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Mercedes/Red Bull, Hamilton/Verstappen e Wolff/Horner: tretas na F1 estão longe do fim

Rivalidade tensa entre Mercedes e Red Bull acumula trocas de farpas, palavrões, acusações e acidentes. Com duas etapas para o final do ano, a treta só tende a piorar

24 nov 2021 - 04h00
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Rivalidade pesada entre Hamilton e Verstappen se estende às equipes e até às garagens
Rivalidade pesada entre Hamilton e Verstappen se estende às equipes e até às garagens
Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

F1: HAMILTON x VERSTAPPEN: DISPUTA INTENSA NA F1 A 2 PROVAS DO FIM | Paddock GP #269

A reta final na disputa pelo título da Fórmula 1 em 2021 vai pegando fogo cada vez mais, conforme o encerramento da temporada vai se aproximando. De um lado, a Mercedes, capitaneada por Toto Wolff e representada nas pistas pelo heptacampeão mundial Lewis Hamilton, um dos maiores de todos os tempos. Do outro, a Red Bull de Christian Horner e de Max Verstappen, que chega com a sede insaciável de levantar um troféu sonhado a vida inteira, que, aliás, nunca pareceu tão perto. Com apenas duas etapas restantes na disputa e oito pontos de diferença entre os rivais, o fogo só tende a aumentar nas próximas semanas.

As disputas e as trocas de farpas dentro e fora das pistas já ocorriam de forma esporádica desde o começo da temporada. No entanto, a partir do momento em que a disputa só se tornou mais afunilada e o final do campeonato mais visível, os nervos ficaram à flor da pele e cada vitória ficou mais crucial na caminhada pela glória — seja na corrida, no acerto do carro, nas trocas de motor, nas reclamações e até mesmo nas controversas discussões.

Fazendo um recorte principalmente das duas últimas etapas, disputadas no Brasil e no Catar, muita coisa aconteceu em um curto espaço de tempo: em Interlagos, a Red Bull reclamou da asa móvel da Mercedes, que por sua vez alegou ter sido prejudicada pela atitude de Verstappen de encostar a mão no carro de Hamilton após a classificação. Uma guerra de bastidores que terminou com o inglês desclassificado da classificação para a corrida sprint, e Max multado em € 50 mil (algo próximo a R$ 320 mil) por violar as regras do parque fechado ao tocar no carro do rival.

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Como se não bastasse, dentro das pistas a rivalidade também produziu faíscas — algo que poderia ter se desenrolado em uma situação bem pior para os pilotos. Hamilton atacou Verstappen pela primeira posição na volta 48 em Interlagos e o holandês fez pouquíssimo para evitar o contato entre os dois. Como ficou claro em sua câmera on-board, Max demora para virar o volante e continuar no traçado, jogando os dois para fora da pista e, assim, mantendo a posição.

Por mais que Hamilton tenha conseguido depois a ultrapassagem e vencido a corrida, é inevitável que o ato gere uma degradação ainda maior no relacionamento já conturbado entre os pilotos, que claramente se evitam após as provas. O ambiente entre Lewis e Max não é bélico como foi entre o britânico e Nico Rosberg, por exemplo, no entanto, os dois não são companheiros de equipe, portanto, também convivem menos. Além disso, dentro dos carros, as disputas até o limite — e inclusive além, como ocorrido em Inglaterra, Itália e Brasil — deixam claro o nível da rivalidade.

Clima entre os pilotos alterna momentos de cordialidade fora das pistas com batalhas ferozes dentro delas (Foto: Reprodução/Twitter)

No Catar, novos problemas: pilotos de ambas as equipes (Verstappen e Bottas) foram punidos por desrespeitar bandeiras amarelas, em decisão que só foi anunciada menos de duas horas antes da corrida. Horner, chefe da Red Bull, não conteve a fúria e acusou um suposto "fiscal trapaceiro" de agitar as bandeiras para prejudicar Max intencionalmente. Pelo ato, foi advertido e se comprometeu a comparecer à reunião dos fiscais para a temporada 2022.

Não foi a única participação de destaque de Horner no final de semana em Losail: o britânico aproveitou uma entrevista para mandar um recado e cutucar Toto Wolff, chefe da Mercedes, afirmando que mantinha a classe, sem xingar e apontar dedos. A declaração foi uma referência à comemoração de Wolff no Brasil, quando Lewis Hamilton venceu após largar em décimo, punido duas vezes em dois dias.

Comemoração de Toto Wolff no Brasil demonstra tensão na batalha pelo título e foi cutucada por Horner (Foto: Reprodução)

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A Mercedes venceu as duas corridas, o que cortou a diferença de Verstappen na liderança de 21 para 8 pontos. Restando duas etapas para o encerramento do ano, é possível dizer que os nervos só tendem a se elevar cada vez mais. A Red Bull está sedenta para dar o troco, após dois reveses seguidos em pistas que teoricamente esperou alguma vantagem. Além disso, os taurinos ainda aparentam não ter respostas para o motor 'apimentado' da Mercedes, que voltará a ser usado no GP da Arábia Saudita.

O circuito de Jedá, aliás, é tratado como favorável à Mercedes, mas a verdade é que em uma temporada na qual tantas previsões se mostraram incorretas, só será possível saber na Arábia Saudita a quem as características do traçado vão se adaptar melhor. Até lá, a escuderia alemã trata de dar os últimos retoques naquele que foi o melhor conjunto da F1 nas duas últimas corridas, e a Red Bull corre contra o tempo para solucionar a diferença encontrada entre os carros, principalmente no Brasil.

Lewis Hamilton e Max Verstappen foram além do limite e bateram no GP da Itália, e o carro da Red Bull subiu na Mercedes (Foto: Beto Issa)

No Mundial de Construtores — tão cobiçado pelas equipes pela consagração do trabalho e principalmente pelo polpudo prêmio em dinheiro —, a Mercedes lidera com 11 pontos de vantagem para a Red Bull. A diferença chegou a ser de apenas 1 tento após a corrida do México.

E como tudo vai além das pistas, os bastidores seguem quentes. Depois que Toto e Horner deram entrevistas juntos no último final de semana e que o chefe da Mercedes chegou a comparar a situação com uma "luta de MMA", tudo pode acontecer por ali. A briga, das melhores que já se viu no esporte dentro das pistas, mantém-se a tensão lá em cima também fora delas.

A F1 desembarca na Arábia Saudita para o final de semana entre os dias 3 e 5 de dezembro, e viaja para a última etapa em Abu Dhabi, marcada para acontecer entre 10 e 12 do mesmo mês. Existe a possibilidade matemática de Verstappen garantir o título em Jedá, mas a tendência mesmo é de que o campeonato seja decidido na última corrida do ano. A era híbrida se despede da Fórmula 1 com um encerramento apoteótico, em um final de temporada jamais sonhado até pelos maiores fãs do automobilismo.

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