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Newey revela que cogitou trocar Red Bull por Ferrari na Fórmula 1 e culpa motor Renault

Adrian Newey admitiu que o fraco desempenho do motor Renault com a chegada da era híbrida à F1 o deixou bastante desmotivado. Foi quando ele, pela primeira vez, considerou trocar os taurinos pela equipe italiana

4 mai 2022 - 11h04
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Adrian Newey repensou encerrar a parceria com a Red Bull por causa dos motores Renault
Adrian Newey repensou encerrar a parceria com a Red Bull por causa dos motores Renault
Foto: Red Bull / Grande Prêmio

Adrian Newey é uma das figuras centrais da Red Bull desde 2006, e a parceria rendeu um período muito bem-sucedido de 2010 a 2013, quando a equipe conquistou quatro títulos seguidos de construtores e pilotos. Porém, a chegada da era híbrida à Fórmula 1 trouxe uma nova realidade para as equipes e quase fez Newey trocar os taurinos pela Ferrari.

A revelação foi feita em entrevista ao site The Race. Em 2014, em busca de ser mais sustentável, a F1 precisou se readaptar com a chegada dos motores V6 turbo de combustão interna e alinhados a um sistema de recuperação de energia.

Na ocasião, a Red Bull corria com os motores Renault, mas a montadora francesa não conseguiu construir uma unidade de potência competitiva o bastante para acompanhar o desenvolvimento da Mercedes naquele ano. Foi quando o projetista se viu novamente diante de uma oferta da Ferrari — a terceira na carreira — e, dessa vez, repensou a possibilidade de uma mudança.

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Newey ao lado de Verstappen comemorando a vitória em Jedá
Newey ao lado de Verstappen comemorando a vitória em Jedá
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

"Naquela época, para ser honesto, eu estava bastante desiludido com tudo… obviamente, quase me juntei à Ferrari, mas não o fiz… porém mais do que tudo, embora me sentisse feliz na Red Bull e não quisesse realmente mudar de equipe, a única coisa que me levou a pensar nisso foi ver que estávamos presos a um motor não competitivo", admitiu Newey.

"Se você tem um fornecedor de motor que apresenta uma unidade de potência abaixo dos concorrentes, mas mostra um desejo real de consertá-lo para seguir em frente, você aceita. Mas um que não reconhece que está atrasado e não parece interessado em fazer nada sobre isso é muito mais difícil", continuou o atual diretor-técnico da Red Bull, dizendo que a Renault "parecia mais interessada no lado do marketing de se estar na F1 do que realmente em ser competitiva".

"Isso me fez perder a motivação. Eu ainda gostava de F1, mas não desse jeito", disse Newey. Ele contou ainda que foi graças a dois projetos fora da categoria — entre eles, uma parceria com a Aston Martin para desenvolver o modelo Valkyrie — que recuperou o desejo de permanecer na equipe austríaca. "Eu não queria mudar de equipe, e foi aí que surgiu o projeto do carro de estrada. Isso me manteve motivado e ocupado por um tempo."

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Em 2019, a Red Bull passou a ter em seus carros motores da fábrica japonesa Honda, o que deixou Newey mais esperançoso de que a equipe voltaria ao caminho dos títulos. "Quando assinamos contrato com a Honda, ficou claro que tínhamos um parceiro que, ok, até poderia não estar na frente naquele momento, mas tinha impulso e motivação para chegar lá. Isso mudou as coisas."

De fato, a mudança deu certo, e a Red Bull chegou ao título de pilotos em 2021 com Max Verstappen. Esse ano, a F1 sofreu mais uma mudança significativa no regulamento, e Newey reconheceu que não foi fácil.

"Gosto de mudanças de regras, mas quando vi essas pela primeira vez fiquei bastante deprimido. À primeira vista, elas parecem muito prescritivas. Mas à medida que você se aprofunda mais — particularmente no desenvolvimento do sidepod e do assoalho —, há certo grau de liberdade. Mais do que se espera", concluiu.

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