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Na Garagem: Hamilton surpreende, troca McLaren por Mercedes e muda história da F1

Naquela que foi uma das — se não 'a' — melhores decisões de todo o esporte a motor, há exatos 10 anos, o hoje heptacampeão mundial resolveu assinar com as Flechas de Prata, substituindo Michael Schumacher. O resto foi e é história

28 set 2022 - 05h01
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Lewis Hamilton mudou a história da F1 com saída da McLaren
Lewis Hamilton mudou a história da F1 com saída da McLaren
Foto: Fórmula 1 / Grande Prêmio

O mundo — não só, mas também da Fórmula 1 — é feito de boas e más escolhas. Existem aquelas que exageram na ruindade, são terríveis, verdade. Neste texto, entretanto, vamos nos apegar ao lado positivo e falar sobre aquelas decisões que estão do outro extremo do espectro: as excelentes. Mais especificamente, claro, dentro do universo da principal categoria de automobilismo do mundo.

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Ao falarmos nisso, é impossível não pensarmos em algumas movimentações de sucesso do esporte. Ayrton Senna, por exemplo: ao trocar a Lotus pela McLaren para a temporada de 1988, o piloto brasileiro logo 'de cara' conquistou seu primeiro título na F1. O MP4/4 foi absurdamente dominante e venceu 15 das 16 corridas daquele ano. A Lotus, por sua vez, somou apenas 23 pontinhos — e foi progressivamente piorando até 1991.

O que falar, também, de James Hunt? Em história brevemente abordada no filme Rush, estrelado por Chris Hemsworth e Daniel Brühl, o britânico por pouco não ficou sem vaga na Fórmula 1 após três temporadas de Hesketh. Graças à ida de Emerson Fittipaldi para a Copersucar Fittipaldi, única equipe brasileira na história do esporte, Hunt conseguiu preencher a vaga deixada na McLaren para 1976. Resultado? Título mundial daquele ano.

O ano de 2012 foi o último de Hamilton com a McLaren
O ano de 2012 foi o último de Hamilton com a McLaren
Foto: Reprodução / Grande Prêmio

Também seria injustiça deixar Michael Schumacher de fora da lista de excelentes decisões. Consagrado bicampeão com a Benetton em 1995, o futuro heptacampeão mundial apostou na Ferrari e, junto da escuderia italiana, construiu uma das maiores hegemonias da história. Arrependimento, de certo, não houve.

A história recente também contempla algumas destas movimentações de sucesso. Nico Rosberg saindo da Williams e indo para a Mercedes em 2010; Kimi Räikkönen, de McLaren para Ferrari em 2007; até mesmo Mark Webber, da Williams para a Red Bull, em 2007 também.

Nenhuma destas, entretanto, chega aos pés daquela que foi a maior — e melhor — decisão de carreira da história da Fórmula 1. Senhoras e senhores, adentremos a máquina do tempo e selecionemos a data: 28 de setembro de 2012.

Há exatos 10 anos, a temporada da Fórmula 1 havia acabado de passar por Singapura e aguardava pela disputa no Japão, 15ª etapa do calendário. Com seis corridas para o fim do ano, Fernando Alonso liderava o Mundial de Pilotos, com 194 pontos — 29 à frente de Sebastian Vettel, que viria a ser o campeão. Räikkonen era o 3º, logo à frente de Lewis Hamilton.

Hamilton, este, que se via em meio a um imbróglio longe das pistas. No duelo McLaren x Mercedes durante as negociações de seu contrato, venceu a equipe alemã. Nas primeiras horas daquela sexta-feira, o time chefiado por Ron Dennis confirmou a contratação de Sergio Pérez. O caminho estava aberto, pois: após semanas de especulação, o britânico foi, de fato, anunciado como substituto de Michael Schumacher nas Flechas de Prata.

O registro digital de uma das decisões mais acertadas da história da F1 (Foto: Reprodução/Twitter)

"Estou muito animado em começar um novo capítulo para o time. A Mercedes tem um legado incrível no automobilismo, junto de uma paixão pela vitória — que eu compartilho. Juntos, poderemos crescer e encarar este novo desafio. Eu acredito que posso levar as Flechas de Prata ao topo e atingir nossas ambições de ser campeões mundiais", prometeu (e cumpriu) Hamilton, à ocasião.

"Olhando para 2013, tenho o prazer de receber Lewis Hamilton em nossa equipe. A chegada de um piloto do calibre de Lewis é um testamento da Mercedes na Fórmula 1 e estou orgulhoso de que Lewis compartilhe nossa visão e ambição para o sucesso das Flechas de Prata", completou o então chefe de equipe da Mercedes, Ross Brawn.

Com Rosberg já confirmado na equipe e Hamilton garantido contratualmente por três anos, a 'vírgula' dessa história ficava por conta de Schumacher. Parte do público, apreensivo com o futuro do heptacampeão mundial — que viria a se aposentar —, desaprovava a decisão da Mercedes.

Schumacher se despediu da Mercedes — e da F1 — em 2012 (Foto: Mercedes)

Entretanto, em seu discurso de despedida da equipe alemã, o ex-piloto da Ferrari fez questão de desejar boa sorte ao seu substituto. "Desejo o melhor para Lewis e espero que o time possa alcançar o sucesso que tanto trabalhamos para alcançar. Gostaria de agradecer a todos pela confiança e pelo comprometimento incondicional", pontuou Michael.

Hamilton chegou a tempo de aproveitar o melhor carro da Mercedes até então na Fórmula 1 e pôde permanecer com o mais dominante time da Era Híbrida do esporte. Tudo isso, ao mesmo tempo em que viu a McLaren sequer anotar um pódio em 2013. Trazer à tona o fracasso da equipe de Woking na Era Híbrida, com a Honda, só reforça a decisão acertada do britânico.

Hamilton, também, foi para a Mercedes dono de 21 vitórias, 26 poles, 12 voltas mais rápidas, 49 pódios, 913 pontos e um título mundial. Hoje, 10 anos depois, o britânico soma 103 triunfos, 103 pole-positions, 61 voltas mais rápidas, 188 pódios, 4.333,5 pontos e tem sete campeonatos para a conta, fortíssimo candidato no debate do 'melhor de todos os tempos'.

O resto é, pois, história. E nada menos.

Hamilton e a Mercedes já deixaram, para sempre, seus respectivos legados na F1 (Foto: Mercedes)

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