Menos TV, mais redes sociais: A nova cara da audiência da F1
Os últimos dados de audiência da F1 mostram uma categoria menos baseada na audiência de TV e cada vez mais apostando nas redes sociais.
É inegável que a F1 tem voltado a ser um ponto de notícia mundial. Uma das preocupações da Liberty Media quando assumiu o comando da categoria era torná-la mais atrativa, aberta e renovar o público. Seria dar um cavalo-de-pau em um transatlântico.
Até 2017, a F1 era uma categoria que se baseava fortemente na divulgação em TV e virava as costas para a Internet. A Liberty passou a mudar a narrativa televisiva e se jogou de cabeça nas redes sociais, que é onde boa parte do público mais jovem se encontra.
Outra sacada foi a criação do seu sistema de streaming (F1TV) e a introdução do Drive To Survive na Netflix, que se tornou sucesso de audiência e vem balizando tantos outros esportes a fazer produtos semelhantes para ter o mesmo efeito.
Porém, há se de ver um aspecto nesta nova configuração que a F1 vem tomando, especialmente no que se refere a exposição da categoria. Cada vez mais, a Liberty vem optando por acordos com canais por assinatura e namorando com o streaming, seja através da própria F1 TV ou com outras operadoras.
O fato é que, embora esta estratégia venha garantindo maiores rendas à Liberty (cerca de 36% das receitas da F1 em 2022 vieram dos direitos de transmissão), a audiência vem tendo um comportamento quase estável em termos de audiência acumulada. A seguir, um gráfico com a audiência cumulativa.
Isso pode ser explicado pela opção de fechar acordos com empresas de TV por assinatura e também trocas que foram feitas ao longo do período. Além de novas formas de assistir à categoria, embora a F1TV entre neste cálculo (a Liberty não divulga o número de usuários).
Porém, o grande salto é nas redes sociais. Aqui falamos de Instagram, Twitter, Facebook, TikTok e assemelhados. De uma base quase nula, a F1 vem tendo crescimento explosivo nos últimos tempos. Isso se reflete o trabalho feito para a ampliação do engajamento e da participação dos fãs.
Este é um ponto: a participação do publico nas redes, usando como uma segunda tela. Não é à toa que as corridas são um dos assuntos mais comentados nas redes quando acontecem. Este é um grande trunfo para a F1 junto a parceiros e a tentativa agora é tentar capitalizar isso e seguir o mantra de ampliar receitas...
Vendo em retrospectiva, a F1 vem conseguindo fazer uma grande transformação em relação a audiência. Porém, se vê no mesmo ponto em que vários esportes: se joga de cabeça no streaming? Deixa de lado a TV? Investe em assinatura para ter rentabilidade ou em TV aberta para ter mais capilaridade? Investe com força nas redes sociais para pegar esta fatia mais jovem do público? Mas e os acordos com a "mídia tradicional"?
Os acionistas olham com lupa todos estes numeros. Por enquanto, céu de brigadeiro. Mas os executivos sabem que todas estas perguntas e mais algumas tem que começar a ser respondidas logo, logo...