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F1 x FIA: a briga entre Liberty e FIA é sobre poder e dinheiro

A última briga entre F1 e FIA é mais um capítulo da briga entre as partes. No fundo, é para ver quem grita mais alto e fatura mais.

25 jan 2023 - 10h50
(atualizado às 10h50)
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Ben Sulayem e Domenicali: a temperatura aumenta entre FIA e F1
Ben Sulayem e Domenicali: a temperatura aumenta entre FIA e F1
Foto: F1 / Divulgação

A última troca de farpas feita entre a Liberty Media (F1) e a FIA é mais um capítulo da briga entre as duas partes. Uma, tentando fazer o que é mais lucrativo. Outra, tentando manter relevância e obter mais dinheiro.

Não é de hoje que esta briga acontece. Este espaço já aponta não de hojeque as coisas estavam diferentes. Ben Sulayem assumiu a Presidência da FIA com uma filosofia de “valorização da entidade”. Recebeu logo no início um presente de tratar a questão de Abu Dhabi 2021 e depois, foi dando seu toque... (ver coluna de junho aqui)

Não se pode negar que ele está tentando cumprir o prometido. Ben Sulayem não é um novato na FIA: ele foi um dos vice-presidentes de Jean Todt e conviveu muito tempo com o Comitê Olímpico Internacional. Então, não dá para dizer que não sabe como as coisas funcionam.

Não podemos esquecer que Jean Todt veio como um mandatário acomodativo após a barulhenta saída de Max Mosley. O francês era um esportista político, mas em um estilo muito menos barulhento. A FIA não é só o braço esportivo, mas uma entidade que representa 80 milhões de membros em 146 países e que abrange normas de trânsito, segurança, tecnologia e até turismo automotivo.

Sulayem veio com a missão de colocar a FIA como uma entidade mais relevante nos assuntos do automóvel. Além de reestruturar tudo, já que Todt ampliou muito os quadros (algo até necessário em alguns pontos) e os programas de desenvolvimento e apoio, o objetivo era aumentar o faturamento. Com a pandemia, o caixa da FIA ficou em situação pouco suave...

Desta forma, o mandatário vê a F1 como um ponto mais chamativa. Não só por ser a joia da coroa da FIA, mas também pelo aspecto financeiro. A categoria vem crescendo muito em termos de finanças e os ganhos não parecem acompanhar....

Sem contar a questão de intervir na categoria. Quando houve o acordo de cessão da marca entre a FIA e a F1, por questões legais, ficou muito bem separado o papel de cada um: a FIA receberia um valor, mas ficaria restrita aos aspectos esportivos e a F1 ficaria com a gestão comercial.

Quando Ben Sulayem dá uma declaração questionando a possível estimativa de valor da F1 diante da possível proposta do Fundo Saudita para compra, fica numa situação extremamente complicada. Embora a fala tenha sido bem razoável, por estar à frente da FIA, uma situação dessa realmente complica a posição da F1, que gritou com certa razão.

Do jeito que está, a briga F1 x FIA lembra a situação entre Jean Marie Balestre e Bernie Ecclestone nos anos 80. A situação era bem semelhante: o francês queria mais poder e Ecclestone queria a liberdade de tocar o negócio da maneira que quisesse. Naquela época, Balestre foi apaziguado com dinheiro.

Jean Marie Balestre e Bernie Ecclestone. A briga de hoje ecoa a de quase 40 anos atrás
Jean Marie Balestre e Bernie Ecclestone. A briga de hoje ecoa a de quase 40 anos atrás
Foto: Twitter / Divulgação

Como dito aqui em coluna de agosto, a Liberty considerou sim passar a F1 para frente. Se pegarmos os dados financeiros, os americanos começaram a ganhar dinheiro mesmo no ano passado desde quando assumiram o controle da categoria. Sem contar que os Sauditas foram parte importantíssima para a capitalização da Liberty em 2020.

Ainda não estamos em uma situação semelhante a de 81 ou de 2009/2010, quando se ameaçou um racha entre as partes e criação de categorias separadas. Porém, é bom observar. Não tem ingênuo nesta história e Sulayem é mais espetaculoso do que Todt. Tem método a ação e esta ação também serve para proteger a FIA, que se encontra numa posição mais frágil perante à opinião pública diante dos últimos fatos na F1.

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