Fernando Alonso ainda pode ser campeão mundial na F1?
Aos 41 anos de idade, o piloto espanhol ainda busca o tri, mas isso pode ser um alvo distante para ele por contra do projeto Aston Martin
Fernando Alonso é um super veterano na F1. O espanhol vai fazer 42 anos em julho deste ano, mas segue firme na categoria e apresentando um bom nível. Em entrevista ao portal Motorsport, o bicampeão mundial disse que ainda sonha em conquistar mais um título mundial.
Foram 19 temporadas de Alonso na categoria até aqui e todo mundo sabe do que ele é capaz, tanto positivamente como negativamente. O ‘pacote’ do espanhol pode trazer velocidade, resultados, porém bastante polêmica e com um ambiente sempre apimentado.
Colocando os pés no chão, sabemos que, embora Alonso seja consistente e rápido, ele não está mais entre os melhores pilotos do grid e nem é aquele piloto que vimos andando na ponta da F1 há alguns anos.
A idade é um fator que entra em ação e o físico e os reflexos não são mais os mesmos; Mas em alguns momentos, durante os fins de semana de corrida, fica aquela sensação de que se ele tivesse um carro de ponta, com certeza daria trabalho.
No automobilismo não se faz nada sozinho e Alonso sabe disso. Tanto que, ao longo da sua carreira, sempre tentou trazer o máximo da equipe para si. Entretanto errou bastante ao gerir esses relacionamentos muitas vezes acabou implodindo o ambiente. No cenário atual, Red Bull, Mercedes e Ferrari são as equipes mais perto de um título no curto prazo e Alonso não está em nenhuma dessas escuderias.
Pelo menos para o público externo, Alonso dá a entender que a Aston Martin está "lançando as bases" para o futuro. Desta forma, descarta resultados a curto prazo. Nesta entrevista à Motorsport deixa claro que “Reduzir a diferença que a Aston Martin tem em um ano não é realista, mas temos que estabelecer as bases de que precisamos, criar uma base para carros futuros e trabalhar melhor do que as pessoas ao nosso redor. Vou continuar, independentemente dos resultados, para o próximo ano, porque sei o que posso dar à equipe. Então, não sei, mais dois a três anos com certeza”.
Em 2022, o novo regulamento mostrou ser muito assertivo e que a F1 atingiu êxito nas mudanças que tentou provocar, fazendo diminuir a diferença entre os carros no grid e a possibilidade dos mesmos andarem mais perto. Todavia, é muito difícil quando as “três grandes” possuem a melhor equipe técnica e maior orçamento. Não é simples trazer as mentes brilhantes da aerodinâmica e planejamento para o seu time, porque eles já estão em equipes que podem oferecer maior salário e aporte técnico para o desenvolvimento.
Neste ponto, o teto orçamentário pode facilitar as coisas, uma vez que as equipes são obrigadas a respeitar um limite de gastos. Mesmo assim, não é uma situação tão fácil. A Aston Martin tem um bom potencial de evolução em seu projeto e ambição de disputar o título no futuro, mas é difícil de afirmar em quanto tempo. Levando em conta a idade, é complicado imaginar que daqui a cinco ou seis anos, Alonso continue andando em um nível competitivo ao ponto de disputar o campeonato.
Ser campeão da F1 muitas vezes passa de estar no lugar certo na hora certa e ser o piloto certo. Alonso teve algumas oportunidades de conquistar o tri no período em que ele era o piloto certo, mas tomou decisões erradas e está, até hoje, buscando corrigir esses erros. É convincente quando ele diz que só segue correndo porque ainda vê possibilidade, mas transformar isso em algo real é difícil.
As palavras de otimismo do asturiano mostram que a equipe tem algo a apresentar. Mas nem ele mesmo tem certeza do quanto: “não sei se é 1% de chance ou 10%, mas só continuo porque acho que teremos chance ", disse. Não há dúvidas sobre o potencial da equipe não de hoje. Na atual conjuntura, se a Aston Martin souber evoluir, pode existir um cenário no qual a equipe britânica dispute o título no longo prazo, mas dificilmente Fernando Alonso estará lá quando isso ocorrer.
No fim das contas, é ótimo assistir Fernando Alonso guiando bem aos 41 anos e ver que ele ainda tem “fome” de vitórias. Porém, a realidade atual nos leva para, ao analisar o espanhol, sempre colocar aquele asterisco de que ele poderia ter sido mais do que um bicampeão.