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Mercedes reage e prepara contra-ataque em corrida sprint estratégica na Itália

A Mercedes usou bem o primeiro embate contra a Red Bull na Itália. O desempenho contundente na classificação desta sexta-feira (10), que colocou os dois carros pretos na fila inicial, abre a chance de uma reviravolta providencial para cima da rival em um fim de semana novamente tenso

10 set 2021 - 18h53
(atualizado às 19h09)
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Valtteri Bottas vai largar da primeira posição na corrida sprint do GP da Itália
Valtteri Bottas vai largar da primeira posição na corrida sprint do GP da Itália
Foto: Mercedes / Grande Prêmio

A Mercedes venceu o primeiro grande confronto contra a Red Bull e fez valer o fato de ter um melhor carro para as longas retas e curvas velozes do clássico circuito de Monza. A equipe alemã optou por um acerto de baixo downforce, claro, mas apresentou também enorme tração e aderência. Era certo, sim, imaginar o time na frente, só que talvez não com a diferença que a tabela de tempos mostrou na classificação desta sexta-feira (10). Acontece que o 'pole' Valtteri Bottas foi perfeito e surpreendeu até mesmo a própria equipe. Que não reclama de não ter Lewis Hamilton na frente. A explicação é estratégia também.

A heptacampeã tem a chance de devolver a derrota da semana passada na mesma moeda, dada a performance dos carros pretos. Afinal, Bottas obteve a melhor marca do Q3 tendo de trabalhar em prol de Hamilton. A tarefa do finlandês era dar o vácuo para o colega, mas acabou ele mesmo achando um para ajudar na própria volta final. E que giro! Com todas as parciais roxas, Valtteri, agora feliz e relaxado sobre o futuro, cravou 1min19s555, apenas 0s096 mais veloz que o companheiro inglês, mas 0s411 melhor que Max, que parte em terceiro.

Ainda que Verstappen tenha tirado tudo do carro e que tenha feito uma primeira volta na fase final impressionante, essa distância para a Mercedes está longe de ser comum. Por isso, o objetivo é claro: garantir Hamilton na pole real do GP da Itália. E ainda levar os cinco pontos possíveis da corrida de classificação - a segunda da temporada 2021.

O cenário perfeito só não é completo para a esquadra de Toto Wolff porque o nórdico vai ter de largar do fundo do grid no domingo. Os engenheiros não previam uma troca de motor agora, mas foi constatado na unidade de potência alguns sinais de falhas. "No intervalo entre as sessões, não tivemos tempo para investigar a causa, mas o suficiente para nos preparar para a troca. Isso significa que a unidade já estava pronta", contou Andrew Shovlin, engenheiro de pista do time da estrela.

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Valtteri Bottas derrotou Lewis Hamilton na classificação em Monza (Foto: Mercedes)

Aliás, esse é um tópico que ainda vai render na briga pelo título. Isso porque tanto a Mercedes quanto a Red Bull terão de tomar uma decisão em breve sobre o uso de uma quarta unidade de potência. Ainda não há indicações que essa hora tenha chegado para nenhum dos dois, mas o momento da escolha será cirúrgico, para que haja uma margem de manobra com relação ao rival. Será uma questão de limitar os danos.

E essa ideia vai ser aplicada à corrida de amanhã. Hamilton tem de vencer e tentar manter Verstappen o mais longe possível - e é capaz de a Mercedes ganhar uma ajuda inesperada da McLaren. Os carros laranja largam logo atrás e parecem possuir a mesma velocidade de reta que a parceira técnica. De qualquer jeito, a multicampeã já traçou seus planos.

"É difícil, em geral, impor ordens à equipe, porque não gostamos e preferimos que os resultados sejam apenas fruto do mérito. Mas, no domingo, Valtteri vai sair do fundo do grid, então amanhã veremos como será a largada e, se houver necessidade de troca de posições, provavelmente faremos", reconheceu Wolff em declaração à Sky Sports F1 após a classificação.

Do lado da Red Bull, a situação é um pouco mais complexa. A equipe não possui um retrospecto animador em Monza, mas o RB16B aceita configurações extremas. Foi isso que a esquadra tentou ao longo do dia. Depois de perceber a performance dos adversários no TL1, quando Hamilton liderou com os pneus médios, os taurinos focaram na velocidade de reta, e isso os colocou muito perto da Mercedes. Acontece que o acerto acabou sacrificando o desempenho em curvas, especialmente no trecho final do traçado italiano. Mais tarde, os engenheiros decidiram alterar essa configuração, colocando mais asa, mas isso fez Max perder décimos importantes na primeira parte do circuito.

Max Verstappen vai largar em terceiro na corrida sprint da F1 em Monza (Foto: Lars Baron/Getty Images/Red Bull Content Pool)

"Eles são um perigo na primeira volta. Eles podem manter Max atrás", alertou Helmut Marko sobre a McLaren.

É contra isso que também luta o líder do campeonato. "Nos recuperamos muito bem ao longo da classificação. Estou feliz por estar em terceiro aqui e acho que a corrida vai ser bem apertada", declarou o piloto da Red Bull.

De fato, as primeiras voltas devem acompanhar um ritmo frenético com todos tentando angariar posições em um circuito que permite ultrapassagens. E aqui entra outro ponto: os pneus. No primeiro treino livre, todo mundo procurou entender o comportamento da borracha. A Mercedes preferiu testar apenas os pneus médios da gama intermediária da Pirelli. Já a Red Bull usou os demais, concentrando-se nos vermelhos macios.

As indicações até agora sugerem cerca de 0s4 entre médio (C3) e macio (C4), e 0s3 entre médio e o duro (C2), de acordo com a fornecedora italiana. "A estratégia geral ficou mais complexa pelo fato de que as equipes também tiveram de considerar a corrida sprint pela primeira vez em Monza, já que são livres para usar o pneu que quiserem", afirmou Mario Isola, o chefão da fabricante.

"Vimos diferentes abordagens no TL1, com a maioria usando três conjuntos de pneus e todos os compostos em apenas uma hora para maximizar a coleta de dados, enquanto a Mercedes, por exemplo, focou apenas no pneu médio: o que pode ser uma boa opção para a corrida de de amanhã. A classificação de hoje foi mais simples do que o normal, já que as equipes só podiam usar pneus macios. Estes lidaram bem com as fortes exigências de tração e frenagem de Monza, proporcionando também a aderência mecânica necessária na ausência de elevados níveis de downforce", completou.

Diante disso, é possível dizer que a escolha dos ponteiros deve seguir uma linha mais convencional, o que não deve acontecer com o restante do grid. As cartas estão na mesa, e a Mercedes é quem sai em vantagem.

A Fórmula 1 volta a acelerar neste sábado a partir de 7h (de Brasília, GMT-3) com o treino livre 2. Já a corrida sprint, ou corrida de classificação, está marcada para 11h30. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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