GUIA 2022: F1 mira calendário recorde em ano de guerra, pandemia e Copa do Mundo
A F1 planeja o maior calendário da história em ano que terá Copa do Mundo em dezembro — o que espremerá ainda mais o cronograma —, que tem ainda pandemia e até mesmo uma guerra deflagrada no leste da Europa
GUIA DA FÓRMULA 1 2022: TEMPORADA DE REVOLUÇÃO E TORCIDA POR NOVO VERSTAPPEN X HAMILTON
Após um desfecho histórico em 2021, com uma batalha épica pelo título entre o novo campeão mundial Max Verstappen e o já hepta Lewis Hamilton, a F1 se prepara para fazer história novamente este ano. A categoria promete aquele que será o maior calendário de sua história, com o plano de realizar 23 corridas até 20 de novembro, com mais um encerramento agendado para Abu Dhabi. A incógnita fica por conta do espaço deixado pelo GP da Rússia, cancelado devido à invasão do país na Ucrânia e o conflito armado.
Inicialmente programado para acontecer no final de semana entre os dias 23 e 25 de setembro, o GP da Rússia seria a primeira parte de uma jornada tripla que ainda incluiria as corridas de Singapura e Japão — enfim de volta ao calendário após ficarem ausentes devido à pandemia. Assim, a F1 possui 22 etapas confirmadas e já considera opções para ocupar a 23ª data — uma delas, a mais forte candidata, o GP da Turquia — e manter o calendário recorde para 2022.
Além de Japão e Singapura, mais palcos tradicionais da Fórmula 1 retornarão em 2022 após ficarem ausentes por causa da pandemia de Covid-19: Austrália e Canadá são as outras corridas confirmadas para este ano após o período de ausência.
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Pilotos vão encarar maratona em 2022 com direito a sete rodadas duplas (Foto: AFP)
GUIA FÓRMULA 1 2022
A grande novidade fica por conta do GP de Miami, quinta etapa da temporada e marcado para o dia 8 de maio. Será a estreia do circuito americano na Fórmula 1, que terá duas corridas nos Estados Unidos a partir deste ano: além da etapa na Flórida, a categoria retornará mais uma vez a Austin, no Texas, após obter um sucesso sem precedentes no local em 2021.
Entre as ausências de um ano para o outro, três corridas presentes no calendário de 2021 não estão previstas, ao menos por enquanto, para 2022: Portugal, Catar e Turquia. Esta última vem sendo ventilada como uma possibilidade para substituir a Rússia e poderá retornar, enquanto a Áustria voltará a ter apenas uma etapa no ano — em 2021, os pilotos correram no Red Bull Ring em duas ocasiões, representando os GPs de Áustria e Estíria. No caso do Catar, o acordo de dez anos já foi assinado, mas a partir de 2023.
Serão sete rodadas duplas ao longo de 2022: entre os circuitos de Bahrein e Arábia Saudita, Espanha e Mônaco, Azerbaijão e Canadá, Inglaterra e Áustria, França e Hungria, Estados Unidos e México, e por fim, Brasil e Abu Dhabi. Além disso, outras duas rodadas triplas estavam programadas no início do ano: a primeira engloba Bélgica, Holanda e Itália, e a segunda teria Rússia, Singapura e Japão.
Até o momento, sem uma confirmação da corrida que substituiria a Rússia, mais uma jornada dupla seria formada entre as duas últimas. No entanto, a tendência é de que a F1 encontre uma substituta para manter o plano inicial.
GP da Austrália está novamente confirmado na Fórmula 1 após dois anos de ausência (Foto: Australian Grand Prix)
A questão é que algumas das jornadas duplas programadas revelam um claro problema de logística: por mais que a F1 tenha tomado todas as precauções possíveis em um momento que ainda engloba a pandemia — e agora também um conflito armado na Europa —, algumas decisões ainda levantam certas dúvidas.
É impossível não notar que, em duas das jornadas duplas, equipes, pilotos e o paddock de maneira geral precisarão encarar mais de 10 mil km de distância entre Azerbaijão e Canadá, e novamente entre Brasil e Abu Dhabi — em corridas que terão apenas uma semana de intervalo entre si. Nas rodadas triplas, ao menos o planejamento de se utilizar países próximos foi observado.
Já na reta final do calendário, a F1 volta à Ásia — local em que a disputa começa, com corridas em Bahrein e Arábia Saudita — para as etapas de Singapura e Japão. Em seguida, está programada a viagem para a América — do outro lado do globo — para mais três disputas: EUA, México e Brasil. Logo em seguida, mais uma viagem que atravessa o mundo para finalizar o campeonato em Abu Dhabi.
Fica evidente, ao se observar a confecção do calendário de 2022 e a ordem das corridas, que a logística não foi o fator principal para que a Fórmula 1 decidisse seu cronograma. O GP de Abu Dhabi, por exemplo, paga um valor substancial para ser o encerramento do campeonato, o que vai obrigar a categoria a atravessar o planeta em ida e volta para concluir a disputa.
Últimas fotos reveladas de Miami mostram autódromo perto de estar pronto para receber a F1 pela primeira vez em 2022 (Foto: Hard Rock Stadium)
A F1 volta, pois, em mais uma temporada dura, após um 2021 que já desafiou os limites daqueles que trabalham na Fórmula 1, já que nem todos são pilotos ou chefes de equipe. Membros das equipes como mecânicos, estrategistas, engenheiros, todos precisarão de deslocamento constante e intenso para que seja possível aguentar a maratona de corridas proposta para este ano.
Denúncias feitas ainda em 2021 sobre uso de álcool e remédios por parte destes empregados não suscitaram absolutamente nenhuma simpatia da categoria, que aumentou ainda mais o ritmo para 2022 — lembrando que a Copa do Mundo de Futebol vai ser realizada no Catar em dezembro, ou seja, será um número maior de corridas em um calendário ainda encurtado.
O fato é que o 'money rules' [o dinheiro manda] segue a todo vapor na principal categoria do automobilismo mundial, que tenta equilibrar o maior número possível de corridas em um espaço de tempo ainda menor — em malabarismo que vai trazer consequências mais pesadas, é claro, àqueles que estão longe dos holofotes.
Semanas com 10 horas ou mais de trabalho diário, acompanhamento médico insuficiente, exaustão, depressão e saudade da família foram apenas algumas das reclamações ouvidas no paddock em 2021. Com ainda mais corridas este ano em um espaço de tempo ainda menor — com o final em novembro, ao invés de dezembro —, a tarefa hercúlea de cumprir o cronograma poderá trazer consequências ainda mais pesadas aos empregados da categoria — que por sua vez, prefere focar novamente nas receitas.
Fórmula 1, Calendário 2022:
DATA | ETAPA | LOCAL |
20/3 | GP DO BAHREIN | SAKHIR |
27/3 | GP DA ARÁBIA SAUDITA | JEDÁ |
10/4 | GP DA AUSTRÁLIA | MELBOURNE |
24/4 | GP DA EMÍLIA-ROMANHA | ÍMOLA |
8/5 | GP DE MIAMI | MIAMI |
22/5 | GP DA ESPANHA | BARCELONA |
29/5 | GP DE MÔNACO | MONTE CARLO |
12/6 | GP DO AZERBAIJÃO | BAKU |
19/6 | GP DO CANADÁ | MONTREAL |
3/7 | GP DA INGLATERRA | SILVERSTONE |
10/7 | GP DA ÁUSTRIA | SPIELBERG |
24/7 | GP DA FRANÇA | PAUL RICARD |
31/7 | GP DA HUNGRIA | BUDAPESTE |
28/8 | GP DA BÉLGICA | SPA-FRANCORCHAMPS |
4/9 | GP DA HOLANDA | ZANDVOORT |
11/9 | GP DA ITÁLIA | MONZA |
25/9 | A DEFINIR | A DEFINIR |
2/10 | GP DE SINGAPURA | MARINA BAY |
9/10 | GP DO JAPÃO | SUZUKA |
23/10 | GP DOS EUA | AUSTIN |
30/10 | GP DO MÉXICO | CIDADE DO MÉXICO |
13/11 | GP DO BRASIL | SÃO PAULO |
20/11 | GP DE ABU DHABI | YAS MARINA |
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