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Menor e mais leve: Surgem as primeiras projeções para a F1 2026

Menor, mais leve e com DRS estendido. Auto Motor Und Sport projeta o F1 2026 com base nos documentos da categoria e conversas com equipes.

15 nov 2023 - 07h45
(atualizado às 08h18)
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Projeção do F1 2026 feita pela Auto Motor Und Sport
Projeção do F1 2026 feita pela Auto Motor Und Sport
Foto: Tobi Gruener/X e Auto Motor und Sport

Cada vez mais a F1 2026 toma forma. Após muita discussão sobre os motores, as formas do carro propriamente ditas finalmente começam a chegar em sua forma final. Esta era uma cobrança que vinha não somente das equipes, que trabalham nesta discussão e querem tão logo antes se debruçar no conceito, como também da Pirelli.

Quem acompanha o Parabólica sabe que o objetivo deste novo projeto é reduzir o peso e o tamanho dos carros. Esta era uma situação colocada por Adrian Newey tempos atrás em uma entrevista, em que ele via que a busca da F1 deveria ser por carros menores e mais eficientes. De certa forma, também é para atender aos anseios ao público, que na maioria reclama do tamanho atual dos carros.

Nos últimos tempos, o projeto nomeado de “Fangio” pela FIA vem consolidar toda a negociação feita entre a entidade, F1 e as equipes.  Em Interlagos, o consultor técnico da F1, Pat Symonds, declarou que “boas notícias estão vindo” no sentido de deixar os carros mais curtos e – principalmente – mais fáceis de andar próximos.  Segundo ele, as equipes já conseguiram achar modos de dificultar o fluxo de ar para o carro de trás. Não é ainda como no regulamento antigo, mas já chegou a um ponto bem acima do esperado pela FIA e a F1, e hoje está na casa de 35% (era 10 a 15% ano passado).

Projeção da frente do F1 2026
Projeção da frente do F1 2026
Foto: Auto Motor und Sport

Em artigo do jornalista alemão Michael Schimdt, da Auto Motor und Sport, os primeiros esboços do que viria a ser este F1 2026 começam a aparecer, de acordo com a última versão apresentada pela FIA no GP do México.  A perda de medidas foi confirmada: pelo menos 20 cm a menos no entre eixos, indo de 3,60m para 3,40m e 10 cm de largura (dos atuais 2 metros para 1,90m). Além disso o peso seria reduzido também através de pneus menores (sem contar a redução da área frontal, ajudando a aerodinâmica)

Após o movimento solicitado pela Pirelli de passar de um aro 13” para 18”, a F1 passaria para um pneu aro 16”. Isso levaria a carcaça e rodas menores (as atuais pesam cerca de 8,5kg). Só nisso se estima que o emagrecimento possa chegar a mais de 5kg.

Com um pneu mais leve, se fala ainda em uma simplificação maior da suspensão. Um dos pedidos anteriores de parte das equipes era a volta do terceiro amortecedor (comum até 2021), o que foi mais uma vez recusao em princípio. Junte isso a uma redução do número de marchas... chegamos aos 20/25 kg que vem sendo falado a meses (alguns estimam até 30kg a menos).

Além do tamanho e peso, a aerodinâmica também tem papel especial. De acordo com o projeto apresentado pela AMuS, a concepção seria semelhante a atual. Mas o aerofólio dianteiro teria aletas laterais maiores para poder cobrir mais rodas dianteiras e diminuir a turbulência. Uma solução semelhante à Indy e Fórmula-E.

Detalhe da asa dianteira: uma aleta diferente visando reduzir turbulência
Detalhe da asa dianteira: uma aleta diferente visando reduzir turbulência
Foto: Auto Motor und Sport

Uma das buscas também é deixar áreas de contato com o ar mais simples. Aqui entram o halo, as aletas sobre as rodas e o desenho do cockpit.

DRS ainda fica na traseira. E pode agir na frente

O DRS fica mantido na traseira e fica a ideia da introdução do princípio na asa dianteira. O aerofólio traseiro teria 4 elementos ao invés dos 2 atuais: 1 principal e 3 menores (com o DRS aberto, pareceria uma persiana). Algumas aletas ainda podem ser reposicionadas.

Detalhe do aerofólio traseiro: mais elementos e aparição de aletas na lateral
Detalhe do aerofólio traseiro: mais elementos e aparição de aletas na lateral
Foto: Auto Motor und Sport

O conceito atual dos carros mudaria bastante: os técnicos da FIA estão trabalhando em uma mudança no fluxo de ar para aumentar mais ainda as ultrapassagens e retomar um pouco do vácuo, que ficou prejudicado com o regulamento atual: a ideia é direcionar o ar mais para dentro dos carros (“inwash”) do que para fora (“outwash”) e para baixo (“downwash”).

Isso leva a modificações nos tuneis Venturi (que geram o efeito solo), que devem ficar mais altos e com entradas diferentes. Além disso, o difusor traseiro também teria mais limitações em sua posição e medida (deve ser pelo menos 5 cm mais baixo do que o atual) e o assoalho teria mais restrições para a colocação de fendas, especialmente na frente das rodas traseiras. Aqui, as fendas seriam mudadas por mais aletas. Tudo pela redução da turbulência, especialmente para fora do carro (o tal "outwash").

Detalhe do trem traseiro: difusor um pouco menor e aletas na roda traseiras diferentes das atuais
Detalhe do trem traseiro: difusor um pouco menor e aletas na roda traseiras diferentes das atuais
Foto: Auto Motor und Sport

Segundo os técnicos da FIA, esta configuração retornaria o processo começado com o conceito atual de reduzir a turbulência dos carros, deixando-os mais próximos, além de permitir a volta mais efetiva do vácuo. Um dos efeitos colaterais das regras atuais foi que a turbulência reduziu, mas o vácuo perdeu parte de sua eficiência, ficando cada vez mais dependente do DRS para ultrapassagens.

De acordo ainda com a matéria, as estimativas iniciais de que este carro ficaria de 3 a 4 segundos mais lento do que os atuais já ficaram para trás. Hoje, segundo os técnicos da FIA e da F1, a expectativa é que este acréscimo esteja na casa de 1 a 1,5 segundos.

Em princípio, as ideias principais estão fechadas e restam agora fechar os detalhes. São medidas interessantes e que tentam trazer mais ação às corridas e os carros mais agradáveis de se ver. A previsão é de que este novo pacote seja aprovado por todas as partes até o primeiro semestre de 2024. A esta altura, já se terá também uma visão melhor do que serão os motores de 2026, bem como todo o desenvolvimento que será feito, o que passa por uma possível limitação no trabalho dos carros de 2025. Mas isso é conversa para outro artigo...

O link original da matéria em alemão está aqui

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