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Hamilton bate Verstappen, vence caótico GP da Arábia Saudita e empata F1 para decisão

Lewis Hamilton impôs derrota a Max Verstappen, venceu o polêmico e confuso GP da Arábia Saudita e vai para a decisão, em Abu Dhabi, empatado em pontos com o rival

5 dez 2021 - 16h45
(atualizado às 16h46)
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O duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen em Jedá
O duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen em Jedá
Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

BRIEFING | TUDO SOBRE O GP DA ARÁBIA SAUDITA DE FÓRMULA 1

Lewis Hamilton venceu o polêmico, confuso e caótico GP da Arábia Saudita, fez a melhor volta da corrida deste domingo (5) e vai para a decisão do título desta imprevisível temporada da Fórmula 1 empatado em pontos com Max Verstappen. Em uma noite surreal e marcada por duas bandeiras vermelhas, intervenções do safety-car e até de um brake-test que culminou em batida de Hamilton na traseira do carro do rival, o heptacampeão do mundo arrancou a ultrapassagem no peito e na raça e mesmo com a asa dianteira avariada nas voltas finais e impôs uma dura derrota ao holandês no momento de uma grande arrancada do britânico rumo ao oitavo título.

No fim da corrida, já na reta dos boxes, Valtteri Bottas, que estava bastante apagado na prova, passou a Alpine de Esteban Ocon, conquistou a terceira colocação e vibrou como se fosse uma grande vitória. O resultado praticamente encaminhou o título dos Construtores para a Mercedes pela oitava vez seguida.

Em cenário previsto antes da corrida, Hamilton e Verstappen vão para a decisão do título, na próxima semana, em Abu Dhabi, exatamente com 369,5 pontos.

Lewis Hamilton venceu o polêmico e confuso GP da Arábia Saudita (Foto: Mercedes)

O próximo fim de semana vai marcar o desfecho da temporada 2021 e vai definir o grande campeão deste incrível ano. O GP de Abu Dhabi acontece entre 10 e 12 de dezembro no circuito de Yas Marina. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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Saiba como foi o GP da Arábia Saudita de Fórmula 1

A largada em Jedá foi absolutamente cautelosa, até em razão dos riscos da pista e dos acidentes na Fórmula 2 neste domingo. Lewis Hamilton manteve a liderança e foi seguido muito de perto por Valtteri Bottas, enquanto Max Verstappen continuou em terceiro. A única mudança brusca foi a queda de Yuki Tsunoda, que caiu para 12º na primeira volta depois de prensar Esteban Ocon contra o muro, enquanto Fernando Alonso ganhou três posições e subiu para décimo.

As voltas seguintes foram relativamente tranquilas lá na frente, com Hamilton a puxar a fila, seguido por Bottas e, pouco mais atrás, Verstappen. O começo da corrida mostrou a Mercedes no controle da corrida. Charles Leclerc, bem mais atrás, era o quarto, seguido por Sergio Pérez e Lando Norris. Quem fazia boa prova naquele ainda princípio era Esteban Ocon, em sétimo depois de ter passado a AlphaTauri de Pierre Gasly, que também foi superado pela McLaren de Daniel Ricciardo. O australiano fez a primeira parte da corrida com pneus duros.

A tranquilidade foi quebrada pelo forte acidente sofrido por Mick Schumacher, que destruiu o carro da Haas na curva 22, a mesma onde Leclerc bateu na sexta-feira. A direção de prova acionou o safety-car. Hamilton e Bottas foram chamados pela Mercedes e fizeram o pit-stop, enquanto Verstappen seguiu na pista. Mudança de estratégia para a Red Bull.

Mick Schumacher sofreu forte acidente no começo do GP da Arábia Saudita (Foto: Reprodução)

Só que o jogo virou na volta 13, quando a direção de prova da FIA acionou a bandeira vermelha cinco giros depois da batida e interrompeu a corrida em Jedá. Verstappen, que na teoria tinha se dado mal com a opção da Red Bull em mantê-lo na pista, se deu bem, e o jogo virou demais. Isso porque as equipes têm permissão de trocar os pneus com a bandeira vermelha. Assim, Max foi muito beneficiado pela decisão.

Dentre os pilotos que ficaram na pista sem trocar pneus na bandeira vermelha, além de Verstappen, estavam Ocon, Ricciardo, Gasly, Carlos Sainz e Antonio Giovinazzi entre os dez primeiros. Leclerc e Pérez, além de Hamilton e Bottas, arriscaram e optaram por um pit-stop que, na prática, se mostrou desnecessário naquele momento.

Às 15h15 (de Brasília), os 19 pilotos que seguiram na pista deixaram o pit-lane e partiram para o procedimento de largada parada. Assim, Verstappen alinhou na primeira posição, lado a lado com Hamilton. Na volta de aquecimento, Lewis reclamou do rival e alegou que Max fez um treino de largada no pit-lane. O holandês também reclamava, mas do safety-car, que foi julgado lento pelo piloto. Depois, se queixou de Hamilton estar muito atrás, com distância de mais de dez carros.

A nova largada foi tensa e acidentada. Na frente, Hamilton largou muito melhor e chegou a assumir a ponta. Mas Verstappen cortou a curva 1 e retomou a liderança ao exceder os limites de pista. Só que, mais atrás, Sergio Pérez fechou Leclerc e levou a pior e bateu no muro. Em meio a toda a confusão, George Russell também bateu e Nikita Mazepin acertou em cheio, por trás, a traseira do carro da Williams. Bandeira vermelha de novo.

Verstappen corta caminho na curva para passar Hamilton na relargada (Foto: Reprodução)

Depois de toda essa bagunça, Verstappen era o primeiro; Ocon, o segundo; Hamilton estava em terceiro e Ricciardo, o quarto. Bottas caiu para a quinta posição e tinha Gasly em sexto. Insatisfeito com a manobra feita por Max, Toto Wolff foi reclamar com os comissários de pista, enquanto a Red Bull se defendeu. O mais inacreditável foi Michael Masi, diretor de prova da FIA para a F1, negociar a devolução de posição de Verstappen a Hamilton.

No fim das contas, o grid decidido pela direção de prova para a nova relargada teve Ocon na primeira posição, Hamilton em segundo e Verstappen em terceiro, na inversão de posição entre os dois rivais. A Red Bull colocou pneus médios para o holandês tentar tracionar melhor na largada. Era tudo ou nada para Max.

A estratégia deu certo para a Red Bull. Verstappen largou muito bem e pulou de terceiro para primeiro. Ocon e Hamilton chegaram a se tocar na primeira curva e ficaram em segundo e terceiro, respectivamente. Ricciardo aparecia em quarto, com Bottas em quinto e Gasly em sexto. Ao menos, a relargada foi limpa e sem confusões.

Detalhe da linda largada de Verstappen, que pulou de terceiro para líder em Jedá (Foto: Reprodução)

Na abertura da volta seguinte, Hamilton fez a ultrapassagem sobre Ocon e tentou partir pra cima de Verstappen, que por sua vez buscava se desgarrar na frente. Destaque também para a presença de Antonio Giovinazzi, sétimo colocado.

Verstappen chegou a reportar perda de potência do motor, mas a Red Bull sinalizou que se tratava de um período de recarga da bateria. O holandês se defendia na liderança e tinha Hamilton no seu encalço no momento em que a direção de prova acionou o safety-car virtual. Yuki Tsunoda acertou Sebastian Vettel na curva 2, levou a pior e parou na barreira de proteção, mas conseguiu levar o carro para os boxes para colocar uma nova asa dianteira. Mais atrás, Leclerc e Sainz duelavam ferozmente pela oitava posição.

Yuki Tsunoda bateu na barreira de proteção após acertar Sebastian Vettel (Foto: Reprodução)

Outro piloto que passou por grande susto foi Fernando Alonso, que rodou a 360º e por pouco não acertou o muro. Por muita sorte, o bicampeão não foi atingido pelo carro de Nicholas Latifi, que passou pelo espanhol logo depois. Vettel fez parte de outra disputa e se deu mal após tocar roda com seu ex-companheiro de equipe, Kimi Räikkönen.

Na briga que de fato importava, Hamilton tentava tudo para chegar em Verstappen e tinha melhor ritmo nos setores 2 e 3. Só que o piloto da Red Bull levava vantagem na primeira parte do circuito e conseguia abrir vantagem, deixando assim o heptacampeão de mãos atadas sobre tentar buscar a vitória.

Alonso se mostrou muito irritado com a situação da pista e com os detritos espalhados pelo asfalto. "Não sei se Michael [Masi] está escutando, mas temos as piores condições do fim de semana. Tivemos 100 bandeiras vermelhas e agora estamos correndo com a pista assim a 300 km/h. Precisamos de um safety-car". Naquela hora, a direção de prova acionou o safety-car virtual para retirar os detritos.

A corrida retomou seu ritmo normal quando restavam 17 voltas para o fim. Verstappen impôs forte ritmo e lutou com o que tinha para afastar Hamilton. Depois de uma breve intervenção do VSC, Lewis partiu para cima de novo, acionou a asa móvel pela primeira vez e quase fez a ultrapassagem na primeira curva. Verstappen não deu espaço, e os dois foram para fora, num repeteco do que aconteceu em Interlagos.

Max Verstappen freou forte na frente do carro de Hamilton, que não conseguiu evitar a batida (Foto: F1/Twitter)

Na sequência da volta, Verstappen simplesmente tirou o pé no meio da volta. Hamilton também reduziu, mas não o bastante para conseguir evitar a batida. Com o impacto, a asa dianteira do carro da Mercedes ficou danificada. O incidente entrou sob investigação dos comissários, e Toto Wolff, nos boxes, se mostrou furioso.

Com sete voltas para o fim da corrida, Hamilton conseguiu passar Verstappen, mas o holandês retomou a primeira posição em seguida. Logo depois, a FIA anunciou punição a Max por ter cortado caminho na curva 1 e ter obtido vantagem. 5s de acréscimo para o holandês no tempo total de prova, enquanto a batida será analisada depois da prova.

No fim da volta 44, Hamilton conseguiu passar Verstappen e assumiu de vez a liderança da corrida em uma jornada tensa e confusa por parte da FIA. Naquele cenário, e com Lewis com o ponto de volta mais rápida, Max abriu mão de qualquer luta pela vitória e não teria chance sequer de tentar o ponto extra em razão da diferença não suficiente para parar e voltar à frente de Ocon, terceiro.

Daí em diante, Hamilton abriu o suficiente para conquistar uma vitória fundamental para buscar o octacampeonato em Abu Dhabi, na semana que vem. No fim da corrida, Bottas passou Esteban Ocon e colocou mais um carro da Mercedes no pódio, em terceiro.

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