Gasly diz que "ficha não caiu" sobre saída da AlphaTauri: "Temos uma conexão pessoal"
De saída para a Alpine em 2023, Pierre Gasly admitiu que ter passado tanto tempo na AlphaTauri dificulta o adeus à equipe e negou arrependimento pela experiência na Red Bull
Pierre Gasly está se preparando para uma mudança drástica de carreira em 2023, quando enfim deixará a AlphaTauri — onde está desde 2017 — para se juntar a Esteban Ocon na Alpine. E o piloto francês admitiu que a ficha sobre a mudança ainda não caiu, já que tantos anos trabalhando com as mesmas pessoas — e as mesmas cores — trouxeram um alto grau de proximidade dentro da equipe.
"Acho que a ficha ainda não caiu", disse Gasly ao portal RaceFans. "Porque eu ainda estou me vestindo da mesma forma, as mesmas roupas dos últimos cinco anos. Vestir as mesmas cores e trabalhar com as mesmas pessoas, indo ao simulador, depois de tanto tempo, você vai além de uma relação de trabalho. Eu conheço a maioria dos filhos dos caras, suas esposas, onde eles moram. Compartilhamos uma conexão pessoal", admitiu.
Relembrando seus principais momentos pela AlphaTauri, Gasly destacou imediatamente sua primeira — e única — vitória na Fórmula 1 até aqui, no GP da Itália de 2020. Além disso, o francês relembrou sua estreia na categoria, no GP da Malásia de 2017, quando recebeu o chamado de Helmut Marko para integrar a Toro Rosso em cima da hora — e terminou a corrida no 14º lugar.
"Obviamente, a vitória definitivamente vem primeiro", afirmou. "Também vou dizer minha primeira corrida, na Malásia — você só tem uma primeira vez, e essa foi muito especial, porque eu não estava esperando", ressaltou.
"Ainda lembro de Marko me ligando: 'você não será piloto reserva, mas estará correndo pela Toro Rosso nesse fim de semana'. Eu comecei a pular em minha cama na Malásia. Só Deus sabe o hotel em que eu estava, mas não foi tão bom para eles", brincou. "Mas foi um momento completamente único", destacou.
Se o tempo de Gasly na AlphaTauri foi bem aproveitado, com evolução constante ao longo dos anos, o mesmo não pode ser dito da passagem do francês pela Red Bull. Sacado após apenas 12 corridas na temporada 2019, o francês retornou ao time de Faenza como um piloto melhor, segundo ele mesmo, o que foi vital para conquistar sua primeira vitória no ano seguinte.
"Sei que meu tempo na Red Bull foi muito útil para entender o que eu preciso como piloto", avaliou. "Agora, eu tenho ideias muito mais claras sobre o que quero. Eu cheguei lá muito cru, sem direções claras sobre qual tipo de piloto eu era e o que eu precisava. Agora, eu sei disso. Conheço meu estilo de pilotagem e sei como operar em meu melhor. Então, acho que aprendi muito nesses últimos cinco anos, mas sempre relaciono os bons resultados com as melhores memórias", comentou.
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Ainda abordando o tempo que passou na Red Bull, quando não conseguiu se equiparar ao ritmo de Max Verstappen, Gasly negou qualquer tipo de arrependimento pela passagem nos taurinos. De acordo com Pierre, a experiência foi fundamental para melhorá-lo como piloto e fazer com que ele aprendesse o que deveria valorizar em sua pilotagem.
"Nem um pouco. Essa foi minha carreira e minha história com a Red Bull", disse. "Eu acredito que aconteceu o que deveria ter acontecido. Eu aprendi muito. Acho que estou em uma posição mais forte, sou um piloto muito melhor do que era. Se sou a pessoa que sou hoje, é graças à experiência que tive lá", reconheceu.
"Eu cresci muito, dentro e fora da pista. Se você me perguntar, eu não trocaria isso por nada. Tenho 26 anos agora, e todos os anos eu melhoro — como um bom vinho vermelho. Eu não sei onde isso vai parar, mas simplesmente sei que tenho melhorado e que o melhor ainda está por vir. Então, fico muito grato pelo que tem acontecido", finalizou.
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