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Hamilton exalta "incrível" boicote nos EUA, mas confirma participação no GP da Bélgica

Lewis Hamilton mostrou-se orgulhoso dos boicotes realizados por esportistas dos Estados Unidos após o ataque sofrido por Jacob Blake por um policial branco. Apesar de elogiar a atitude, o hexacampeão mundial afirmou que não vai aderir ao movimento e estará presente na etapa deste fim de semana da Fórmula 1

27 ago 2020 - 13h07
(atualizado às 13h31)
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O protesto de Lewis Hamilton com o punho cerrado
O protesto de Lewis Hamilton com o punho cerrado
Foto: AFP / Grande Prêmio

Na última quarta-feira (26), esportistas das grandes ligas americanas tomaram uma decisão revolucionária e boicotaram seus jogos. Atletas da NBA e WNBA (basquete), MLB (beisebol) e MLS (futebol) recusaram-se a entrar em campo ou quadra por conta do ataque sofrido por Jacob Blake, rapaz negro desarmado atingido por sete tiros nas costas por um policial branco em Kenosha, no estado de Wisconsin.

A reação dos esportistas causou comoção em todos os Estados Unidos e fez até mesmo comentaristas negros abandonarem programas e transmissões em solidariedade. A atitude grandiosa fez com que muitos fãs da Fórmula 1 questionassem a participação de Lewis Hamilton no GP da Bélgica, neste fim de semana.

Primeiro negro na F1, Lewis Hamilton tornou-se a grande voz antirracismo no esporte mostrando muito engajamento em causas sociais e participando ativamente do movimento Black Lives Matter (Vidas Pretas Importam, em português) após a morte de George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos em maio deste ano.

Apesar das dúvidas, o piloto da Mercedes fez questão de ressaltar que vai disputar o GP da Bélgica, mas enfatizou que sente-se orgulho pela atitude tomada por companheiros em outro continente.

Lewis Hamilton usa camisa do movimento Black Lives Matter antes do GP da Espanha de 2020 (Foto: AFP)

"Em primeiro lugar, acho incrível o que muitos nos Estados Unidos estão fazendo em seus esportes. Muitas pessoas estão ao lado dos jogadores e estão lutando muito por mudanças. É uma pena que foi preciso isso para acontecer uma reação. Mas isso é nos Estados Unidos, e não sei se eu fizer realmente alguma coisa aqui vai ter um efeito em particular. Estamos na Bélgica, não nos Estados Unidos", afirmou Hamilton.

"Não falei com ninguém sobre isso, mas estou orgulhoso de muitos e me uno a eles tentando fazer o que posso aqui. Não sei quanto a não fazermos a corrida. Ela vai acontecer, isso é fato. Faremos algo parecido também? Não sei. O que está acontecendo é certamente incrível, tanto a nível social como desportivo", prosseguiu.

O hexacampeão mundial também avaliou o engajamento da Fórmula 1 nos protestos antirracismo. A cerimônia causou polêmica quando muitos pilotos não quiseram se ajoelhar antes das corridas. Depois, Hamilton criticou a categoria por não incluir a homenagem no cronograma do fim de semana, após muitos pilotos se ausentarem do protesto diante do grid na Hungria.

Lewis Hamilton achou o protesto antirracismo antes do GP da Hungria desorganizado e reclamou com a F1 (Foto: AFP)

"Ainda vou tentar falar com a Fórmula 1 para ver o que mais poderemos fazer para continuar aumentando a conscientização, seguir ajudando a impulsionar [os protestos]. Naturalmente, acho que, como esporte, todos nós precisamos estar alinhados, todos nós precisamos apoiar uns aos outros", afirmou o britânico.

"Primeiro, teremos de conversar sobre isso juntos para continuarmos a conscientizar sobre a batalha, todos temos de estar alinhados. Por enquanto, ainda não conversei com ninguém, mas tenho orgulho do que os atletas estão fazendo nos EUA. Estou ao lado deles", concluiu.

Grande Prêmio
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