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Ferrari ratifica força, mas Red Bull tem como contra-atacar no calorão de Barcelona

Charles Leclerc provou mesmo que o ritmo de classificação da Ferrari é forte, mas agora teme o contra-ataque da Red Bull em Barcelona. Isso porque, além de um sólido desempenho em corrida, os taurinos cuidam dos pneus como ninguém. E a borracha será de novo determinante

21 mai 2022 - 17h11
(atualizado às 17h29)
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Leclerc na pole, com Verstappen em segundo e Sainz em terceiro: grid de largada para o GP da Espanha
Leclerc na pole, com Verstappen em segundo e Sainz em terceiro: grid de largada para o GP da Espanha
Foto: Ferrari / Grande Prêmio

A sexta-feira de treinos livres da F1, nesta escaldante Barcelona, já desenhava uma performance avassaladora da Ferrari em classificação. A F1-75 gosta do circuito seletivo da Catalunha e é muito rápida em volta única, usando tudo que tem direito - da borracha ao traçado ideal. Portanto, a pole de Charles Leclerc não é propriamente uma surpresa. O que chama atenção é o fato de que o giro extraordinário dado pelo monegasco no fim do Q3, depois da recuperação da rodada ainda durante a primeira tentativa, dificilmente seria batida. Leclerc e a Ferrari dominaram com méritos e estratégia - que pode se tornar uma arma importante neste domingo. Isso porque a Red Bull está atenta e sabe como contra-atacar.

Leclerc, portanto, cumpriu o que dele se esperava diante do desempenho apresentado até aqui. É uma primeira posição sólida, mas que ainda não garante o triunfo. Basta lembrar que o cenário era muito parecido em Miami e deu no que deu. De novo, a Ferrari tem de lidar com o desgaste dos pneus. Só que, diferente da Flórida, Barcelona vive sob um calorão. E as temperaturas amanhã devem superar os 30ºC novamente, o que deve provocar uma degradação ainda maior da borracha.

Diante disso, a estratégia e a escolha dos compostos serão ainda mais determinantes para os vermelhos. "Podemos ficar felizes com o que aconteceu hoje, mas não vamos nos empolgar quanto à corrida de amanhã. É possível que nossos rivais sejam mais competitivos do que foram hoje e acho que qualquer aspecto, desde a largada até a degradação dos pneus, que provavelmente será a mais alta que vimos até agora nesta temporada, pode fazer a diferença", reconheceu o diretor-esportivo da escuderia italiana, Laurent Mekies.

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Por isso, a Ferrari assumiu um risco durante a classificação, especialmente com Leclerc, que usou pneus usados na segunda fase. Assim, tem nas mãos uma pequena vantagem, tendo um jogo extra de pneus macios novos para a corrida. Os ferraristas trabalharam muito no TL3 para melhorar o ritmo de corrida e, talvez, a resposta seja essa também. "Outro aspecto positivo foi que o risco que corremos com Charles no Q2 valeu a pena, pois nos dá maior flexibilidade amanhã em termos de sua estratégia, com um conjunto extra de novos pneus macios. Parabéns também à equipe e a todos em Maranello por seus esforços em ajustar as atualizações introduzidas neste GP. Elas funcionaram, embora acreditemos que serão necessárias mais algumas corridas para tirar o máximo proveito delas", acrescentou Mekies.

Tudo isso foi pensado porque a Red Bull tem tido um ritmo de corrida fortíssimo nas últimas etapas. E na Espanha, a sexta-feira mostrou que os taurinos possuem uma performance que impressiona, particularmente. Ninguém andou perto do desempenho de Verstappen. Além disso, há também a habilidade do RB18 com os pneus - é notório o quanto o projeto austríaco melhorou nesse quesito desde o início da temporada. É aí que mora a esperança dos energéticos em contra-atacar a rival italiana, especialmente com Max largando da segunda posição.

Verstappen enfrentou uma falha do DRS no momento decisivo do Q3, mas não seria páreo para Leclerc. Ainda assim, é uma forte mensagem ter sido capaz de assegurar a primeira fila. "Não acho que tínhamos o bastante hoje para bater aquela volta de Charles. Foi uma ótima volta com ele sob pressão no final, mas ainda estou satisfeito com a primeira fila", disse Christian Horner.

O chefe dos taurinos também não hesitou em colocar o calor como fator decisivo em Barcelona. "Nessas temperaturas, será uma questão de desgaste e gestão de pneus, então será uma corrida fascinante. Acho que [Red Bull e Ferrari] estão muito equilibradas, então será uma prova disputada", previu.

De fato, o clima caliente vai proporcionar uma prova interessante e muito tática. A Pirelli fala em dois pit-stops, mas não descarta a chance de uma terceira parada. De acordo com a fornecedora italiana, os pneus médios e macios são os compostos naturais para o GP da Espanha. E quem começar com os amarelos tem vantagem.

"A estratégia mais rápida para as 66 voltas do GP da Espanha é a de duas paradas, e até mesmo três - não está fora de questão. A opção mais versátil para começar a corrida é o pneu médio, que garante um primeiro stint razoavelmente longo, mas o que pode acontecer depois vai depender do que cada piloto guardou para a prova", disse a análise da fabricante.

"Teoricamente, a maneira mais rápida para a corrida é meio-médio-macio. A segunda escolha seria o médio-macio-macio, mas existem algumas estratégias de três paradas que também podem funcionar bem. Médio-duro-macio, usando os três compostos, é uma opção interessante, mas é melhor evitar o pneu duro", alertou a Pirelli.

George Russell está otimista com a Mercedes, finalmente (Foto: Jiri Krenek/Mercedes)

E a Mercedes? Os heptacampeões estão felizes com os avanços diante do pacote de atualizações. O carro parece realmente mais veloz - afinal, foi possível reduzir de 1s para 0s6 a diferença para as ponteiras na classificação. Mas há ainda o domingo e talvez esteja aqui a chave do sucesso da esquadra prata. A verdade é que os engenheiros conseguiram neutralizar os quiques em reta, e isso deu velocidade, mas ainda tiveram de lidar com os saltos em duas curvas, mais especificamente. Mesmo assim, George Russell (4º no grid) foi capaz de tirar mais. Lewis Hamilton (6º) sofreu com o equilíbrio.

A esperança em uma prova mais consistente está na performance vista na sexta-feira. Hamilton chegou a ser mais rápido que a Ferrari. "Sabemos como destravar a performance, mas ainda não estamos lá. É passo a passo. mas agora entendemos a distância ao solo que podemos esperar do carro. Agora podemos finalmente começar com o trabalho de desenvolvimento regular e tentar tornar o carro mais rápido", explicou o chefão Toto Wolff.

"Acho que demos um passo sólido. Você tenta manter as expectativas em um ponto realista e acho que onde ficamos hoje é de alguma forma o melhor que poderíamos ter esperado. A minha crença é de que temos um carro de corrida mais do que um carro de classificação, mas vamos ver amanhã como será para os outros", completou.

GRANDE PRÊMIO cobre in loco as ações da categoria no Circuito de Barcelona-Catalunha com Eric Calduch e, além disso, acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL. No domingo, a largada está marcada para as 10h [Brasília, GMT-3].

Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.

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