GP do Japão: Red Bull volta a andar bem? E outras perguntas
F1 chega à Suzuka com a duvida se o mau desempenho da Red Bull em Singapura foi um ponto fora da curva ou é pra valer.
A F1 chega a Suzuka sobre uma grande dúvida: o mau desempenho da Red Bull em Singapura foi algo pontual ou já seriam as interpretações das diretivas técnicas sobre flexibilidade de asas e do assoalho fazendo efeito?
Lewis Hamilton já chegou dando a fala de que se a Red Bull não colocar 30 segundos em todos na corrida, existe algo errado. É o equivalente atual à fala de Ron Dennis sobre as Williams em Silverstone 1992 (“Para medir a diferença para as Williams, aqui uso um calendário ao invés de cronômetro”). E os taurinos dizem que não mexeram no carro e que tudo deve voltar ao normal agora...
Sobre Red Bull em Singapura, já falamos aqui. O fato é que Suzuka é uma pista talhada para o RB19: um circuito de média/alta velocidade com curvas de raio longo. A eficiência aerodinâmica e mecânica cobra seu preço e hoje é o melhor conjunto.
Estas características motivam a Pirelli a trazer a segunda gama de compostos mais duros para Suzuka. Justamente pelas curvas exigirem um maior esforço pelas forças que atingem os carros, compostos que cedem menos acabam por ser demandados. Até porque a fornecedora não quer ver pneus estourando ou delaminados...
O RB19 trará novamente o assoalho testado em Singapura sem sucesso. Como o circuito citadino tem suas características próprias, os dados obtidos não foram conclusivos. Desta forma, a sexta será feita para novas comparações. Segundo o time, no simulador correu tudo bem...
Justamente por ser um circuito onde aerodinâmica e eficiência mecânica (entenda suspensão) são mandatórios, uma equipe que pode se dar bem aqui é a McLaren. Desde a introdução do novo pacote aerodinâmico na Áustria, o MCL60 cresceu muito em pistas assim. A última atualização trazida em Singapura também estará disponível para Piastri e eles podem acreditar sim em uma corrida na parte da frente.
Uma das dúvidas da corrida é como a Ferrari virá: as últimas provas foram muito positivas e a equipe conseguiu achar uma janela satisfatória do SF-23. Só que agora não é tão simples. Suzuka não é tão boa assim e, mesmo com as últimas modificações, é provável que a Ferrari consiga fazer uma boa classificação, mas não ter um ritmo tão bom de prova por conta do tratamento de pneus, um problema italiano.
Mercedes é uma outra incógnita. O bom desempenho em Singapura fez a equipe acreditar no W14. Este ano, os comandados de Toto Wolff (que não estará nos boxes por conta de uma cirurgia de joelho, substituído por Jerome D’Ambrosio) trouxeram uma asa com menos inclinação, para poder ganhar velocidade, já que um dos problemas do carro é justamente a velocidade em reta.
Falando em asa, os times optaram por trazer perfis com inclinação média/alta. Embora seja importante ter uma boa aderência, a segunda parte de Suzuka exige um bom rendimento em velocidade final. Por isso, não se pode lançar mão de asas maiores para não perder tempo (este foi o erro da Mercedes ano passado).
Incógnita também é a Aston Martin. Monza era uma pista em que não se esperava muita coisa e Singapura foi longe do normal (Alonso quebrou a suspensão e Stroll nem correu). Nesta brica pela parte de cima da tabela, o verde vai perdendo o brilho e o espanhol fica com mais dores nas costas por carregar a equipe...