar a quilometragem necessária para Sargeant no lugar de Alex Albon. 24 voltas serão o bastante para ele.
Portanto, Sargeant chegaria a Abu Dhabi com 29 pontos na carteira, precisando de 11. Ele chega para a última prova da F2 na 3ª posição do campeonato, com 135 pontos. Como temos pelo menos 39 pontos em disputa, até o 11º lugar pode ultrapassá-lo.
O ideal para Sargeant é se manter na sua posição atual, o que lhe daria os 40 pontos de forma direta. O limite para o americano seria a 6ª posição, considerando que faria o TL1 sem problemas e levasse mais 1 ponto. Assim, teria os 30 pontos e completaria os 40 com os 10 pontos referentes ao 6º lugar no campeonato.
Mas a pergunta é: se em um quadro extremo Sargeant não conseguisse a pontuação, o que aconteceria? Ou a Williams teria que escolher um novo piloto com SuperLicença ou encaixar Sargeant na Fórmula Regional Asiática (FRAC), que vai de janeiro a fevereiro em 5 etapas distribuídas entre Kuwait, Abu Dhabi e Dubai e que dá 18 pontos ao vencedor. Para quem não se lembra, Nikita Mazepin e Pietro Fittipaldi usaram esta estratégia em 2019.
Aguardemos o que pode acontecer. Em tese, o caminho de Sargeant para a SuperLicença é tranquilo. Porém...