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Mercedes sinaliza manter conceito 'zero-pod' em W13: "Vimos que esse chassi pode ser bom"

A Mercedes começou a temporada 2022 quebrando a cabeça para entender o extremo projeto do W13 e como tirar a melhor performance do carro, mas para Andrew Shovlin, os resultados recentes mostram que a equipe fez certo em não desistir

10 ago 2022 - 10h09
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Lewis Hamilton
Lewis Hamilton
Foto: Mercedes / Grande Prêmio

A temporada 2022 da Fórmula 1 tem sido de constante evolução e aprendizado para a Mercedes. Antes dominadora da categoria, a base em Brackley foi relegada ao posto de coadjuvante de luxo com as mudanças aerodinâmicas na categoria e, por muito tempo, pensou que o seu revolucionário conceito quase sem sidepods — as entradas laterais de ar no carro — fosse o vilão. Hoje, 13 corridas depois, uma pole-position na conta e cada vez mais perto de Ferrari e Red Bull, a Mercedes já olha para o seu projeto com bons olhos.

Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista da equipe alemã, fez um balanço sobre o desempenho do W13 até aqui e acredita que o foco voltado ao chassi diferente mascarou os reais problemas do carro. "Foi bom ver que esse chassi estreito pode ter bom desempenho nas corridas", disse o inglês. "Os sidepods foram uma distração dos problemas gerais que tivemos de corrigir. Se pensarmos, estávamos pulando o tempo todo há apenas três corridas, em Montreal, Baku e Mônaco."

"Agora, quando os pilotos vão à pista, quando eles falam de saltos é porque tiveram um pouco disso em alguma curva, num determinado ponto. É quase notável a ausência [dos quiques]. E conseguimos aplicar essas melhorias ao pacote atual, o que é um bom sinal", completou o engenheiro, ressaltando que o mais importante é ver que tanto George Russell quanto Lewis Hamilton "encontraram a confiança que faltava com o carro".

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Russell celebra sua primeira pole-position com a Mercedes: W13 melhorou bastante ao longo da temporada (Foto: AFP)

Melhorias à parte, o W13 ainda é um mistério para a atual campeã entre os construtores, e isso porque, na visão de Shovlin, o modelo desse ano ainda dá "vislumbres de performance". Mas a sensação é de estar cada vez mais na direção certa.

"Esse carro tem sido particularmente irritante na forma como tem dado vislumbres de performance e do que pode ser, num nível que dificulta pensar em desistir dele. Isso acaba te sugando um pouco, do ponto de vista da engenharia", explicou.

"É um carro complicado. Um dos problemas é que não temos downforce suficiente, precisamos encontrar mais downforce para gerar mais potência. Mas, no geral, é um sinal útil de que estamos na direção certa. O pódio duplo, a pole-position são coisas com as quais só sonhávamos no início do ano. E isso é encorajador, estamos progredindo", continuou Shovlin.

A pole-position de Russell, especificamente, foi um resultado totalmente inesperado para o time comandado por Toto Wolff. "Não vimos os pilotos fazendo mais essas voltas cegas até George conseguir a pole. Isso é algo que conseguimos melhorar, e há algumas mudanças no carro que podem ter feito isso. A equipe fez um bom trabalho em colocar tudo na janela certa, mas a resposta sincera é que realmente não sabemos como conseguimos a pole", admitiu Shovlin.

Para as próximas etapas, o foco da Mercedes é continuar evoluindo em busca do desempenho que ainda falta para fazer frente às equipes da ponta. Shovlin disse que o desenvolvimento do carro é um processo geral de engenharia, mas que impressiona ver que, mesmo após tantas corridas, ainda é possível descobrir coisas. "Portanto, tenho certeza de que haverá ainda pequenas partes que vamos aproveitar", finalizou.

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