Mercedes se defende e diz que ficou "entre a cruz e a espada" com Hamilton em Miami
O diretor-técnico da Mercedes, Mike Elliott, viu a entrada do safety-car no GP de Miami numa hora "completamente errada" para Lewis Hamilton, mas explicou que o inglês só tinha à disposição pneus duros e macios para uma eventual troca
Depois de Lewis Hamilton não poupar a Mercedes de críticas por ter sido questionando pelo rádio durante o GP de Miami se deveria parar ou não no safety-car, a equipe decidiu explicar o que, de fato, aconteceu. O diretor-técnico Mike Elliott disse que, naquele momento, o time de Brackley se viu "entre a cruz e a espada", uma vez que só havia pneus duros e macios para o carro do heptacampeão.
A posição de Hamilton em relação a Russell também o faria perder o lugar de qualquer jeito. E foi no meio dessa encruzilhada de alguns segundos que os alemães resolveram consultar o principal interessado sobre o que deveria ser feito.
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Tudo se desenrolou a partir da volta 41, quando o virtual safety-car entrou em ação por conta do acidente envolvendo Pierre Gasly e Lando Norris. Àquela altura, Hamilton se aproximava de Valtteri Bottas para brigar pelo quinto posto. Russell, que ainda não havia parado para trocar pneus, aparecia em seguida, porém mais distante da dupla.
O VSC encaixou perfeitamente na estratégia do #63, que havia largado apenas em 12º e tentava ficar o máximo de tempo possível na pista com os pneus duros para escalar o pelotão. Já Hamilton foi pego no contrapé.
"O VSC veio primeiro, e nós paramos George, exatamente a coisa certa a fazer", disse Elliott. "Naquela fase da prova, com Valtteri e Lewis com pneus duros, Lewis estava se aproximando [do finlandês] e teria a chance de ultrapassar na pista num lance normal de corrida, e era isso que esperávamos", continuou.
"Mas o safety-car virtual rapidamente se transformou em um safety-car que acabaria com todas as diferenças, deixaria o grid próximo, e teríamos George com um novíssimo composto médio contra os pneus duros e desgastados de Lewis e Valtteri. Ficamos entre a cruz e a espada", admitiu o diretor-técnico.
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Contudo, ainda que o carro de segurança tenha entrado no que considerou uma hora "completamente errada para Lewis", Elliott afirmou que os pneus disponíveis comprometeriam a performance de Hamilton de uma forma ou de outra.
"Se não o chamássemos [para os boxes], ele teria George logo atrás com um pneu muito mais novo; se ele fosse aos boxes, perderia a posição de pista para George e também ficaria atrás dele", disse.
"Os únicos pneus novos que tínhamos disponíveis [para Hamilton] eram o duro ou o macio, e embora possa se pensar que os macios seriam uma boa escolha, sabíamos que eles iriam superaquecer muito rápido, ainda mais por estar disputando posição com George", encerrou Elliott.
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