FIA nega pedido, mas já planeja aplicação de dinheiro extra por corridas sprint
O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, negou que tenha pedido dinheiro extra para aprovar a ampliação das sprint races em 2023 na F1, mas afirmou que se tivesse pedido, "seria aplicado de maneira certa"
A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) se pronunciou pela primeira vez sobre a resistência em aprovar a ampliação do número de corridas sprint de três para seis na temporada 2023 da Fórmula 1. No mês passado, uma reportagem da revista Autosport relevou que o presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem, só estaria disposto a aceitar a proposta caso o órgão recebesse uma contribuição financeira, mas ele negou que tenha pedido dinheiro a mais com essa finalidade.
As sprints races foram introduzidas em caráter experimental em 2021, e a intenção era dobrar o número já este ano, porém houve resistência das equipes por questões orçamentárias. O assunto voltou a ser pauta numa reunião realizada em 26 de abril entre a FIA e a Liberty Media, proprietária da F1, e dessa vez, as equipes concordaram com a ampliação, mas a FIA barrou a proposta alegando que era preciso mais tempo para considerar o impacto que os eventos extras teriam nos fins de semana de GP.
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
"Eu não pedi mais dinheiro, mas se tivesse, gostaria de usá-lo da maneira certa — investindo na regulamentação adequada do esporte", disse Sulayem ao Daily Mail. "Dizemos que a Fórmula 1 é o auge, e é, então nós da FIA precisamos de recursos para gerir o lado técnico e financeiro de um esporte bilionário de maneira que isso seja respeitado."
"Precisamos ser capazes de observar esses padrões. Então, especificamente em relação às sprints, tenho de ver se meu time pode lidar com a carga extra de trabalho que as corridas acarretariam", acrescentou o presidente da entidade.
Ferrari em xeque, Red Bull em ascensão e 'nova' Mercedes: GP da Espanha redesenha F1
Sulayem ainda ressaltou que apoia a sprint race "se for a coisa certa a fazer", reiterando o posicionamento da FIA de que é preciso tempo antes de dar a decisão final sobre a ampliação do formato para o próximo ano.
"Não estou dizendo que é a coisa errada. Estou dizendo que ainda há tempo para decidir. Isso é para 2023, não para esta temporada. Não estamos com pressa. Temos o que chamamos de democracia: a F1 tem um voto, as equipes têm um voto, eu tenho um voto. Se eu não puder me abster ou tiver mais tempo para estudar as propostas, então não estou tendo a liberdade que a democracia me permite", completou o dirigente.
Por fim, Sulayem lembrou que após a polêmica decisão do título de 2021 envolvendo Max Verstappen e Lewis Hamilton, a FIA recebeu muitas críticas e precisou rever trechos do regulamento sobre o realinhamento dos carros durante o safety-car. Por isso, tais decisões devem ser bem estudadas.
"Precisamos analisar tudo isso e tomar uma decisão sensata. Vamos administrar nossa operação. Vamos melhorá-la", concluiu.
Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.