Nem China, nem Portugal:F1 2023 terá calendário de 23 provas
Após vários meses de discussão, a F1 decide, mesmo abrindo mão de receita, não substituir GP da China e a temporada acaba com 23 GPs
Nesta terça (17), após muita discussão, a F1 bateu o martelo: não haverá mesmo reposição para o GP da China. Portanto, o calendário ficará mesmo com 23 etapas e uma folga de um mês entre Austrália e Azerbaijão.
Esta definição veio no limite do tempo, já que as equipes precisavam de uma definição para poderem verificar sua logística. Por conta da extensão do calendário, os times trabalham com 5 jogos de equipamentos de box, sendo que algumas já partiram para o 6º. Como muita coisa vai por navio, a antecedência é crucial. Para se ter ideia, os combustíveis que a F2 e a F3 usarão na Australia em março já foram embarcados.
De certa forma, esta foi uma vitória das equipes. Se dependesse da Liberty Media, esta vaga seria preenchida. Afinal de contas, quanto mais dinheiro no caixa, mais os acionistas ficam contentes. Os times também receberiam um pouco deste valor, mas o que entraria não compensaria outros aspectos.
Além da logística, as equipes estão pressionadas pela saúde mental e física de seus integrantes. O aumento do calendário levou a questão a pontos jamais vistos. Não é à toa que se tem notícia de cada vez mais membros de times pedindo para ir para fábrica ou indo para outras atividades.
Em tempos de teto orçamentário, os malabarismos tem que ser feitos. Não é à toa que os times vinham negociando a inclusão de mais um período de férias obrigatórias no campeonato, além das três semanas do verão europeu. Esta pausa causada pela saída do GP da China veio a calhar neste ponto.
Mas a prova não poderia ter sido reposta? Sim, e se buscou isso. Afinal de contas, mais uma prova, mais dinheiro no bolso. Entretanto, como diz o filósofo, nada é tão simples assim.
Inicialmente, Portimão e Istambul foram citados como potenciais substitutos (falamos nisso aqui). Paul Ricard foi citado, mas o grupo que organizava o GP foi desfeito e não houve quem bancasse a prova.
A favorita para a reposição, Portimão, tinha duas questões: havia uma prova da WEC agendada para o circuito na mesma data da prova e a questão financeira. Sobre a última, foi bem encaminhado um acordo com o governo português pagando a conta. Porém, ainda havia alguns detalhes a acertar, bem como um novo lugar para a prova do WEC, já que uma data foi descartada.
Inclusive a própria China, que paga uma fortuna para sediar a prova, diante da mudança de postura do governo local em relação a COVID, entrou em contato com a Liberty Media para uma possível volta ao calendário, que bateu ponto pela última vez em 2019 (inclusive sendo o milésimo da categoria). Entretanto, diante da falta de informações confiáveis, optou-se por não se dar este passo agora.