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GP de Miami, a marina fake e a F1 como negócio: tudo faz sentido

A marina fake do GP de Miami chama a atenção, mas faz todo sentido em um mecanismo que quer faturar para pagar a conta da festa.

3 mai 2022 - 08h00
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Parece água, mas não é. Eis a marina fake do GP de Miami
Parece água, mas não é. Eis a marina fake do GP de Miami
Foto: Felipe Meira / Twitter

A imagem que ilustra esta coluna correu as redes sociais no último final de semana sobre o GP de Miami de F1 não teve nada a ver com a movimentação de carros. Longe disso. Mas já havia chamado a atenção que os organizadores colocariam uma Marina no meio da pista, abrindo um espaço para convidados. Só que causou mais ainda foi o fato dos iates serem colocados em um mar...de plástico.

Talvez a galera de Hollywood ou até mesmo do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro teriam dado uma solução melhor para trazer o mar para o estacionamento do Hard Rock Stadium. Entretanto, a solução fake fez todo o sentido para o contexto que envolve a prova.

Miami é tida como uma cidade de uma estética própria (o seriado Miami Vice na década de 80 ajudou a montar esta imagem) e com forte apelo marítimo. Ter uma marina falsa não seria algo difícil de se imaginar. E o mais importante ali é vender toda a experiência. O lugar foi vendido para uma empresa que tem iates espalhados em diversos portos e você pode ser sócio e poder utilizar os serviços. O pacote mais barato prevê uma inscrição de US$ 20.000 e cerca de US$ 40.000 anuais (a ser pagos em 4 vezes.). Quem tem uma graninha guardada, pode ver os detalhes aqui.

Aí que está: para o usuário alvo de um serviço deste, a corrida se torna um grande detalhe. E a F1 cumpre o seu papel econômico e de marketing: a promoção de negócios. Bernie Ecclestone soube capitalizar muito bem nos anos 80 ao explorar os Paddocks e os Hospitality Centers. Estes espaços se mostraram extremamente eficazes em atrair patrocinadores e serem usados para cativar clientes. Em um quadro em que uma Mercedes estimou em 2020 que a exposição de marca e parceiros equivaleu a mais de US$ 5,7 bilhões de propaganda, dá para se ter uma ideia...

Um dos que souberam capitalizar muito esta combinação toda foi...a Haas. Gene Haas usou a F1 para catapultar sua participação no mercado de máquinas eletrônicas de usinagem industrial. Desde quando entrou na categoria, mesmo com a grana paga, seu faturamento passou dos US$ 1 bilhão e se consolidou como líder de mercado.

Com a ampliação e a renovação do público, a F1 recuperou espaço para o mercado. E os Estados Unidos têm sido a joia da coroa do negócio. Não à toa a atenção dispensada. Por exemplo: Somente em Miami, a McLaren comprou cerca de 1000 lugares para parceiros e convidados. Não podemos esquecer que, além de ter equipe na Indy, o time tem 33% de suas ações nas mãos de um fundo de investimento americano.

Uma frase atribuída a Frank Williams dá conta que o único momento em que a F1 é um esporte é durante 2 horas de um domingo. O resto são negócios. Então diante das cifras envolvidas, uma marina fake, por mais que seja brega, é o menor dos problemas. A F1 já teve patrocínio de revista de mulher pelada, preservativo e funerária. Teve pista em estacionamento de cassino. Este ano, já teve míssil perto da pista. Se tiver que botar um iceberg no meio do deserto, não tenham dúvidas que a Liberty Media fará.

Não é a gasolina que faz a F1 rodar e sim o dinheiro. Isso foi, é e será assim. Sem dinheiro, não tem festa. Miami será uma grande festa e que, por um acaso, também vai ter uma corrida de carros.   

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