Max Verstappen, a caminho do bi e da grandiosidade na F1
Após a vitória maiúscula no GP da Bélgica, Verstappen caminha para o bicampeonato e gravar seu nome com letras fortes na história da F1
Este texto pode soar até exagerado ao ser lido. Não dá para diminuir o que Max Verstappen fez no GP da Bélgica neste domingo. Alguns dirão que a confusão da largada ajudou a “limpar” o caminho para a escalada. OK, é uma boa atenuante. Mas a maneira que a corrida se desenrolou é que chamou a atenção.
Muitos esperavam o GP da Bélgica para ver o que seria do desempenho dos carros diante da aplicação da Diretriz Técnica sobre o controle do porpoising. Ferrari e Red Bull eram aqueles que tinham uma atenção maior, já que havia a suspeita de “burlar” a flexão prevista no regulamento. Outro ponto foi a troca dos elementos das Unidades de Potência e Motor, já que Spa é um lugar que é possível se ultrapassar com um pouco mais de facilidade.
Verstappen e o RB18 foram uma coisa só. Nos treinos, mesmo com as punições, a Red Bull mostrou que estava à frente. Só em termos de velocidade, a Ferrari estava cerca de 10 km/h atrás dos taurinos e a Mercedes perdia cerca de 4 décimos a cada setor. E não podemos ignorar o fator Verstappen.
Acho até curioso que muita gente me chame de “Mercedista” (sim, em alguns grupos de WhatsApp já recebi este apelido). Mas ignorar a grandeza de piloto que é o Max Verstappen é algo impossível. Já tivemos mostras, mas tal qual Hamilton, alguns colocam a conta dos resultados por conta do carro.
Devemos lembrar que a F1 é basicamente um campeonato onde construtores buscam fazer o melhor carro de acordo com o regulamento (ou pelo menos explorando as zonas cinzentas...). Os pilotos são parte importante? Sim. Um mau piloto pode ser vencedor com um carro bom? Sim. Mas se você junta um senhor piloto com um ótimo carro, a situação melhora. Este é o caso entre Verstappen e Red Bull neste GP da Bélgica.
Hoje a telemetria nos dá uma série de dados para análise de desempenho. É importantíssimo para entender várias coisas. Mas o contato visual é insubstituível. A F1 hoje te dá chance de ver as câmeras internas dos carros. Há quem diga que hoje é fácil pilotar um bicho deste. Mas são tantos parâmetros, tanta administração e ter que levar ao limite por tanto tempo, é complicado.
Esta atuação de Verstappen foi digna de Schumacher nos áureos tempos. O alemão soube se adequar ao seu tempo. Mas teve por característica andar sempre no limite o tempo todo. A Red Bull permitiu que Verstappen tivesse a situação de fazer o máximo possível por todo o tempo. Sem dúvidas, o conjunto piloto/carro é o melhor da categoria. É totalmente justificável a prioridade da Red Bull ao holandês, bem como o monte de dinheiro que lhe paga. Pois ele entrega.
Verstappen atualmente é o 8º piloto mais vencedor da F1. Tudo indica que muitas outras virão. Mas a do último domingo vai ter um espaço especial na prateleira. Marca seu nome na história da categoria e caminha para ser um dos grandes. Se gostamos de automobilismo, temos que focar nesta paixão e reconhecer quando se vê uma possível lenda em formação. Voa Max!