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Há 20 anos Fernando Alonso vencia pela primeira vez na F1

Espanhol se tornou o mais jovem vencedor da categoria, quebrando um recorde que durava 51 anos

24 ago 2023 - 19h44
(atualizado às 19h50)
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Foto 1: Alonso comorando a histórica 1ª vitória
Foto 1: Alonso comorando a histórica 1ª vitória
Foto: F1/Divulgação

Fernando Alonso sempre foi considerado um piloto promissor. Empresariado por Flavio Briatore, chefe da equipe Benetton/Renault, fez o primeiro teste ainda em 1999 pela Minardi. Em 2001, assinou com a equipe, a pior equipe do grid, mas mostrou um bom desempenho com os poucos recursos que o time tinha. Por opção de Briatore, teve um ano sabático em 2002, sendo piloto de teste da Renault e até testando carros de outras equipes, como a Jaguar. 

Em 2003, Briatore colocou o espanhol como piloto titular na Renault e logo fez a pole na segunda corrida da temporada, o GP da Malásia, com 21 anos, 7 meses e 23 dias, se tornando o pole position mais jovem, batendo o recorde de Rubens Barrichello, que fez a pole no GP da Bélgica de 1994 com 22 anos, 3 meses e 5 dias. Acabou não vencendo a prova, mas chegou ao terceiro lugar, quebrando o recorde de idade de Ralf Schumacher.

Foto 2: Primeiro pódio de Farnando Alonso
Foto 2: Primeiro pódio de Farnando Alonso
Foto: F1/Divulgação

Fernando Alonso gerou um fenômeno chamado de “Alonsomania”. Afinal de contas, a Espanha não tinha tido um piloto na categoria com tamanha relevância. As arquibancadas no GP da Espanha, 5° etapa do campeonato, ficaram lotadas. Alonso chegou em 2° lugar e levou a torcida ao delírio. O campeonato foi se mostrando muito equilibrado naquele ano, sendo que Michael Schumacher (Ferrari), Juan Pablo Montoya (Williams) e Kimi Raikkonen (McLaren) disputaram diretamente o título.

Alonso mostrava um desempenho consistente: após o GP da Alemanha, 12ª etapa, era o 6° colocado no campeonato, com 44 pontos, o dobro do companheiro de equipe, Jarno Trulli. Alonso incomodava até as três grandes potências da época: Ferrari, McLaren e Williams, estando a frente de David Coulthard (McLaren), com menos de 10 pontos (uma vitória) de Ralf Schumacher (Williams) e Rubens Barrichello (Ferrari).

A corrida na Hungria prometia muito e poderia mudar o campeonato, Michael Schumacher liderava com 71 pontos, seguido por Montoya, com 65 pontos e Kimi Raikkonen com 62 pontos. O cenário era de guerra, principalmente entre as duas fornecedoras de pneus: Bridgestone e Michelin, na época cada uma fornecia para cinco equipes no grid, os japoneses para Ferrari, BAR, Sauber, Jordan e Minardi, os franceses para Williams, McLaren, Renault, Toyota e Jaguar.

Outros fatores também apimentavam a corrida: Michael Schumacher não conquistava uma vitória fazia quatro provas; o desempenho dos pneus Michelin se mostrava superior principalmente em pista com alta temperatura. A Bridgestone acusava a rival de ter um pneu ilegal, que se dilatava durante a corrida, acima do permitido por regulamento, mas até então não existiam provas concretas em relação a isso.

Nesta época, a qualificação era feita em duas sessões: na sexta-feira, os pilotos saiam em ordem decrescente de colocação no campeonato para uma única volta. A colocação nesta sessão definia a posição na qualificação de sábado, também em volta única, com a quantidade de combustível que iriam largar no domingo. Alonso foi apenas o sexto na primeira sessão, Jarno Trulli fez a volta mais rápida. Mas no sábado, ninguém parou Fernando Alonso, que marcou 1m21s688, 0s256 à frente do 2° colocado, Ralf Schumacher.

A nota triste do sábado ficou para Ralph Firman. O piloto da Jordan sofreu um acidente fortíssimo após a asa traseira do seu carro se soltar no Treino Livre 3,  ficando fora por duas corridas, sendo substituído por Zsolt Baumgartner, o primeiro e único piloto hungaro da categoria.

Foto 3: Ralph FIrman durante o GP da Grã-Bretanha de 2003
Foto 3: Ralph FIrman durante o GP da Grã-Bretanha de 2003
Foto: Wikimidia Commons

No domingo, existiam dúvidas se Alonso iria conseguir vencer. Especulava-se que o espanhol poderia estar mais leve que os outros e perder na estratégia, como aconteceu no GP da Malásia. Na largada, a sorte sorriu para espanhol, que largou muito bem e não deu chance para os rivais, ajudado com o controle de largada da Renault, o melhor da época.

Mas as coisas ficaram ainda melhores. Mark Webber (Jaguar) assumiu a 2ª posição depois da largada desastrosa de Ralf Schumacher, que ainda começou a brigar com seu companheiro de equipe, Juan Pablo Montoya, que largou em 4° lugar. Na confusão o alemão rodou e caiu para 18° e o colombiano foi para o 8° lugar. Seguido por Barrichello e Raikkonen, MIchael Schumacher era apenas o 7° colocado.

Na volta 3, Rubens Barrichello errou ao tentar passar Webber, perdendo a posição para Raikkonen, a situação se mostrava tranquila para Fernando, Webber não tinha ritmo para acompanhar e segurava Raikkonen, a diferença chegou em 21s na volta 13, quando Alonso e Webber pararam, o espanhol colocou fez uma parada em 6s4, acabou sendo muito rápida, Raikkonen ficou mais duas voltas na pista, em 7s6.

Durante as paradas, Montoya conseguiu ganhar a posição de Schumacher, uma briga importante na disputa do título. Na volta 19, Rubens Barrichello, o melhor carro com pneus Bridgestone, abandonou após uma quebra de suspensão. Alonso mostrou no 2° stint que não estava para brincadeira, conseguindo aumentar ainda mais a diferença para Raikkonen, que chegou a estar em 27s na volta 28.

Alonso mantinha um ritmo constante, fazendo a 3ª parada sem perder a liderança, depois só controlou o ritmo para vencer com 16s768 a frente do 2° colocado. Mas a briga atrás do espanhol era intensa: Trulli, Montoya, Michael e Ralf Schumacher brigavam pela 4ª colocação, o italiano não facilitava e conseguiu segurar a posição até parar nos boxes na volta 32.

Após a parada, os três concorrentes se viram livres para aumentar o ritmo. Os pilotos da Williams pararam e conseguiram voltar à frente de Trulli, menos Michael Schumacher. Montoya também conseguiu passar Webber na parada e assumiu a 3ª posição e começou uma caça atrás de Raikkonen. Ralf Schumacher passou o piloto da Jaguar na pista e pulou para 4°. David Coulthard, que estava em uma estratégia de duas paradas, acabou parando e voltando entre Jarno Trulli e Michael Schumacher, que ainda iriam fazer a 3ª parada.

Quando todos os pilotos que estavam em estratégia de três paradas pararam, David Coulthard conseguiu pular para a 5ª posição, roubando a posição de Mark Webber. Enquanto isso, Michael Schumacher continuou preso atrás de Jarno Trulli. Montoya, buscando Raikkonen, rodou na volta 61, acabou conseguindo voltar e permaneceu em 3º, com Ralf Schumacher comboiando seu companheiro de equipe até o final da prova.

Aparentemente, a Williams deu ordem para não haver briga naquele momento da corrida, até porque no começo da prova os dois tinham aprontado bastante. Michael Schumacher, além de não conseguir passar por Trulli, chegou a levar uma volta de Alonso no final da prova. Após o final da prova, as coisas apertaram ainda mais para o alemão, indo o piloto da Ferrari foi para 72 pontos, Montoya para 71 e Raikkonen para 70.

Foto 4: Alonso levando a Espanha pela primeira vez ao alto do pódio na F1
Foto 4: Alonso levando a Espanha pela primeira vez ao alto do pódio na F1
Foto: F1/Divulgação

Fernando Alonso fez história: Além de pular para o 5° lugar no campeonato, com 54 pontos, se tornou o primeiro espanhol a vencer na F1 e o único até 2022 (Carlos Sainz na Grã-Bretanha). Também quebrou o recorde de Troy Ruttman de 1952, se tornando o vencedor mais jovem da história, com 22 anos e 26 dias. Seu recorde seria quebrado posteriormente por Sebastian Vettel (21 anos, 2 meses e 11 dias) e por Max Verstappen (18 anos, 7 meses e 15 dias), mas naquele momento acabou sendo a quebra de uma marca de 51 anos.

Nas últimas três etapas do campeonato, Alonso acabou tendo uma maré de azar: na Itália, largou em 20° após problemas, chegou a bater na largada com Justin Wilson, mas sem danos e chegou em 8° lugar. Nos EUA e no Japão, abandonou com problemas de motor. Acabou terminando o campeonato em 6°, uma grande apresentação para um primeiro ano em uma equipe intermediária. 

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