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Morte de Senna provocou mudanças na segurança da F1

30 abr 2014 - 16h50
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As mortes do brasileiro Ayrton Senna e do austríaco Roland Ratzenberger em 1994 em Imola obrigaram a Fórmula 1 a tomar várias medidas para melhorar a segurança na modalidade.

As mudanças surtiram efeito, já que desde então não houve mais vítimas fatais, embora ainda existem riscos.

A segurança continua sendo uma prioridade, por isso um seminário sobre o tema será organizado nesta quinta-feira em Imola para marcar o vigésimo aniversário da morte dos dois pilotos.

"Aquele fim de semana foi um ponto de inflexão para as mudanças", explicou Max Moxley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) na época.

"A morte de Senna teve um grande impacto, já que ele era o número um. Além disso, todo mundo gostava dele, da sua personalidade", acrescentou o ex-dirigente.

Se não fosse por Ayrton, sem dúvida teríamos continuado da mesma maneira e teria tido outra morte nos quarto ou cinco anos seguintes", completou.

Duas semanas depois da tragédia de Imola, em Mônaco, o austríaco Karl Wendlinger sofreu um grave acidente na saída do túnel do circuito do Principado. O piloto da Sauber chegou a ficar dez dias em coma, mas acabou se recuperando e retomando sua carreira, no GT.

Nos anos seguintes, outros acidente ocorreram, mas sempre com menor gravidade.

Em 2003, os carros passaram a usar o sistema 'suporte de cabeça e pescoço' (conhecido pela sigla Hans, em inglês), concebido na década de 80 pelo pesquisador americano Robert Hubbard.

O dispositivo é usado nos ombros do piloto, para fixar o capacete ao corpo e assim evitar que a cabeça se move de forma violenta em caso de colisão.

A segurança também melhorou com o uso de capacetes de carbono, que evitaram, por exemplo, que o brasileiro Felipe Massa sofresse uma lesão grave após ser atingido por uma peça mecânica durante o GP da Hungria, em 2009.

No cockpit, as proteções laterais se tornaram obrigatórias desde 1994 para evitar um grande deslocamento em caso de batida.

Vários acidentes em que os pilotos sofreram graves lesões na perna levaram a F1 a criar normas mais estritas nos testes de resistência para aguentar melhor os choques frontais.

Em termos de pneus, o fim da guerra entre Michelin e Bridgestone, com a escolha da Pirelli como fornecedora exclusiva, deu mais estabilidade e mais segurança.

Os pneus se tornaram menos competitivos, mas o fato de serem iguais para todos reduziu os riscos e acabou reduzindo a velocidade nas curvas.

Para evitar que rodas fiquem soltas, tando no paddock quanto na pista, elas precisam ficar amarradas ao carro com cabos.

Uma das mudanças mais espetaculares observadas foi nos circuitos, com um asfalto de melhor qualidade, que absorve melhor as freadas.

As barreiras de segurança foram substituídas por uma mescla de concreto com pneus velhos, inclusive em circuitos urbanos como o de Mônaco.

"A F1 é mais segura hoje, mas não totalmente, muitas coisas podem acontecer ainda", avisou recentemente o alemão Sebastian Vettel, atual tetracampeão mundial.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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